Sporting CP como eterno terceiro é o objectivo? E mesmo esse será garantido?

    Mais uma época futebolística que está a acabar e, como em anos anteriores, o Sporting CP tenta conservar o terceiro lugar, “o seu lugar” como ouvi alguns adeptos rivais dizer. Já os adeptos sportinguistas pouco mais têm a argumentar além da enorme História que o Clube conseguiu construir.

    O problema da História é que esta ficou no passado e não nos garante vitórias para o futuro. Pode dar outro suporte ao clube, permitindo-lhe construir um futuro mais promissor que outros clubes menos ricos em passado glorioso, no entanto só com competência de quem dirige o clube e a entrega e identificação dos atletas que o representam, poderá continuar a construir e valorizar a sua história.

    O passado glorioso, por si só não nos garante nada, por isso, de pouco nos vale andarmos a apregoar que somos um clube grande pelo passado que tivemos.

    Depois temos a questão de comparação com a grandeza, a história, e as conquistas dos nossos rivais. Se a grandeza se mede pelas conquistas, uns serão maiores que outros, e se deixarmos de ganhar, comparativamente aos adversários, deixaremos de parecer tão grandes, podendo mesmo começar a ver outros aproximar-se (ainda que para isso tenham muito para ganhar).

    Há uns anos a esta parte temos tido vários presidentes de clubes a tentar equiparar-se ao Sporting CP. CD Nacional, Marítimo SC e mais recentemente SC Braga, têm tentado implementar o “SoundByte” de serem do mesmo campeonato do Sporting CP. E a verdade é que os dois primeiros não se aguentaram a acompanhar o “nosso” campeonato, no entanto o terceiro tem crescido, principalmente em termos de qualidade futebolística, ficando apenas a faltar os títulos.

    De qualquer forma, todos os clubes tentam construir a sua história e valorizá-la com títulos, pelo que, a manter este ritmo de conquistas, daqui a uns anos o Sporting CP pode ver algum dos pretendentes ao pódio aproximar-se.

    A sorte do clube leonino é que os outros clubes sofrem do mesmo problema para conseguirem amealhar troféus. É que em Portugal há dois “eucaliptos” que deixam todos os que os rodeiam na seca. Portanto, não será fácil outro clube sequer aproximar-se do número de títulos conquistados e expostos no museu de Alvalade. No entanto, espero que o nosso presente não passe de ser o eterno terceiro para ser o eterno quarto, porque apesar de tudo, o terceiro ainda nos traz vantagens que o quarto não traz.

    Custa estar aqui a defender que um clube como o Sporting CP, com milhares de sócios (agora menos alguns), esteja preocupado com um terceiro lugar que apenas dá acesso a uma Liga Europa que dá aos clubes pouco mais que peso no calendário. Custa estar preocupado em assegurar os primeiros dos últimos (o segundo lugar ainda dá possibilidade de acesso a uma Liga dos Campeões que possibilita acesso a muitos milhões de euros, essenciais à sobrevivência dos clubes portugueses). Custa perceber que para além do tão mal-amado fosso do estádio Alvalade XXI, vemos também aumentar o fosso entre nós e os outros dois crónicos vencedores do campeonato Português.

    O terceiro é melhor do que o quarto? Não me parece. Mas infelizmente, como numa corrida de ciclismo (que também já deixámos de ter) encabeçamos agora o grupo perseguidor. Porque o grupo líder já vai longe e não parece possível de alcançar, pelo menos se mantivermos este percurso, esta liderança e esta mentalidade de nos contentarmos com um mal menor.

    O Sporting CP não pode continuar a viver do passado. É imperioso voltar a ganhar, e de uma forma regular.

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    Nuno Almeida
    Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.