Seremos sempre o clube que originalmente apostou no ecletismo; no entanto, isso, por si só, não nos garante que venhamos a ser eternamente o clube mais forte nessa vertente. Para que isso aconteça, temos que manter activa a aposta na formação de jovens – apostando também em jogadores de qualidade internacional –, e sobretudo tentar manter alguns dos grandes atletas que temos nos nossos plantéis para que se possam tornar porta-estandartes dos valores, da vontade de vencer, do ser Sporting, e passá-lo para os mais jovens e para os que chegam ao clube.
A actual direcção apostou muito forte em várias modalidades, construindo plantéis recheados de valor. No entanto, e apesar de até termos ganho alguns títulos internacionais, ainda que em ligas secundárias (são títulos que nos engrandecem), não conseguimos ser suficientemente consistentes para lutar em competições de regularidade contra grandes clubes que são agora referências nacionais em cada uma das modalidades. A qualidade existe, faltará apenas alguém que consiga passar a mística do clube e a importância que determinados jogos têm, fazendo os atletas sentirem-se obrigados a transcenderem-se para garantir a vitória. Apesar de algumas modalidades não estarem sob gestão directa do clube, ostentam o símbolo, que devem respeitar e ter orgulho em representar.
Ouvir jogadores a dizer “Somos Sporting, nada nem ninguém nos vergará” é bonito, sim senhor, e os adeptos gostam; mas preferimos quando demonstram isso em campo. Porque nós somos Sporting e queremos que lutem por nós, para nos darem alegrias com vitórias, e sobretudo atitude em campo.
Não podemos continuar a ser o clube do “deixa andar”, à espera que tudo se resolva por si só. É verdade que isso está a mudar com a atual direção, mas parece que ainda não chegou a todos. Todos têm de ter a noção de que sempre fomos, somos, e seremos o clube que tem de lutar sempre mais que os outros para ganhar, e por isso não pode haver relaxamento, descompressão ou descontracção até que o árbitro termine o jogo.