«[Empréstimo ao Sporting CP] foi uma das minhas melhores decisões. Voltei a ser acarinhado e a sentir-me importante dentro de campo».
Bola na Rede: Regressa a Milão, mas não era opção e surge outro empréstimo, desta vez para Portugal, para o Sporting CP, outra mudança de país e um novo clube?
Leandro Grimi: Uma das minhas melhores decisões, chego por empréstimo de seis meses e foi tudo muito bom, voltei a ser acarinhado e a sentir-me importante dentro de campo. Para além disso, adorei logo o país e a cidade. Quando me estreei a jogar em casa, foi uma experiência incrível, sentia-me bem e pude também disputar a Liga Europa, tudo corria bem, tive uma fácil adaptação e podemos ainda vencer a Taça de Portugal. Foram seis meses muito bons, estava muito contente.
Bola na Rede: Teve a certeza que era ali que queria ficar e continuar a sua carreira…
Leandro Grimi: Sim, sim, eu já queria ficar, mas depois de ganharmos por 2-0 ao FC Porto na final da Taça de Portugal foi quando tive a certeza absoluta, disse para mim mesmo, este é o meu clube. Então falei com o Diretor desportivo do AC Milan, com o Paulo Bento e o Leonel Pontes e disse-lhes exatamente isso.
Bola na Rede: Mas não foi só em termos futebolísticos que Portugal desempenhou um papel crucial na sua vida, também foi importante a nível pessoal?
Leandro Grimi: Hoje tenho uma família e três filhos graças à minha mudança para Portugal. Conheci a minha mulher cá, a minha última filha nasceu aqui e hoje estou a viver na Covilhã, a terra dela.
Bola na Rede: Quase quatro anos de Sporting, tudo lhe corria bem a nível pessoal e profissional, mas na última época foi perdendo espaço, o que aconteceu?
Leandro Grimi: É verdade, fui afetado por algumas lesões principalmente uma no joelho e com outras contratações acabei a perder espaço e concordamos na saída por empréstimo…
Bola na Rede: Desta vez para a Bélgica, no Genk?
Leandro Grimi: Exatamente. Contudo o meu principal objetivo não era esse, queria regressar à Argentina, já tinha passado muito tempo e tinha o objetivo de voltar para a minha família. Mas o meu empresário é que me falou que havia um clube, o Racing Genk, que tinha sido campeão e queria formar uma equipa boa para disputar a Champions League. Pensei muito sobre o assunto e acabei por aceitar. Cheguei e estavam a formar uma equipa muito interessante, mas tinha um problema igual ao do Sporting, havia muitos jovens. No Sporting tínhamos o João Moutinho, o Miguel Veloso, o Yanick Djaló, o Rui Patrício, entre outros e no Genk era o Kevin De Bruyne, Benteke, havia muita qualidade, mas pouca experiência para grandes competições. Também acabou por ser um ano difícil com algumas lesões musculares o que me levaram a jogar pouco.
Bola na Rede: Chega o aguardado regresso à Argentina, por empréstimo, pelas portas do Godoy Cruz.
Leandro Grimi: Foi mais ou menos um empréstimo, eu saio livre, tinha comprado o meu próprio passe. Decidi voltar por questões familiares, desta vez a minha mulher veio comigo e pensei muito nela quando tomei esta decisão.
Bola na Rede: Procurou estabilidade, voltar a jogar e regressar à melhor forma possível?
Leandro Grimi: Claro, voltei a sentir-me bem, deixei para trás as lesões e regressei aos golos e assistências. Fiz golos importantes que ajudaram o clube a vencer partidas e isso deixou-me com muita confiança. No segundo ano conseguimos o segundo lugar atrás do River Plate e isso voltou-me a dar vontade de competir nos grandes palcos e lutar por títulos. Ainda não tínhamos filhos, estávamos só os dois e eu deixei de pensar só na comodidade e estabilidade da família e queria algo mais.