O Sporting Clube de Portugal tem vivido um período atribulado nos últimos tempos, dentro de campo. Um dos fatores que leva a isso é a instabilidade defensiva. É esse tema que irei focar nas próximas linhas.
Os leões já disputaram 33 partidas esta temporada, tendo sofrido 34 golos, ou seja, tem uma média superior a um golo sofrido por jogo. Como é fácil de perceber, estes números são graves para uma equipa que quer ser candidata ao título. No que toca apenas ao campeonato, a comparação com a época passada é ainda mais escandalosa. Nos vinte encontros realizados esta temporada na Liga NOS, o Sporting já sofreu mais golos do que em todo o campeonato passado. Desde agosto, os “verde e brancos” já sofreram 22 golos no campeonato, perante os 21 da temporada transata. Isto explica muito do insucesso leonino nesta Liga, pois os dois outros candidatos (Benfica e FC Porto) têm, juntos, 23 golos sofridos. Quer isto dizer que o Sporting tem quase tantos golos sofridos esta época na Liga como os dois rivais juntos. Algo impensável no início da temporada.
Mas afinal, o que é que mudou em relação à época passada? No papel mudou pouca coisa, dado que a defesa do Sporting no final da época passada era composto por jogadores que permanecem no clube esta época, com Rui Patrício na baliza, Schelotto na direita, Zeegelaar na esquerda, e Coates e Ruben Semedo como centrais. Assim sendo, esta quebra pode ter sido motivada por fatores como a quebra de forma dos jogadores ou o falhanço tático e estratégico do treinador na abordagem às partidas. Se, por um lado, é claramente visível que Marvin Zeegelaar não tem capacidade para ser o lateral esquerdo de uma equipa grande, também é verdade que a culpa pode ser do treinador. E porque é que pode ser do treinador? Porque não foram só estes jogadores que compuseram os quartetos defensivos do Sporting esta época. Nos 33 jogos que os leões já fizeram esta temporada, já vimos Beto e Rui Patrício na baliza, João Pereira, Schelotto e Ricardo Esgaio como laterais direitos, Paulo Oliveira, Coates, Ruben Semedo e Douglas como centrais, Jefferson, Zeegelaar, Bruno César e o mesmo Esgaio como laterais esquerdos. Assim sendo, a culpa não pode ser só dos jogadores.