«Depois dos primeiros seis meses no Sporting, fui contactado para jogar no FC Porto».
Bola na Rede: Viveste clássicos na Argentina e em Portugal, onde consideras haver melhor ambiente?
Leandro Grimi: É diferente, vive-se muito dos dois lados, mas cada um há sua maneira. São dois lados fantásticos e tive a sorte de poder experienciar. Até podia ter experienciado mais porque, depois dos primeiros seis meses no Sporting, fui contactado para jogar no FC Porto, porque o meu contrato de empréstimo terminava. Falei com alguns amigos e dizia-lhes que não podia ir para o FC Porto, eu era Sporting, sou Sporting e vou terminar Sporting. Com o tempo vi que havia alguns jogadores que trocavam para o rival, mas eu não consegui e isso é uma coisa muito rara de acontecer na Argentina, pelo menos na altura.
Bola na Rede: Chegaste a falar com o Lisandro Lopez ou o Lucho, os argentinos que estavam no FC Porto?
Leandro Grimi: Sim, falei com o Lucho, tínhamos o mesmo empresário, mas já não havia volta a dar, não ia trair o Sporting.
Bola na Rede: Depois de uma grande época tens um regresso ao Racing Avellaneda, houve interesse de clubes para voltares à Europa?
Leandro Grimi: Sim, tive clubes em Itália com propostas, o próprio Genk tentou o meu regresso, mas já estava concentrado no projeto do Racing, eles fizeram muitos esforços para poder contar comigo e quando me disseram que iam trazer o Diego Milito, ele assinou e no dia a seguir assinei logo eu. Um craque que jogou no Inter que vinha em condições de disputar coisas importantes, não tive dúvidas que queria aquele projeto.
Bola na Rede: Quatro anos de Racing, em boa forma, mas eis que voltam as lesões…
Leandro Grimi: Sem dúvida quatro dos melhores anos da minha carreira, tenho um carinho enorme e muita gratidão para com o Racing. Apesar das duas lesões graves que tive senti sempre o apoio dos adeptos, do clube e dos meus companheiros. Foram períodos difíceis, mas não me deixei ir abaixo e aproveitei para fazer outras coisas, como ler. Sempre adorei ler e ia aproveitando para me informar sobre as lesões e ao mesmo tempo motivando-me para as superar, porque isto são batalhas, para além da física a mais importante é a psicológica e eu sempre lutei muito para estar ao mais alto nível nas duas.
Bola na Rede: Nesses anos em grande, ficaste com alguma mágoa de não ter representado a seleção nacional da Argentina?
Leandro Grimi: Tenho uma história curiosa em relação às minhas únicas possíveis chamadas à seleção, que envolvem as lesões de quando representava o Racing. Em dois anos diferentes tive a mesma lesão grave no joelho e nesses dois anos lesionei-me no Dia da Mãe e coincidiu com as duas vezes que ia constar na convocatória para poder representar o meu país. Foram azares muito complicados de gerir, mas como já disse, lido bem com o assunto, sempre tive um psicológico forte e não deixei que isso me afetasse.