Recentemente, o que se passou em Lisboa entra de imediato para a lista de fenómenos extremos. O presidente da Câmara Municipal pediu cautela à população. “Não arrisquem” foram as palavras utilizadas. Foi sucinto e específico na mensagem, respeitou aquilo que o povo solicita aos executivos. O meio é a mensagem, dizia Marsahll McLuahn. O “não arriscar” é a diretiva, diz Carlos Moedas. Sporting
Se a população usar galochas e tudo do mais impermeável que existir no mercado do vestuário deve não arriscar? Se a população levar boias, âncoras e braçadeiras para a rua, deve continuar a não arriscar? Se, acrescentando a esta preparação minuciosa, a população utilizar ainda fatos de mergulho e aquele instrumento que muitos teimam em levar para o Carnaval de Torres Vedras, deve continuar a não arriscar? Estas perguntas esperam resposta.
Ora, nisto sou obrigado a colocar-me ao lado do autor de Portugal e a Europa. Fenómenos extremos não são amigos da aventura. Ainda por cima com água. É perigoso. A palavra “extremos” indica perigosidade. Está à vista de todos, basta saber ler. Qualquer que sejam os extremos, o melhor é ter cuidadinho e respeitinho. Não há cuidadinho sem respeitinho e vice-versa. Torrentes de água a arrastar automóveis é um fenómeno engraçado de ser visto no Youtube ou no TikTok: na vida real, é coisinha para perder a piada.
Do alto da sua ignomínia, o leitor pergunta:
“Haverá algo que melindre mais do que um caudal espesso de H2O no estado líquido que avassala ruas, avenidas, vielas, ruelas e caminhos que tantos?”
Sim, há. Extremos que pratiquem desporto. Nomeadamente, futebol. Principalmente para os lados da Rua Professor Fernando da Fonseca Apartado 4120, 1501-806 Lisboa.
Para comprovar tal argumento, convido-vos a revisitarem momentos dos cinco melhores profissionais que ocuparam a posição mais extremada do terreno, durante o século XXI.
Pablo Sarabia – Chegou, viu e… reformulou dinâmicas no ataque do Sporting CP. Sem espaço no pomposo Paris SG, impôs o seu futebol em Alvalade, deliciou os adeptos dos leões e carimbou a maioria das suas exibições com o selo da qualidade. O atacante demonstrou – na sua posição – que a velocidade é um requisito opcional. Recorte técnico, facilidade de remate, campo de visão alargado, rasgos individuais frequentes e perceção dos momentos de jogo são algumas das qualidades do internacional espanhol. Pablo Sarabia é o jogador ideal para equipas que lancem avalanches ofensivas ao adversário e que retenham a posse de bola durante a maior parte do tempo. O Sporting CP 2021/2022 era assim. Muito por culpa dele..