1º – Número 1
A posição de guarda redes sempre foi uma das que me fascinou mais no desporto, em particular no futebol. O guarda redes é o ser solitário que pode passar noventa minutos sem fazer nada de relevante, mas depois vê-se com a difícil tarefa de ter de segurar uma vantagem nos descontos de uma partida, às vezes no único lance em que é chamado a intervir.
No Sporting, tivemos nos últimos vinte anos, dois enormes guarda redes a envergar esta camisola: Peter Schmeichel e Rui Patrício. O dinamarquês, o “Grande Gigante” como me habituei a chamá-lo, foi o melhor guarda redes que vi jogar em toda a minha vida. Já o admirava dos pequenos resumos que via do Manchester United e ainda hoje me perco em vários vídeos de defesas suas no Youtube. Nem quis acreditar quando noticiaram que ele, campeão europeu pelo Manchester United, viria reforçar o Sporting. Era um guarda redes sempre destemido, que tinha uma grande classe e uma liderança absoluta sobre os seus defesas. A sua experiência e enorme segurança foram dois trunfos importantíssimos para o título conquistado em 1999/2000.
Atualmente, temos o melhor guarda redes português, melhor do último Europeu de seleções e um dos melhores do mundo, conforme fica comprovado pela sua presença entre os trinta nomeados para a Bola de Ouro. Rui Patrício, que se estreou pelo Sporting com um penálti defendido nos Barreiros, é uma das maiores referências do Sporting neste século, um dos melhores guarda redes da história do clube, equiparado a nomes como João Azevedo, Joaquim Carvalho, Vítor Damas ou o supracitado Peter Schmeichel. Já venceu o Prémio Stromp e o prémio Leões Honoris Sporting, o que prova bem a sua importância dentro do clube. Talvez seja, dos que vi jogar, o jogador com mais amor ao Sporting. Foi criticado pelos adeptos e apenas respondeu com trabalho, foi a principal figura do Sporting na altura em que era preciso segurar a equipa nos piores anos da sua história e é um dos capitães, sendo respeitado por todos no balneário. É o jogador que está há mais tempo de forma consecutiva na equipa principal e é, para mim, a maior referência do Sporting atual.
Foto de capa: Sporting Memória