SL Benfica 4-3 Sporting CP: O fim da invencibilidade

    A CRÓNICA: A QUESTÃO DOS BENFIQUISTAS É “PORQUE NÃO SE JOGOU SEMPRE ASSIM?”… E, REALMENTE, MERECIA ADEPTOS!

    A festa leonina já tinha sido feita na jornada passada, mas havia ainda duas jornadas para concluir e com um dérbi lisboeta logo de seguida. Esta é uma rivalidade entre o SL Benfica e o Sporting CP que nem “a feijões” alguém que perder o jogo. Do lado encarnado, havia ainda o sonho de conseguir chegar ao 2.º lugar e do lado dos campeões nacionais era a invencibilidade que se queria chegar.

    A partida começou de modo eletrizante e três golos do SL Benfica sem qualquer tipo de resposta por parte dos leões. Aos 12 minutos, Seferovic picou por cima de Adán e inaugurou o marcador. Depois, foi o 21 do SL Benfica a marcar também com uma boa picadinha. Por fim, o terceiro foi Lucas Veríssimo a marcar o seu golo de 2.º na Liga Portuguesa. O que há de comum em todos? Um Pizzi totalmente em alta para bem dos encarnados.

    Mas os campeões nacionais, pela mão de Pedro Gonçalves, não queriam ficar nada atrás e reduziu para 3-1 em pleno Estádio da Luz. Disputava-se o resultado do jogo e se nem a feijões se quer perder, mas aproveitando uma analogia e contando os feijões: eram três para o SL Benfica e apenas um para o Sporting CP, ao intervalo. Mas não se engane, porque mesmo com poucos feijões, os leões já tinham a feijoada feita (como quem diz, o título de campeão).

    A segunda parte voltou também eletrizante e logo com um penalti a favor do SL Benfica. Matheus Nunes derrubou Grimaldo, que foi matreiro, e depois Seferovic bisou na partida. Porém, parece que o quatro golo encarnado deu um “relaxante” à equipa de Jorge Jesus. E o Sporting meteu a marcha de campeão a funcionar e começou o festival de golos.

    Nuno Santos fez o segundo golo leonino, depois de uma boa jogada entre Pedro Gonçalves, Paulinho e o próprio 11 dos leões. Mas outra luta neste jogo era para o de melhor marcador da Liga Portuguesa e Pedro Gonçalves também bisou de penálti, ficando com os mesmos golos do que o ponta de lança encarnado. Ficava tudo em 4-3, um resultado muito nostálgico que aconteceu numa eliminatória da Taça de Portugal em que Amorim era jogador do Benfica e Jesus o seu treinador…

    O resultado não se alterou num jogo de loucos, como se costuma dizer, e talvez pelo que o SL Benfica fez na primeira parte é uma vitória justa. Um Sporting que pareceu que deu uma parte de avanço aos encarnados. O título deste artigo bem podia muito bem ser o fim de uma epopeia, mas a verdade é que assistimos a um super jogão e os leões não conseguem terminar este campeonato sem derrotas! Sete feijões para dentro de uma panela e o prato está servido. Que grande jogo!

     

    A FIGURA
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Pedro Gonçalves – Fica difícil não eleger Pote com o melhor em campo. Também não deixa de ser verdade a excelente primeira parte que Pizzi fez e que o torna um dos melhores jogadores na partida. Mas o jogador leonino que ainda concorre pelo prémio de melhor marcador esteve irrepreensível e, principalmente, o primeiro golo que realmente fez uma jogada só para mais uma beldade neste campeonato.

    O FORA DE JOGO
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Meio-campo do Sporting CP na 1.ª parte – Foi uma autêntica dor de cabeça (e não foi pela positiva) para Rúben Amorim. Daniel Bragança e Matheus Nunes estavam a funcionar muito bem a nível ofensivo, mas não é apenas isso que se pede ao meio-campo. O buraco que Daniel Bragança abria entrelinhas dava aso a que os encarnados explorassem tudo a partir desta debilidade. Quando Amorim trocou tudo no meio-campo o jogo do Sporting defensivamente tornou-se muito mais coeso.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    De volta ao sistema de três centrais, os encarnados não voltaram a mexer e muito para este jogo frente ao Sporting CP. Digamos que o jogo na Choupana foi para rodar os jogadores menos utilizados e os habituais titulares voltavam a ser colocados no onze para conseguir destronar o novo campeão nacional, que até a esta jornada ainda continuava invicto. Taarabt, Everton, Diogo Gonçalves e Otamendi voltavam às suas posições habituais.

    O SL Benfica iria jogar muito na mesma base dos leões (5-2-3) e, segundo Jorge Jesus, iria utilizar uma tática muito semelhante à do Clássico frente ao FC Porto. Adel Taarabt e Julian Weigl a ficarem como dupla do meio-campo e depois Pizzi e Everton nas alas a procurar o ponta de lança Haris Seferovic. O número 21 a ser o autêntico desequilibrador da primeira parte com muitos movimentos a partir da direita para o meio e com Everton a combinar sempre muito bem com o português.

    A segunda parte mostrou um Benfica com muito mais cuidado e relaxado com o jogo e com a entrada de Gabriel para o meio-campo notou-se uma quebra por parte da equipa. Muitas dificuldades para conseguir travar o lado esquerdo do ataque leonino com Diogo Gonçalves já a mostrar algumas dificuldades físicas, sendo substituído por Nuno Tavares.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Helton Leite (5)

    Alex Grimaldo (6)

    Lucas Veríssimo (6)

    Jan Vertonghen (5)

    Nicolas Otamendi (7)

    Diogo Gonçalves (5)

    Julian Weigl (6)

    Adel Taarabt (4)

    Pizzi (8)

    Everton (6)

    Haris Seferovic (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Gabriel (3)

    Nuno Tavares (4)

    Rafa Silva (5)

    Darwin Núñez (-)

    Luca Waldschmidt (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Já a preparar a próxima época, como disse na conferência de imprensa, Rúben Amorim promoveu alguns alterações, fossem elas forçadas ou por simples opção tática. João Pereira e Matheus Reis entraram por força da lesão de Pedro Porro e do castigo de Feddal, já Matheus Nunes e Daniel Bragança entravam para ter mais minutos nesta Liga e começar a experimentar novas dinâmicas com os jogadores.

    Podíamos esperar o típico 3-5-2, ou 5-3-2 dependendo dos momentos de jogos, e foi isso que realmente aconteceu. Muitas dificuldades por parte dos leões com este novo meio-campo formado por Matheus Nunes e Bragança que foi muitas vezes explorado o jogo interior por parte dos jogadores encarnados que deixavam um espaço enorme entre o meio e os centrais. A nível ofensivo, muito boas as movimentações de Pedro Gonçalves e também de Matheus Nunes que ia entrando bem pelo lado direito. Ainda de reforçar os excelentes passes a partir do meio para as alas que desequilibravam a equipa encarnada.

    Na segunda parte, Rúben Amorim desfez o meio-campo que não estava a ser de todo produtivo a nível defensivo e colocou os habituais titulares: João Mário e Palhinha. Matheus Nunes acabou por ficar a tomar conta da lateral direita. Com a saída de Matheus Reis também houve nova alteração de posições com Nuno Mendes a passar para central enquanto que Nuno Santos iria para lateral esquerdo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Antonio Adán (7)

    Matheus Reis (4)

    Sebastian Coates (6)

    Gonçalo Inácio (5)

    Nuno Mendes (5)

    João Pereira (5)

    Daniel Bragança (5)

    Pedro Gonçalves (8)

    Matheus Nunes (5)

    Nuno Santos (7)

    Paulinho (6)

    SUBS UTILIZADOS

    João Palhinha (5)

    João Mário (5)

    Jovane Cabral (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    SL Benfica

    BnR: Na 1.ª parte, Pizzi foi o elemento mais móvel dos três da frente do ataque e o jogador que mais participava nos processos ofensivos, principalmente caindo da direita para o meio. Quais foram as instruções que deu ao jogador e se é naquela posição que Pizzi pode render mais?

    Jorge Jesus: Tem que ver com o sistema que o SL Benfica jogar. Portanto, os dois sistemas que nós temos o Pizzi pode jogar mais entrelinhas do que outro com o outro sistema. Tal como isto acontece com essa mudança, a posição de ele jogar acontece exatamente a mesma coisa. Uma coisa é jogar ao pé do Julian Weigl e outra é jogar na ala e acabar por se mover mais e ter mais jogo interior. E é isto [os sistemas do Benfica] que faz com que ele possa ter mais espaço de manobra e também temos de ter em conta o saber posicionar-se, porque o Pizzi sabe fazer isso muito bem, visto que tem muita experiência. Isto tudo fez com que o jogador fosse um elemento determinante na primeira parte do jogo.

    Sporting CP

    BnR: Na 1.ª parte houve uma dificuldade com o meio-campo constituído por Matheus Nunes e Daniel Bragança. Se as caraterísticas do médio português de ser um jogador mais móvel e não tão fixo como Palhinha prejudicou-o, de certa forma, na sua tarefa mais defensiva que parecia estar destinado?

    Rúben Amorim: A equipa está tão habituada e quando fiz muitas mudanças na equipa dificultei mais coisas. O Daniel Bragança tem feito esta posição no meio-campo com a seleção portuguesa sub-21, mas não joga normalmente com dois jogadores, é sim com três. O ritmo é completamente diferente e queríamos fazer essa junção [Matheus Nunes e Daniel Bragança] e de deixar o Matheus mais solto para o Daniel ficar com esta posição e também crescer como jogador. A meu ver, não foi por aí que estivemos tão mal, porque podíamos ter marcado golos na primeira parte também, sofremos e também acabámos por sofrer de bola parada. Era mais fácil jogar com um mais rotinado e com outro que não tenha tido tantos minutos, mas eu dificultei a vida aos meus jogadores. Queríamos ganhar o jogo e ficou demonstrado tanto na primeira e na segunda parte. Podíamos ter empatado o jogo, mas é seguir e pensar já no próximo jogo [frente ao CS Marítimo].

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    João Pedro Barbosa
    João Pedro Barbosahttp://www.bolanarede.pt
    É aluno de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, tem 20 anos e é de Queluz. É um apaixonado pelo desporto. Praticou futebol, futsal e atletismo, mas sem grande sucesso. Prefere apreciar o desporto do lado de fora. O seu sonho é conciliar as duas coisas de que gosta, a escrita e o desporto.