Belenenses SAD 1-4 Sporting CP: Leão com asas para seguir a voar

    A CRÓNICA: GERIR COM AS GARRAS DE FORA

    A lealdade da luta entre dois adversários revela-se quando, ao esgrimirem argumentos, a igual capacidade dilacerante das suas espadas lhes permite que só através do mérito se consigam derrotar. Como tal, para perseguir os dragões, o leão recebeu duas asas. Chamou-lhes Marcus Edwards e Islam Slimani.

    Às perguntas dos adeptos sobre o paradeiro de Slimani, Hugo Viana ia respondendo que estava em casa. Edwards teve a benesse de se sentar no banco de suplentes para sentir o frio do Jamor à flor da relva. Que vaidade é sentarmo-nos perto de onde tudo acontece quando ainda nem estamos prontos para nos levantarmos e jogar à bola.

    Ainda com o sotaque minhoto que os poucos dias na capital não permitem obnubilar, o inglês celebrou o golo de little Paul que, com tempo para tomar um café longo se assim fosse sua intenção, interrompeu uma série de seis jogos sem marcar. Sarabia encarregou-se da assistência que alcançou com o mérito de um toca e foge executado com exatidão.

    Para que o treino linguístico de Edwards ficasse ainda mais afinado, Porro deu-lhe no exercício para praticar. Do meio da rua, mas com um remate que nem levava o efeito de toda a intenção que depositara nele, o internacional espanhol alargou a vantagem.

    A verdade é que a hipocrisia que nos corre no sangue rapidamente nos faz esquecer da espetacularidade de algo quando outra coisa ainda mais surpreendente surge logo de seguida. Sem deixar dúvidas quanto à beleza do golo, Camará foi com estoiro que reduziu para o Belenenses SAD. Foi o terceiro golo em dez minutos.

    A ineficácia de ambas as defesas abriu portas a várias oportunidades. Não fosse Adán e Abel Camará quase empatava. De seguida, Pedro Gonçalves não precisou que ninguém se interpusesse entre si e as redes, pois ele próprio se encarregou de deixar enviar duas ocasiões para fora.

    Sarabia também desperdiçou antes de responder com acerto ao cruzamento rasteiro e bem medido de Nuno Santos. Fechava a primeira parte com 3-1 no marcador.

    Paulinho ia sendo muito solicitado no jogo de apoios frontais, mas fixava-se na área quando os ataques eram desenvolvidos pelo flanco. Não foi de estranhar que aparecesse junto da pequena área para finalizar de cabeça um cruzamento de Porro pela direita.

    A marcação de golos abrandou ao nível de uma partida de futebol e não de hóquei. Com o resultado amplamente favorável aos verdes e brancos, Rúben Amorim estreou Marcus Edwards e lançou alguns dos jogadores menos utilizados do Sporting CP, resguardando a condição física de outros.

    A conquista da Taça da Liga não desmobilizou o Sporting CP da luta pelo título. Com esta vitória, os leões alargam a diferença face ao SL Benfica e continuam de olhos no trono que, para já, é do FC Porto. O Belenenses SAD segue a dar o epíteto de lanterna azul ao último lugar do campeonato.

     

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Paulinho – Depois de todas as críticas feitas relativamente ao falhanço na meia-final da Taça da Liga, Paulinho respondeu com um bis no campeonato. Exibição sólida do avançado leonino, que trabalhou muito ao longo da partida.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Diogo Calila – Jogo difícil para o ala da Belenenses SAD, que viu a vida negra para travar as investidas dos leões. Ficou mal na fotografia no lance do segundo golo de Paulinho.

     

    ANÁLISE TÁTICA – BELENENSES SAD

    A formação liderada por Franclim Carvalho atuou num 3-4-3 no momento ofensivo. A defender, usou o 5-4-1 para travar a avalanche ofensiva dos leões.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Álvaro Ramalho (5)

    Carraça (6)

    Danny (6)

    Yohan Tavares (6)

    Diogo Calila (6)

    Thibang Phete (5)

    Sphephelo Sithole (5)

    Nilton Varela (-)

    Afonso Sousa (7)

    Safira (6)

    Abel Camará (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Andrija Lukovic (5)

    Braima (6)

    Luís Mota (6)

    Alioune Ndour (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    O Sporting CP apresentou-se no habitual 3-4-3, com Pedro Gonçalves e Sarabia por dentro, deixando a largura para Porro e Nuno Santos. A defender, a equipa liderada por Ruben Amorim adotou um 5-2-3.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    António Adán (6)

    Luís Neto (6)

    Gonçalo Inácio (6)

    Zouhair Feddal (6)

    Pedro Porro (8)

    Matheus Nunes (6)

    Manuel Ugarte (7)

    Nuno Santos (7)

    Pablo Sarabia (8)

    Pedro Gonçalves (6)

    Paulinho (9)

     SUBS UTILIZADOS

    Gonçalo Esteves (6)

    Daniel Bragança (7)

    Ruben Vinagre (6)

    Tabata (7)

    Marcus Edwards (6)

     

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

     

    Belenenses SAD

    BnR: Numa fase inicial do jogo, o Belenense SAD caiu no engodo de pressionar alto o Sporting CP. Reconhece alguma indefinição dos centrais na hora de decidir sair ou não a pressionar o Paulinho?

    Franclim Carvalho: Não caímos no engodo, a nossa estratégia era essa. Numa fase inicial, os nossos médios estavam muito recuados e o Sporting CP estava a sair fácil pelo Ugarte e pelo Matheus Nunes quando baixavam. Numa fase inicial, tínhamos o Safira a fechar na frente do Ugarte e depois o Safira saltava no Inácio que era o central de dentro. Os três da frente não estavam a ter conforto para saltar, porque os dois médios estavam muito baixo. Depois, corrigimos os dois médios para jogarem uns metros à frente e os três centrais tinham que assumir o espaço dos dois médios. Nem sempre aconteceu, tivemos alguma dificuldade em contrariar isso. O Sporting CP é muito forte nesses movimentos contrários, em profundidade e em apoio. Cabia aos centrais cobrirem o espaço atrás dos médios.

    Sporting CP

    BnR: O Marcus Edwards estreou-se hoje. Vamos vê-lo mais vezes a jogar por dentro ou na ala?

    Rúben Amorim: Vai-se adaptar à nossa equipa. Pode jogar no meio ou mais à linha. Vamos descobrindo adaptações aos jogadores. Ele é um ala e pode jogar mais à linha quando quisermos jogar com um ala extra.

     

     

    Rescaldo com opinião de Francisco Martins e Miguel Gato

     

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