Sporting: O clube mais português de Portugal

    O CIES (observatório do futebol) desenvolveu um estudo que revelou que o Sporting CP é o clube da Liga Portugal que nas primeiras sete jornadas deu menor utilização a jogadores estrangeiros.

    Este estudo conduzido pelo observatório do futebol refere-se a jogadores estrangeiros como atletas que fizeram a sua formação fora de Portugal, ou seja, o Jovane apesar de ter nacionalidade cabo-verdiana não conta como estrangeiro dado que praticamente toda a sua formação como futebolista foi feita ao serviço de um clube português.

    Jovane Cabral Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Aposta na formação

    O Sporting CP é conhecido internacionalmente pela sua formação. Da academia de Alcochete têm saído grandes valores para os maiores palcos do futebol. Neste momento o plantel principal conta com muitos produtos da academia. Dos 31 atletas que fazem parte da equipa de Rúben Amorim, 14 foram formados pelo clube. Este valor corresponde a 45%, ou seja, quase metade do plantel foi formado em Alcochete. É uma percentagem assinalável.

    Desde a entrada de Amorim que a aposta nos jovens cadetes de Alcochete foi reforçada. Na temporada transata o Sporting sagrou-se campeão nacional após 19 anos sem o conseguir fazer. E alcançar este objetivo há muito desejado com 18 produtos da academia no plantel, 41% dos jogadores da equipa, torna esta conquista brilhante, um feito magnífico aos olhos dos sportinguistas. Este êxito só vem reforçar a ideia de que os leões têm uma das melhores formações em Portugal, se não a melhor, e inclusive uma das melhores a nível mundial.

    Sporting
    Fonte: Bola na Rede / Sebastião Rôxo

    Contratar em Portugal

    Para além da forte aposta na formação, os leões têm também frequentemente muitos portugueses ou jogadores formados em Portugal nos seus quadros. Em sete das últimas dez épocas, o Sporting teve sempre 50% ou mais de jogadores formados no país no plantel.

    Nas últimas 10 temporadas os verdes e brancos tiveram em média 57% de jogadores formados em território nacional. A temporada 18/19 foi aquela em que os leões tiveram uma menor representatividade (38%). Já a corrente época é a de maior com 68%.

    Esta aposta não é de agora, já vem de trás, mas foi definitivamente fortalecida com a contratação de Amorim. Olhando para estes dados é inegável que o clube de Alvalade contribui e muito para valorizar o produto português.

    E os outros grandes?

    O SL Benfica e o FC Porto apostam substancialmente menos no produto português. Nos encarnados, 74,5% dos 630 minutos foram disputados por jogadores estrangeiros, colocando-os no terceiro lugar como clube que mais minutos concedeu a jogadores formados fora de Portugal. Atrás dos vermelhos e brancos só estão Portimonense SC e Boavista FC. O Porto surge no quinto lugar com 68,1% dos minutos jogados até à sétima jornada a serem disputados por estrangeiros.

    Os outros grandes estão bem longe dos verdes e brancos, que dos 630 minutos correspondentes às sete primeiras partidas do campeonato somente concederam 38,4% (a menor percentagem da Liga Portugal) desses minutos a jogadores não formados em Portugal.

    As águias nos últimos 10 anos tiveram em média 44% de jogadores formados no país nos seus quadros. No caso dos dragões essa média é de 41%, a pior dos três grandes. Os azuis e brancos registam também a época de menor representatividade de jogadores formados em Portugal, comparativamente aos clubes do sul do país, com 26%, na época 14/15. A pior do clube da luz foi de 35%, tendo-se dado por duas vezes, na temporada de 12/13 e na de 17/18.

    O sustento da nação

    Quando muitas vezes vemos a seleção das quinas com mais jogadores do Sporting do que qualquer outro clube será certamente por esta razão. O clube de Alvalade opta pelo produto português e valoriza-o, conduzindo-o à defesa do país à beira-mar plantado. Embora muitos clubes portugueses optem por apostar em jogadores estrangeiros para obter sucesso, a verdade é que o Sporting Clube de Portugal provou que o que é nacional é bom, e foi com cerca de 59% de jogadores formados no país que se sagrou campeão nacional.

     

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    Miguel Amaral Rodrigues
    Miguel Amaral Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    Desde que se lembra que o Miguel joga à bola. Sentiu sempre uma ligação com a redondinha. Com 7 anos de idade começou a ir a Alvalade e desde então é raro falhar um jogo. Aos 13 iniciou a sua carreira no futebol federado. E para sua tristeza, há cerca de dois anos pendurou as botas. Mas não largou a maior paixão que tem na vida. Estuda jornalismo na ESCS e é por intermédio da comunicação que quer acompanhar o futebol daqui para a frente.