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«Depois dos primeiros seis meses no Sporting, fui contactado para jogar no FC Porto» – Entrevista BnR com Leandro Grimi

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«Ainda hoje poderia estar a jogar, mas naquele jogo, quando recolhi ao balneário e me sentei sozinho a refletir, soube logo que aquele era o momento».

Bola na Rede: Mudas de clube, para o Newells Old Boys, onde tiveste a lesão mais complicada da tua carreira, que te impediu de estrear pelo clube?

Leandro Grimi: Sim, o Newells é o meu clube do coração, sou adepto desde pequeno e quando tive a oportunidade de poder assinar por eles não pensei duas vezes. Mas dois dias antes de começar o campeonato, um colega fez-me uma entrada um pouco mais agressiva e só não parti a tíbia por sorte. Havia muito sangue, mas fiquei com um hematoma interno e uma lesão entre a tíbia e o joelho. Não conseguia sequer andar. O problema destas lesões é que não há um tempo aproximado de paragem, tanto podia ser um mês como um ano e eu tive o azar de ficar muito tempo parado. Quando recuperei e poderia voltar a jogar, deparei-me com uma equipa técnica que tinha outras coisas em mente e não o pude fazer. No final de contas a decisão é sempre do treinador. Fiquei um pouco magoado, depois de tanto tempo, tanto trabalho, persistência para recuperar e de todos os meus colegas e dirigentes dizerem que merecia a estreia, a mesma foi-me negada.

Bola na Rede: Chegou a sair nas notícias que abdicaste de alguns meses de salário porque não podias ajudar o clube dentro de campo?

Leandro Grimi: Sim é verdade, o clube atravessava alguns problemas financeiros, tinha algumas dividas e eu não tinha qualquer problema em poder ajudá-los, aquele dinheiro não me fazia falta. Não queria que pensassem que estava ali por causa do dinheiro, nada disso, estava ali por causa do coração.

Bola na Rede: E por fim o regresso a onde tudo começou, o Huracan …

Leandro Grimi: E foi um regresso muito difícil de se concretizar (risos). Tinha tentado algumas vezes, mas por alguma razão sentia que não me queriam ali. Fui insistindo e perguntei, “O que é preciso eu fazer para regressar ao clube?”, porque se o problema era o dinheiro eu aceitava de bom grado baixar o salário, só queria regressar e terminar ali a minha carreira. Até que acabamos por chegar a um acordo e tive que fazer uma redução salarial enorme, fiquei com o salário mínimo de um juvenil (risos). Aceitei de bom grado, não estava ali pelo dinheiro, aquela era a minha decisão. Mas no primeiro no devido a alguns problemas, não chego a jogar muito…

Bola na Rede: O que se passou?

Leandro Grimi: O Huracan nesse ano tinha algumas dívidas para com a liga e enquanto não as saldasse estava impedido de inscrever jogadores. Então eu só podia competir na Copa Sul Americana, ia treinando e ajudando os jovens nos escalões de formação. Entretanto no segundo jogo da Copa eu pude competir, fiz um golo, fui eleito o melhor em campo e consegui demonstrar a toda a gente que estava ali para ajudar. No final do jogo vieram ter comigo e disseram-me “Leandro, temos de renovar o contrato”. Quando já podia jogar normalmente, apareceu o Covid (risos)…

Bola na Rede: A época do Covid foi especialmente difícil para ti, coincide com o nascimento da tua filha e não pudeste vir a Portugal?

Leandro Grimi: Sim, tal e qual, não consegui estar presente no seu nascimento, estava tudo fechado devido à pandemia. Graças à minha carreira, tive oportunidade, ao longo dos anos, de me relacionar e conhecer pessoas muito importantes e influentes de todos os ramos e nessa altura de desespero usei todos os contactos que tinha, desde pessoas do governo, embaixadores, trabalhadores do aeroporto e até pilotos de aviões (risos) e por mais que me quisessem ajudar não havia mesmo nada a fazer, tudo estava encerrado, a única solução seria pegar num barco a remos (risos). Mas por outro lado, estava tranquilo porque sabia que a minha mulher estava a ser bem acompanhada, tinha a sua família e tenho muito a agradecer à mulher do Acuña, só podia entrar uma pessoa a acompanhar e foi ela. Hoje é a madrinha da menina.

Bola na Rede: Quanto é que consegues regressar a Portugal e conhecer a tua filha?

Leandro Grimi: Praticamente um mês depois, estava ansioso, tinha muita vontade de a ver. Chego quando faltavam mais ou menos cinco dias para iniciar a pré-época com o Huracan. Preparei-me fisicamente durante toda a quarentena, falava sempre com o treinador e dávamo-nos bem, ele sabia o que tinha passado por causa da minha filha, compreendeu bem a situação e disse-me que poderia ficar em Portugal o tempo que precisasse. Em pouco mais de uma semana regressei à Argentina.

Bola na Rede: Quando é que surgiu aquele “click” de que era o momento certo para terminar carreira?

Leandro Grimi: No último jogo da época, quando a partida terminou, senti que era a altura ideal para acabar a minha carreira. Ainda hoje poderia estar a jogar, noutro clube ou até mesmo no Huracan, mas naquele jogo, quando recolhi ao balneário e me sentei sozinho a refletir, soube logo que aquele era o momento. Não contei a ninguém, porque no verão poderia mudar de ideias e querer voltar a competir, então fui deixando passar o tempo. Houve uma ocasião que me ligou o Lisandro Lopez (ex-FC Porto), a saber se eu queria ir para o Sarmiento de Junín, o clube que ele ia assinar e o treinador era o Israel Damonte que tinha estado comigo no Huracan, ainda ponderei, mas a decisão estava tomada. Escrevi a publicação que mais tarde iria publicar a anunciar a minha retirada, mostrei à minha mulher para saber se concordava e foi assim, decidimos que ficava por ali.

Flávio Fernandes
Flávio Fernandeshttp://www.bolanarede.pt
Licenciado em Ciências da Comunicação, o Flávio sempre foi um amante do desporto e um fanático pelo futebol. Com uma passagem pelos quadros de formação do FC Felgueiras 1932, preferiu pendurar as botas mais cedo e ir em busca da sua formação académica. Acompanha assiduamente o futebol internacional e não falha um único jogo do seu grande FC Porto.

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