Se não os podes derrotar, junta-te a quem pode

No fim do dia, ou melhor, no início do dia seguinte, toda esta situação foi escamoteada pela comunicação social. Não viesse o Sporting reclamar e seria mais um lindo dia neste paraíso que é o futebol português, em que tudo é perfeito. E convenhamos, terem agora, neste jardim de rosas, um troglodita que tenta retirar da ordem toda esta beleza, não é conveniente. Então fora com esse monstro que não faz cá falta nenhuma para estragar a paz que se vive. A verdade é que já há sportinguistas (ou sempre houve, porque são sempre os mesmos que aparecem nestes momentos menos bons) a seguirem esta música tocada por um qualquer flautista de Hamelin, e querem já despedir tudo e todos, sem que se apercebam que essa melodia só os levaria para o penhasco de onde ainda há pouco tempo um qualquer troglodita os retirou. Há “ratos” que nunca aprendem.

A esses, quero dizer que a chegada ao sucesso pode ser percorrida por vários caminhos e nenhum deles é curto ou fácil. Todos dão trabalho e levam tempo a percorrer, com muitas pedras próprias desse mesmo trilho, ou que sejam atiradas por outros. Quem critica a cada derrota ou empate não está a pensar no que está a ser construído para ter algo consistente a longo prazo, estão antes a pensar que vão passar uma semana triste e a “levar” com as piadas dos adversários, em vez de poder ser ele a fazer piada para os outros. Isso não é estar preocupado com o Sporting, é estar preocupado com os outros. E esses outros só merecem a nossa atenção quando nos atacam e tentam desviar-nos do nosso caminho para o sucesso. E quem pensa que esse caminho se percorre unicamente jogando mais que o adversário em campo então deve ter estado hibernado nos últimos trinta anos. E mesmo recordando só alguns dos últimos jogos do Sporting deu para perceber. Já para os nossos adversários tem bastado jogar pouco mais que nada para ganhar. Por isso pergunto: quanto mais teremos que jogar que os nossos adversários para conseguirmos ganhar? É que a resposta “até ao infinito” é humanamente impossível, e é disso que estamos a falar.

Bas Dost é um dos homens que pode levar o Sporting a bom porto Fonte: Sporting CP
Bas Dost é um dos homens que pode levar o Sporting a bom porto
Fonte: Sporting CP

Outros têm a sorte de todas as bolas entrarem, a sorte de poderem jogar com as mãos, a sorte de sempre cair uma bola do céu no último minuto para entrar na baliza adversária, a sorte de qualquer remate feito que sofra um desvio deixando o guarda-redes adversário fora do lance (sim, o lance do segundo golo bateu na cabeça do João Pereira antes de ir para a baliza). E quanto a isso dir-me-ão que tem que se trabalhar para merecer a sorte, e a esses digo que é o que está a ser feito. O problema é que houve outros que chegaram primeiro a esse centro onde se “trabalha” para a sorte, e para lhes roubar o lugar vai ser complicado. Mas demos tempo ao tempo. Algum dia chegará a nossa vez. É que como já devem ter percebido, no futebol português e não só, ou queremos ter o orgulho de sermos honestos, ou o de ganharmos títulos. É que, como se pode ver pelas ultimas largas décadas do futebol português, uma invalida a outra. E se optarmos pela honestidade estaremos a combater com armas muito desiguais. (Um dos passos a dar é chamar a nós alguns órgãos que nos têm sido adversos e tentar mudar isso – exemplo: CMTV e a entrevista dada esta semana pelo presidente).

Assim sendo, e enquanto não temos as mesmas armas que os outros, vamos continuar a lutar até ao fim, e obrigar os nossos adversários a lutar até ao limite para conseguirem as suas faixas. Pode haver quem as queira entregar no Natal, mas vamos tentar adiar isso para o Carnaval, ou mesmo para a Páscoa. E se entretanto a sorte chegar, talvez até as faixas possam acabar em Alvalade.

Quero deixar ainda uma nota final, relativamente ao que foi considerado o segundo melhor guarda redes do mundo. E sabendo quem ficou em primeiro, é quase como ficar em primeiro, porque Buffon é já estratosferico. Quero dizer a um “gosmento” ex-vice que, se foi na selecção que o Rui Patrício ganhou visibilidade internacional, é porque lá está. E se lá está é pelo trabalho de qualidade que fez no Sporting e a ajuda que o clube lhe deu para se tornar um dos melhores. Bem sei que aquele sorrisinho de hiena é simplesmente para disfarçar a dor na parte frontal do crânio, mas se querem os méritos trabalhem para eles. Porque nisto não há APAF’s nem interesses empresariais ou políticos que resolvam. Podem vendê-los por milhões, mas no fim, quando se passar o algodão, se verá onde está a qualidade.

Foto de capa: Sporting Clube de Portugal

Nuno Almeida
Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.

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