«Sou o único português com dois Torneios de Toulon» – Entrevista BnR com Luís Lourenço

    – Nélson, o rei da brincadeira no balneário –

    Bola na Rede: E a estreia pelos seniores?

    Lourenço: Foi em dezembro, num inverno rigoroso, em Alverca. Empatámos 0-0. Foi uma infelicidade de uma lesão do Niculae, que tinha feito uma rutura de ligamentos e esteve de fora sete ou oito meses, e também infelicidade do Jardel que tinha sido expulso no jogo anterior com o Porto. Ficaram praticamente sem avançados, estava só o João Pinto e foi a minha oportunidade de me poder estrear. Foi sol de pouca dura, porque em fevereiro acabei por me lesionar no ligamento e foi um sonho todo por água abaixo, numa altura em que estava a começar a engrenar e a ser uma aposta mais sólida do mister Boloni.

    Bola na Rede: Como é que ele era como treinador?

    Lourenço: Era um treinador típico. Ele falava francês, mas era romeno, e era um treinador muito exigente, gostava das coisas com muita perfeição. Era rígido quando falhavas ou não fazias aquilo que ele queria, mas também sabia valorizar o jogador. Quando tinha que dar uma palmada no ombro e dar uma moral também dava.

    Bola na Rede: Quem eram os líderes de balneário nesse Sporting?

    Lourenço: Os mais velhos: Pedro Barbosa, Rui Jorge, Paulo Bento, João Pinto, Nélson, Beto, o próprio Jardel. Ainda apanhei o Schemeichel, Acosta, André Cruz. Tudo bons líderes.

    Bola na Rede: E os líderes da brincadeira?

    Lourenço: Isso é o Nélson, sem dúvida. Ainda hoje é o rei das brincadeiras. Aquilo não lhe escapava nada, desde praxes aos novatos…

    Bola na Rede: O que é que faziam aos novatos?

    Lourenço: Era tudo, mandar o sabonete para o chão para ver se ele ia buscar, fingir que era gay, andava aos beijinhos e a correr atrás deles.

    Bola na Rede: É engraçado, não tinha ideia que ele fosse assim.

    Lourenço: É. O Liedson foi uma das grandes vítimas do Nélson quando chegou ehehe. O Nélson apresentou-se e queria dar-lhe dois beijinhos, depois andou a correr atrás dele a dizer “Está-me estranhando? Dá-me um beijinho.” [Lourenço ri-se a bom rir].

    Bola na Rede: Falei com um antigo colega teu no Sporting. Posso perguntar-te pela história do Baidek quando estavas na equipa B?

    Lourenço: [Lourenço parte-se a rir] Quem foi?

    Bola na Rede: Miguel Vargas. Falei com ele e disse-me para te perguntar por essa história.

    Lourenço: [Lourenço continua a rir-se] Essa do Baidek é muita gira, ainda hoje fartamos de nos rir com essa. Isso foi na equipa B, eu dividia quarto com o Vargas e o Vasco Matos. Fizemos uma entrevista, a fingir que era o Record, e ligámos ao Baidek por causa de um jogador que ele estava a tentar fazer negócio, não sei se com o Sporting ou outro clube em Portugal. O Vargas ligou e disse ao Baidek que era não sei quem do jornal não sei de onde, e como está o negócio do jogador tal.

    Bola na Rede: E o Baidek?

    Lourenço: Ele respondeu a tudo, a dizer “Estamos a negociar e está muito difícil, estamos a tentar fazer, mas assim que eu tiver informação eu falo”. O Vargas continuou numa lengalenga e ele também a responder. Até que no fim, fez de conta que a chamada estava a cair e começou aos altos gritos “BAIDEK! BAIDEK!”. E o Baidek: “Oi? Oi? Não estou ouvindo.” Foi só rir e a partir daí ficámos o grupo dos Baideks, ainda hoje nos tratamos por Baidek.

    Bola na Rede: Outra coisa que o Vargas me contou: é verdade que o teu joelho às vezes “bloqueava”?

    Lourenço: Éééé, isso é brincadeira dele. Na altura tinha tido um problema no joelho que devia ter resolvido com cirurgia, mas o doutor achou que não era preciso porque dava muito bem para continuar a treinar e a jogar. Eu tinha uma massa muscular muito densa e normalmente quem tem isso é meio caminho andado para não ter problemas no joelho. Com massa muscular conseguimos que o joelho esteja salvaguardado, o nosso peso todo do corpo vai para os joelhos. E às vezes, sem querer, numa jogada ou outra o joelho bloqueava e os massagistas já sabiam que aquilo devia ser o menisco que saía do sítio ou assim. Mas bastava ali um jeitinho dos ortopedistas ou massagistas. Quando aquilo saía, doía e eu dizia aos gritos que o joelho tinha bloqueado e não conseguia dobrar.

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