Sporting CP 2-0 FC Famalicão: Vitória suada na antecâmara do clássico

    CRÓNICA: TIVESSE O FAMALICÃO MAIS EFICÁCIA, A HISTÓRIA SERIA OUTRA

    No Estádio José Alvalade, entraram em campo duas equipas em campeonatos distintos: o Sporting, já conhecedor da vitória do FC Porto, não queria perder mais pontos antes de enfrentar os dragões na próxima jornada; e o Famalicão, que tentava fugir da zona de despromoção e só perdera um dos últimos cinco jogos.

    O Famalicão – que contou com um ótimo apoio dos seus adeptos – começou por cima, assustando logo aos dois minutos com um remate desenquadrado de Bruno Rodrigues. Pouco depois, Marín derrubou Paulinho na grande área, penálti para o Sporting, convertido com sucesso por Sarabia – este seria o único remate dos da casa na primeira parte.

    Os famalicenses não se foram abaixo e por muito tempo controlaram o jogo – progrediam bem no terreno, pressionavam e recuperavam bolas em zonas avançadas do terreno (Feddal sentiu muito esta pressão), mas só incomodaram Ádan ao minuto 29, com um remate de Teixeira.

    Por seu lado, os leões mostraram muita coesão defensiva e, a tempos, conseguiram dominar a posse de bola, mas criaram muito pouco perigo.

    E quando todos se preparavam para o intervalo, Porro cometeu penálti sobre Pêpê; o melhor marcador do Famalicão, Banza, assumiu a responsabilidade do momento, mas permitiu uma excelente defesa de Ádan e Alvalade explodiu de alegria.

    O Sporting começou melhor na segunda parte, teve mais bola, foi mais incisivo e rematou mais, mas um remate de Teixeira aos 51 minutos ainda deixou os leões em alerta. De seguida, Porro viu o cartão amarelo e por isso falhará o jogo frente ao FC Porto.

    Pouco depois da hora de jogo, Marín fez um atraso muito arriscado para Júnior, proporcionando uma oportunidade desperdiçada por Esgaio. Mas, no consequente canto, Matheus Reis fez o 2-0 com um remate indefensável de fora da área.

    Depois, o jogo ficou mais calmo, sendo que os principais destaques foram a saída de Pote com queixas físicas, e o regresso mais aguardado da noite – após 1988 dias, Slimani voltou a jogar pelo Sporting e foi muito aplaudido pelos adeptos presentes.

    Até ao final do jogo, o Famalicão bem tentou encostar o Sporting à parede, mas os pupilos de Rúben Amorim souberam defender bem o resultado e ainda criaram algumas ocasiões de perigo. Mantêm assim a diferença de seis pontos para o Porto, enquanto que o Famalicão ainda pode terminar a jornada no 17º lugar.

     

     

    A FIGURA

    Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Solidez defensiva do Sporting – Por ter feito cinco defesas (uma delas a um penálti), Ádan tem muito crédito nesta vitória, mas toda a linha defensiva do Sporting fez uma exibição exemplar, não permitindo que nenhuma jogada do Famalicão se materializasse em golo.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Adrián Marín – Jogo muito infeliz do ala espanhol, já que esteve envolvido nos dois golos do Sporting: fez a falta que originou o penálti do primeiro, e provocou um canto desnecessário que levaria ao segundo tento.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Alinhando no seu já conhecido 3-4-3, era uma imposição tática que não se alterava, independentemente do momento do jogo.  A equipa teve dificuldades iniciais na construção de jogo, apostando (e tendo sucesso) em bolas longas e rápidas combinações para tentar criar perigo.

    Na segunda parte, um maior domínio territorial permitiu à equipa criar mais perigo e confirmar a sua vitória.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Adán (8)

    Gonçalo Inácio (7)

    Coates (7)

    Feddal (5)

    Pedro Porro (6)

    Palhinha (6)

    Matheus Nunes (7)

    Matheus Reis (7)

    Sarabia (7)

    Pedro Gonçalves (5)

    Paulinho (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Esgaio (6)

    Ugarte (6)

    Tabata (6)

    Slimani (6)

    Nuno Santos (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC FAMALICÃO

    Desde cedo, os famalicenses aplicaram uma pressão altíssima sobre o Sporting, recuperando diversas bolas no meio-campo adversário. Quando construíam desde trás, avançavam bem no terreno através de combinações e movimentações rápidas.

    Partindo de um 3-4-3 semelhante ao do Sporting, o Famalicão atacava com uma linha avançada de quatro ou de cinco jogadores, procurando assim prender a defesa leonina e prevenir uma pressão alta efetiva do adversário.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Júnior (7)

    Penetra (6)

    Riccieli (6)

    Alex Nascimento (6)

    Ivo (7)

    Pêpê (6)

    Pickel (6)

    Adrián Marín (4)

    Teixeira (7)

    Bruno Rodrigues (7)

    Banza (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Cádiz (6)

    Gustavo Assunção (-)

    Ibrahim (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Sporting CP

    BnR: No jogo de hoje (sobretudo na 1ª parte), o Sporting foi mais vezes obrigado a jogar em profundidade, ou em combinações rápidas entre os seus jogadores para avançar no terreno, pergunto-lhe se isso foi algo que tentou corrigir ao intervalo, se tentou que a sua equipa tivesse mais controlo do jogo e mais tempo para conseguir construir jogo desde trás?

    Rúben Amorim: Sim, obviamente que nós vemos o jogo e damos essas indicações, por vezes corre bem, outras vezes não tão bem. Sabíamos que o espaço estava lá à frente do Paulinho porque o Pickel, assim que metíamos a bola ali nos centrais, o Pickel saltava no Matheus Nunes. Como todos os treinadores fazem, nós vamos tentando passar aos jogadores as ideias que estamos a ver no momento.

    Eu acho que sinceramente somos justos vencedores, mas faltou-nos energia e isso vem muito da sequência de jogos e o que eles precisam, já pediram na semana passada, é de uma folga, treinar amanhã quem não jogou. Precisam de uma folga, é a melhor maneira de preparar, eles precisam de voltar a ter energia e vamos ter energia na sexta-feira.

    FC Famalicão

    BnR: Na primeira parte o Famalicão controlou a posse de bola durante largos períodos de tempo, fez boas combinações para avançar no terreno, fez mais remates e aplicou uma pressão alta muitas vezes eficaz; já na segunda parte, apesar da sua equipa nunca ter deixado de procurar o golo, o Sporting acaba por se superiorizar um pouco mais e conquistar a vitória. Considera, por isso, que este foi um jogo com duas partes distintas?

    Rui Silva: São duas partes distintas porque não podemos ignorar o que foi falhar um penálti, podíamos ter logo empatado e acabámos por perder o jogo. Acaba por ser uma motivação extra para a equipa do Sporting conseguir entrar mais forte na segunda parte. Obviamente que houve quebras energéticas que tivemos devido à alta pressão que efetuámos no jogo, devido à manutenção de posse que mantivemos e dos movimentos de profundidade que exigimos aos nossos jogadores, os nossos laterais sempre a trabalhar de uma forma constantemente forte. Isto obviamente repercute-se numa quebra energética nos nossos jogadores.

    No momento de jogo em que fizemos as substituições, acho que conseguimos voltar, em determinado momento de jogo, a entrar na disputa do resultado. Não aconteceu e aí, acho que é esse o motivo de se distinguir as duas partes.

     

     

     

     

     

     

     

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    Afonso Viana Santos
    Afonso Viana Santoshttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto faz parte da sua vida. Adora as táticas envolvidas no futebol europeu e americano e também é apaixonado por wrestling.