Os 5 melhores guarda-redes do Sporting CP

    Tal como FC Porto e SL Benfica, o Sporting CP tem várias lendas que passaram pela sua baliza que marcaram a sua história. A esmagadora dos ilustres guarda-redes que deixaram um legado e muitas saudades nos adeptos leoninos é portuguesa e, por isso, deixaram também marca na Seleção Nacional.

    O Sporting destaca-se pela capacidade em não só aproveitar guardiões da sua formação como também de ir buscar atletas que ocuparam a baliza por anos e anos. Jogadores esses que mostraram carisma e fidelidade ao projeto do clube fundado por José Alvalade.

    O Bola na Rede traz-te um top5 dos melhores guarda-redes leoninos desde 1906. A maioria da seleção é nacional, mas também há um célebre dinamarquês. Felizmente há muitos importantes a destacar, mas, por outro lado, muitos guardiões tiveram de ficar fora da lista.

    5. Rui Patrício

    Um talento formado em Alvalade aproveitou a desconfiança do treinador Paulo Bento no guarda titular Stojkovic que veio substituir Ricardo e acabou por agarrar a titularidade em 2007/2008 depois de se ter estreado ainda na época anterior.

    Durante 11 temporadas, o guarda-redes foi o titular na baliza leonina e fez 467 jogos ao todo com a camisola do clube. Assim, tornou-se o segundo jogador com mais encontros disputados pela equipa de Alvalade atrás de Hilário. Durante o tempo no Sporting, tornou-se ainda o guarda-redes titular da Seleção Nacional e é atualmente na sua posição aquele que tem maior número de internacionalizações.

    Rápido a sair dos postes, muito concentrado e com reflexos rápidos o que lhe permite tanto defender com os pés como com as mãos, Rui Patrício acabou por não conquistar o Campeonato Nacional. O guarda-redes acabou por sair apenas com duas Taças de Portugal, duas Supertaças e uma Taça da Liga conquistadas.

    4. Peter Schmeichel

    O guarda-redes com 35 anos tinha acabado de ser campeão da Liga dos Campeões pelo Manchester United, onde era titular há oito anos, e veio para Alvalade para surpresa em geral, num dos grandes movimentos do mercado em 2000.

    Na altura, o Sporting vivia um jejum de 18 anos sem conseguir conquistar um título nacional e o internacional dinamarquês conquistou logo na primeira época o Campeonato Nacional. Schmeichel ainda juntaria uma Supertaça Cândido de Oliveira ao vasto palmarés que foi acumulando ao longo da sua carreira.

    Duas épocas e 70 jogos disputados bastaram para marcar Alvalade. Grande elasticidade com defesas espetaculares com várias grandes penalidades paradas, o guardião era muito difícil de bater entre os postes e mostrava muita rapidez de reflexos que acabou por compensar no final da carreira com o aumento dos níveis de concentração e de antecipação.

    3. Azevedo

    Trata-se de uma das primeiras lendas na baliza leonina. Contratado aos 20 anos para ser terceiro guarda-redes em 1935/1936, João Azevedo acabou por se afirmar como titular na época seguinte. A partir daí, o jogador tornou-se dono da baliza durante 15 anos e é ainda hoje o jogador mais titulado da história do Sporting, com 22 títulos, onde se incluem sete Campeonatos Nacionais e quatro Taças de Portugal. O guarda-redes jogou na altura áurea do clube com os Cinco Violinos (Vasques, Travassos, Peyroteo, Jesus Correia e Albano). O atleta foi ainda durante dez anos o titular da Seleção Nacional perfazendo 19 internacionalizações. Num desses jogos por Portugal, Azevedo distinguiu-se tanto num jogo frente à Alemanha que passou a ser apelidado de “O Gato de Frankfurt”.

    O guarda-redes distinguia-se pela sua velocidade e astúcia a sair da baliza tirando a bola dos pés dos adversários, mas também da sua elasticidade entre os postes e da sua capacidade de sacrifício. Numa final da Taça de Portugal contra o Belenenses, contam as crónicas que o jogador fraturou o pé e sem conseguir colocar o calcanhar no chão, aguentou até ao final. Noutra final, mas do Campeonato de Lisboa em 1946 frente ao rival Benfica, João Azevedo partiu a clavícula na primeira parte. O guarda-redes com o braço ao peito decidido voltou a entrar no segundo tempo quando o resultado era de 1-1 e no final os leões venceram por 3-1. O atleta foi levado em braços no final da partida, como mostra a foto.

    2. Carvalho

    Tal como João Azevedo, Joaquim Carvalho também veio do Barreiro para a baliza leonina. Depois de três épocas no Lusos do Barreiro, onde chegou a jogar na inauguração do antigo Estádio de Alvalade, o sportinguista assumido seria jogador do seu clube de coração.

    Em 1958, Carvalho chega a Alvalade, mas só três anos depois assume a titularidade em definitivo. Na primeira época como dono da baliza, o Sporting viria a sagrar-se Campeão Nacional, título que viria a conquistar mais duas vezes.

    Contudo, o feito maior seria realizado em 1963/1964. Depois da conquista da Taça de Portugal na temporada anterior, os leões ficaram apurados para a Taça das Taças. O Sporting viria a conquistar o único título europeu da sua história com o guarda-redes a destacar-se entre os postes.

    Destacando-se pelo porte físico, Carvalho saia bem na antecipação aos cruzamentos e no 1×1 com os avançados e mostrava-se muito seguro no jogo de mãos e entre os postes.

    Carvalho totalizou ainda nove internacionalizações e foi um dos Magriços no Mundial 1966, jogando o primeiro jogo da competição frente à Hungria.

    Depois de sete épocas a titular e 268 jogos realizados, o guarda-redes acabou preterido por um jovem na baliza que é o número 1 neste Top.

    1. Damas

    Produto da escola de formação sportinguista, Vítor Damas chegou à equipa principal aos 19 anos e estreou-se logo num clássico frente ao FC Porto em fevereiro de 1967 que culminou num empate a uma bola. No entanto, as redes só seriam suas duas épocas depois.

    Rápido entre os postes e fora deles, tinha um estilo artístico nas defesas que fazia e, por isso, conseguiu ser dono da baliza durante oito épocas seguidas. Elegante, mas sem deixar de ser eficaz e astuto a parar os intentos dos adversários. Nos dérbis com o Benfica, eram travados duelos muito interessantes com o rei Eusébio, com o guarda-redes muitas vezes a levar a melhor.

    Numa eliminatória europeia frente ao Glasgow Rangers, Vítor Damas chegou mesmo a defender todos as grandes penalidades no desempate que acabaram por não contar porque o árbitro se esqueceu que tinha sido introduzida a regra dos golos fora.

    Depois da Revolução dos Cravos, caiu a Lei da Opção que permitia ao clube ficar com o jogador mesmo após o final do seu contrato apenas oferecendo 60% do salário proposto por outra equipa que pretendia o jogador. Damas não chega a acordo com o presidente do Sporting, João Rocha, e depois de recusar ir jogar para o FC Porto acaba por atravessar a fronteira e ir para o Racing Santander.

    Depois de quatro anos em Espanha e de mais quatro por outros clubes em Portugal, o guarda-redes regressaria a Alvalade em 1984/1985, onde fez mais três épocas a titular e mais duas onde fez alguns jogos, concluindo a sua carreira aos 41 anos. Damas orientou a equipa durante alguns jogos como técnico principal, precisamente na época em que terminou a carreira.
    Ao todo, Vítor Damas fez 436 jogos pelos leões, sendo o segundo guarda-redes com mais jogos pelo clube.

    O guardião conquistou dois Campeonatos Nacionais e três Taças de Portugal e foi internacional 29 vezes pela Seleção Nacional Principal, estando presente no Europeu de 1984 e no Mundial de 1986, onde realizou dois jogos.
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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.