Dar ao próximo é um ato de bondade, mas dar a quem não seja tão próximo também ilustra uma situação na qual se pratica o Bem. Jesus disse que “há mais felicidade em dar do que em receber” porque “Deus ama a quem dá com alegria”. Contudo, relega completamente a ação de emprestar em troca de lucro, prática que traduz altruísmo. Em Portugal, se emprestar um garfo, não obtém um faqueiro completo. E, se emprestar 20 euros, está a dadivar ingenuamente. No fundo, cumprimos mais do que o que nos ensinam.
Nuno Mendes ludibriou Jesus Cristo e fugiu com as suas profecias. Ao que parece, o Sporting CP receberá uma boa quantia pelo empréstimo do lateral-esquerdo ao PSG. A moralidade do empréstimo continua intacta. Se o Criador fosse contemporâneo de Nuno Mendes, alterava metade dos escritos bíblicos. A menos que o clube francês tenha, por hábito, presentear tudo e todos.
Futebolisticamente escrevendo, emprestar um jogador denota uma estratégia simpática de dizer “nós adoramos cozinhar e fazer bons petiscos com os alimentos que possuímos, mas tu ainda nem descongelado estás”. O público, quando enxerga qualidade no mártir, tende a alegrar-se porque “o jogador vai rodar, ganhar ritmo e espírito competitivo noutro lado com o objetivo de se tornar opção viável no clube”. Alguns até aprendem malabarismos novos, passam a exercer a sua tutela quando regressam e espantam a massa adepta. O futebol tem destas coisas.
Para 2022/2023, Rúben Amorim poderá convocar alguns dos talentosos Sebastiões a integrar a equipa principal do Sporting novamente. Segue, sem preferência ou ordem, uma mera contribuição.