Londres, futebol e uma cabana: E agora Amorim, para onde vais comandante?

    Sporting

    Um bilhete de avião, uma viagem inesperada, um primeiro lugar indiscutível, uma época que promete terminar em beleza… Podia ser a sinopse de um filme de Quentin Tarantino, dirigido por um jovem cineasta português, que vem a escrever a sua história não no mundo do cinema, mas sim no mundo “da bola”. Rúben Amorim, de seu nome, treinador e comandante máximo das tropas leoninas, viajou “misteriosamente” sem mistério para Londres, naquela que poderá ter sido a viagem que vai decidir o seu futuro enquanto treinador dos leões, ou não… Será que o jovem treinador leonino foi apenas em turismo? Well ma boy, não me parece muito sinceramente…

    Já falei muito vezes de Rúben Amorim porque sou um admirador confesso, não só das características, mas essencialmente da personalidade do treinador leonino, porque consegue sempre encontrar espaço para dar mérito aos seus jogadores, para “fugir” a algumas armadilhas da comunicação social, para brilhar depois no relvado, com um futebol não tanto atrativo, mas muito eficaz.

    Amorim é o treinador que espelha perfeitamente aquilo que foi o seu registo como jogador, discreto, sempre atento e a tentar aprender mais, eficaz, a falhar muito pouco, e sempre, mas sempre, coerente e ciente do seu lugar e das suas capacidades. Para ser muito sincero, esta viagem misteriosa a Londres surpreendeu-me bastante, e até o próprio Rúben já admitiu o seu erro nesta fase ainda tão precoce de decisões para o que resta de uma temporada que pode ser de sonho. Não achei que fosse coerente com todo este registo que Rúben tem tido ao longo da sua carreira, mas é a prova de que os melhores também erram.

    Ruben Amorim a falar com Coates, capitão do Sporting
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Acredito que podia e devia ter esperado pelo final da época para decidir o seu futuro, não que as pessoas tenham sequer de opinar “isto ou aquilo” sobre o futuro de alguém que tem toda a legitimidade para o decidir sozinho, mas porque acho que ficou mal na fotografia sem necessidade absolutamente nenhuma. Bem, mas vamos realmente ao que interessa! Quando penso em Londres, e em futebol, vêm-me à cabeça dois nomes: West Ham e Chelsea.

    Quando penso em Inglaterra numa perspetiva geral, ainda acrescento, pois claro, o nome do incontornável Liverpool. Todos os outros grandes clubes da tão famosa Premier League estão bem guiados, por isso a aposta lógica de qualquer amante de futebol estará entre estes três destinos. 

    E qual será o destino “tailor made” para Amorim? 

    De todos estes clubes, é lógico que eu, e provavelmente todos nós, gostaríamos de ver Rúben Amorim a pisar o mítico relvado de Anfield Road como manager do Liverpool. Se isso vai acontecer? Sinceramente já acreditei mais neste possível desfecho positivo entre as partes, porque aos poucos, sinto alguma distância por parte da turma dos “reds”.

    Depois temos o West Ham que, provavelmente, seria o destino mais “seguro” para Amorim, porque tem muito menos pressão que nos outros dois clubes. Nos “hammers”, tal como nos reds, o tempo e a margem de manobra para um treinador existe, é real, por isso é uma clara vantagem para qualquer treinador que queira assumir um projeto desta dimensão. No entanto, e como já referi, o West Ham é um projeto “de entrada” no universo maior do futebol inglês, e a pressão é bem menor do que nos outros dois projetos. 

    Mas conhecendo aquilo que é Rúben Amorim, a pressão existe sempre e os desafios são para ser encarados sem medos, por isso, e ainda que não me pareça de todo o destino ideal, tenho de mencionar o Chelsea nesta lista, até porque, e isto é apenas uma opinião pessoal, acredito que os “blues” possam mesmo ser a equipa que está mais perto do treinador dos leões nesta fase.

    A necessitar de uma reestruturação profunda, o Chelsea tem um plantel interessante, muito vasto, composto por jogadores de elevada qualidade, mas órfão de uma grande estrela, como foi, em tempos, Eden Hazard. Ainda que o Liverpool seja um clube estratosférico, a pressão maior encontra-se, a meu ver, no lado do Chelsea, porque é e sempre foi um clube que quer ganhar rápido, sem querer planear, estruturar e dar tempo a um treinador jovem. É arriscado assumir o comando técnico dos blues? Sim, sem dúvida que é, mas e se corre bem?

    No cômputo geral, eu próprio tenho muitas perguntas. Será que, se Rúben Amorim for o sucessor de Jurgen Klopp nos “reds”, vamos ver um Liverpool com três centrais? Será que o Chelsea vai voltar a jogar nesse esquema? Será o West Ham um “contender” à vitória na Premier League? Perguntas interessantes, que apenas Rúben Amorim poderá responder, certo é que, nesta fase, a saída do Sporting parece mais provável que a permanência… E tanta falta que nos vais fazer jovem Rúben, a nós, amantes do desporto rei em Portugal, e a mim como jornalista, que tenho o prazer de falar contigo algumas vezes sobre futebol, numa perspetiva leve e agradável, como só tu sabes.

    Obrigado por todo o caminho desenhado e percorrido até aqui, agora a bola está do teu lado, mas espero que escolhas bem. Depois diz-me como correu, eu vou acompanhando as vitórias, porque tenho a certeza que vais arrasar, em Londres, Liverpool ou noutro sítio qualquer do mundo.

    “Good luck” em Terras de Senhora Majestade, Rúben Amorim!

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    Bernardo Santos
    Bernardo Santoshttp://www.bolanarede.pt
    Licenciado em Comunicação Empresarial e Relações Públicas, é um apaixonado por futebol desde tenra idade. O jovem natural de Tomar, mas residente em Lisboa, é um poço de sonhos por realizar, sendo que ser uma voz ativa no mundo do futebol é um deles! Comunicador, simpático, bem humorado e cheio de energia, assim é o Bernardo! Para solidificar os seus conhecimentos no desporto rei, completou os níveis I e II de Scouting no futebol, para além de uma formação de Team Manager. Atualmente, trabalha no departamento de comunicação internacional de uma grande empresa e divide o seu tempo entre as suas paixões e os seus vícios.