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Arsenal FC 3-1 AC Milan: ‘Quartos’ reservados para os ‘gunners’

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Arsenal e Milan encontraram-se uma semana depois da vitória londrina em Milão, tendo os rossoneri ainda esperanças em virar a eliminatória. Para conseguir esse feito, Gattuso apostou no português André Silva a titular, ele que deu a vitória nos descontos à sua equipa, no passado domingo.

O jogo começou, precisamente, com uma oportunidade do português, mas este rematou às malhas laterais. Ainda nos primeiros dez minutos, infelicidade para Koscielny, a figura do jogo da primeira-mão, que teve de ser substituído. O Arsenal tentava gerir os ritmos de jogo, não deixando que este se agitasse muito, como era intenção dos italianos.

O jogo animou por volta da meia hora de jogo. Primeiro, num contra-ataque, Welbeck testou Donnarumma. O Milan ia respondendo, trocando a bola no meio campo dos Gunners e foi nesta sua melhor fase do jogo que inaugurou o marcador. Um remate potentíssimo de Çalhanoglu não deu a mínima hipótese a David Ospina, para gaudio dos milhares de adeptos rossoneri. No entanto, a resposta dos da casa não tardou e, já depois de uma tentativa de Ramsey, surgiria o momento do jogo: queda de Welbeck na área sem que Ricardo Rodriguez lhe tocasse, mas assim não entendeu o árbitro de baliza que ordenou o assinalar de uma grande penalidade a favor do Arsenal, que o próprio Welbeck não desperdiçou e restabeleceu a igualdade, apenas três minutos depois de se ver em desvantagem. No lance imediatamente a seguir, a bola foi ao braço de Chambers na área do Arsenal, mas o árbitro não entendeu que fosse intencional, o que deixou Gattuso furioso. Até ao descanso, uma oportunidade para cada lado: primeiro para os visitantes, com André Silva a cabecear para defesa de Ospina após um excelente cruzamento de Suso e, na resposta, um míssil de Wilshere foi travado por Gigi Donnarumma.

O intervalo chegava com um empate justo e com um Milan mais dinâmico e atrevido à procura da vitória, perante um Arsenal mais controlador e a apostar nas transições.

A segunda parte foi menos emocionante, na medida em que o Arsenal foi mais dominador e, a partir do momento em que chegou à vantagem, matou o jogo. Ainda nos cinco minutos iniciais, Mkhitaryan rematou para defesa apertada do guardião italiano. Na baliza oposta, talvez na melhor jogada do encontro, Cutrone rematou em vólei mas não deu o melhor seguimento ao excecional trabalho de André Silva, que rodou sobre si próprio e cruzou com conta, peso e medida para o italiano. O Arsenal ia adormecendo o jogo mas não se deixou adormecer e, à entrada dos vinte minutos finais, matou a eliminatória com um potente remate de Xhaka que Donnarumma defendeu de forma deficiente, colocando mal as mãos à bola e fazendo com que esta entrasse na sua própria baliza. Como se diz na gíria, “um frango” do transalpino.

 

O segundo golo do Arsenal sentenciou a eliminatória
Fonte: Arsenal FC

Este golo sentenciou o jogo, o Milan desacreditou e abriu espaços atrás, que foram aproveitados pelos Gunners para fazer o seu terceiro golo da noite num cabeceamento de Welbeck, ele que já tinha iniciado a jogada, apareceu na área para marcar na recarga a uma defesa incompleta de Gigi Donnarumma.

O jogo chegaria ao fim com o 3-1 no marcador, um resultado algo pesado para o Milan que deu uma boa imagem nesta segunda-mão, acreditando ser possível avançar na competição e procurando sempre a baliza adversária. O Arsenal acaba por ser um vencedor justo deste jogo e um justíssimo vencedor desta eliminatória, já que é mais equipa que o Milan, possuindo jogadores com mais cultura técnica e tática, que permite a Arsene Wenger jogar com os momentos do jogo. Fica na nossa imaginação o que poderia ser da eliminatória se o árbitro não tivesse inventado o penalti que deu o empate ao Arsenal, logo depois do golo rossoneri. No entanto, não deixou de ser uma eliminatória interessante e atraente, onde a maturidade dos ingleses prevaleceu ao sangue fervoroso dos italianos.

Foto de capa: Arsenal FC

Jonas: 33 anos e 31 golos

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Há textos que são difíceis de se escrever por ser um tema demasiado vago e há outros, como este, que são difíceis de escrever pois além de não estarmos a contar nada de novo, são já poucas as palavras disponíveis para o escrever. E porquê? Porque trata-se de falar do atual melhor marcador do campeonato nacional, do futebol português e da Europa: senhores e senhoras, apresento-vos Jonas “Pistolas”.

Jonas é, mais uma vez, uma maravilha de surpresa do futebol europeu. Com trinta e quatro anos e a cumprir a quarta temporada ao serviço do Benfica, encontra-se a dois golos de bater o seu recorde de maior número de golos no Benfica, isto na temporada 2015/16 onde marcou na totalidade trinta e seis golos. Nesse mesmo ano, apenas no campeonato, tinha marcado trinta e dois golos (um a mais dos marcados neste campeonato até ao dia de hoje). Agora, numa temporada sem nenhuma lesão até ao momento, Jonas destaca-se a jogar sozinho na frente a ser protagonista num número elevadíssimo de golos dos encarnados no campeonato. Com dois jogos a marcar três golos, muitos são os bis e muitas são as jornadas a marcar um golo e às vezes em jogos consecutivos.

Se no inicio podíamos duvidar das suas capacidades a jogar sozinho na frente, hoje podemos admitir que Rui Vitória acertou em cheio com a sua decisão, na altura na deslocação a Guimarães. Uma decisão que deu mais responsabilidades ao craque de trinta e quatro anos mas que foi a melhor decisão a tomar.

Para mim, e muito me custe dizer pois foram bastantes e bons, Jonas foi e é o melhor avançado ao serviço do Benfica nos últimos dez ou mais anos
Fonte: SL Benfica

Jonas destaca-se não só no campeonato nacional. Na luta pela bota de ouro europeia, o brasileiro está isolado nos melhores marcadores com os tais trinta e um contra os vinte e quatro de… Gomis, Cavani, Kane, Messi e Salah. O brasileiro está em plena forma no campeonato nacional e será muito complicado os concorrentes diretos como Marega e Bas Dost conseguirem bater o atual camisola dez do Benfica. Onde se destaca, no campo, Jonas? A pergunta tem resposta fácil. Em toda a zona do meio-campo para a frente com principal destaque no último terço do terreno.

O facto de ser um falso nove, podemos ver muitas vezes Jonas a dar inicio a jogadas mas a ser sempre ele a tentar finaliza-las da melhor forma. O brasileiro não tem uma grande velocidade mas tecnicamente não há melhor. A facilidade com que finaliza da melhor forma uma bola que chegue aos seus pés inveja qualquer avançado do futebol português e da europa.

A grande questão é: onde e quando vai parar Jonas? A idade já é o que é mas a verdade é que pouco interessa comparando com as surpresas que Jonas tem vindo a dar aos adeptos do Benfica. Será que dura mais um, dois, três, quatro anos? Não sabemos. Mas reforço, desde que continue a “carregar o Benfica às costas” desta forma, por mim podemos quase renovar o contrato de uma forma “vitalícia”.

Foto de Capa: SL Benfica

A fatura fica em que nome?

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O Boavista FC, pois claro.

O FC Porto saiu da Mata Real vergado à primeira derrota interna esta época. Relatos de quem viu apontam para que os dragões tenham remetido para o rival do Bessa a obrigatoriedade de arcar com as despesas deste valente tropeção.

Rio Ave FC, por duas ocasiões, e FC Paços de Ferreira já sentiram na pele a fúria do dragão depois de um resultado negativo. Foi assim em Vila do Conde (vitória por 2-1 depois da derrota com o Besiktas JK) e no Dragão (vitórias por 5-0 e 6-1 após derrotas com Leipzig e Liverpool).

Há dias dava conta da saúde psicológica que a equipa vem demonstrando para corresponder às adversidades. Ora aí está mais uma que exige uma resposta à altura, não só para evitar crises existenciais como também para manter sossegado/confiante um ou outro adepto mais sobressaltado. Até para os rivais – mais oxigenados esta semana – seria importante enviar essa demonstração de força, não oferecendo quaisquer dúvidas de que se tratou apenas de uma exceção.

Fonte: FC Porto

Os regressos anunciados de Alex Telles e Soares poderão levar a algumas mexidas no onze inicial, mas tratar-se-ão sempre de dores de cabeça que Sérgio Conceição gostará, certamente, de ter. O rival boavisteiro anuncia-se, também, como a oportunidade perfeita para Aboubakar recuperar a forma – não só física como mental -, ele que foi o grande esbanjador de oportunidades na Capital do Móvel. O camaronês já fez o gosto ao pé no jogo da primeira volta e está a apenas a um golo dos cem com a camisola dos portistas.

Foto de Capa: FC Porto

A luta pelos milhões na Liga Inglesa

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Com o titulo inglês praticamente decidido e a faltarem apenas oito jornadas para o término do campeonato, a luta agora é outra: a disputa por um lugar na liga milionária.

O atual segundo classificado da liga inglesa, o Manchester United, conta com alguns pontos a mais em relação às restantes equipas que estão no lote dos cinco melhores e, depois da mais recente eliminação na Liga dos Campeões, não deverá deixar fugir essa vantagem e terminará a época como vice-campeão inglês.

Todos querem jogar na liga milionária, mas só aqueles que tiverem um maior compromisso o conseguirão
Fonte: Premier League

A luta pelos muitos milhões vais ser a três: Tottenham Hotspur, Liverpool e Chelsea lançarão as últimas cartadas e farão de tudo para conseguir um lugar na melhor competição de clubes do mundo. Neste momento cinco pontos são aqueles que separam estes três clubes e a luta vai estar ao rubro. Vejamos que tem mais possibilidades de terminar o campeonato no terceiro e quarto lugar, respetivamente, lugares esses que dão o acesso à Liga dos Campeões do próximo ano.

E se houvesse Óscares no futebol?

Na ressaca da cerimónia dos Óscares, decidimos ironizar e concluir quem seriam os galardoados no mundo do futebol! Para as senhoras do futebol foram considerados todos os acontecimentos decorridos desde há um ano para trás. Já para atribuir os prémios aos senhores do futebol focámo-nos na presente época desportiva.

Sporting rumo ao Bicampeonato

Esta temporada, o andebol leonino tem como grande objetivo a conquista do bicampeonato. Os leões liderados por Hugo Canela estão a realizar uma grande temporada, muitas vitórias e exibições de grande qualidade.

No passado fim-de-semana, o Sporting fechou a primeira fase na liderança, com uma sequência de 21 vitórias consecutivas no campeonato. Aliás, os leões estão a realizar uma grande temporada, estando nos quartos-de-final da Taça de Portugal, jogo que irá ser disputado diante do Avanca, no Pavilhão João Rocha.

Na Liga dos Campeões, o Sporting representou o andebol português, realizando exibições de grande nível. Na elite do andebol europeu, os puilos de Hugo Canela defrontaram os finlandeses do Riihimaen Cocks e os austríacos do Alpla HC Hard, na fase de qualificação. Posteriormente, na fase de grupos ditou o sorteio que o Sporting iria enfrentar o Besiktas, o HK Motor, Metalurg Skopje, Chekhovskiye Medvedi e o Montpellier.

Carlos Ruesga é um dos jogadores mais cotados desta equipa de Hugo Canela
Fonte: Sporting Clube de Portugal – Andebol

Um plantel com muitas estrelas, como Matej Ašanin, Carlos Ruesga, Ivan Nikčević, Michal Kopčo, Frankis Carol, entre outros. Numa equipa com muitos portugueses, como Pedro Solha, Pedro Portela, Tiago Rocha, Edmilson Araújo, Cláudio Pedroso e claro, o capitão Carlos Carneiro. Um grupo que é uma verdadeira equipa, que conseguiu juntar a qualidade individual, com atitude e compromisso.

Os resultados esta temporada são elucidativos, em 41 jogos, 32 vitórias, um empate e oito derrotas, em todas as competições. Pela frente, os leões vão ter a fase decisiva do campeonato nacional e a Taça de Portugal, estes são os dois objetivos que há para conquistar. Com o nível exibicional que a equipa tem apresentado, é possível o Sporting sagrar-se bicampeão nacional e vencer a Taça de Portugal.

Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal – Andebol

UFC 223: Das insónias de McGregor aos espinhos da Rosa

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Sim, eu sei. Eu sei que ainda faltam sensivelmente três semanas para o evento UFC 223. Mas se por acaso souberem alguns dos nomes e dos combates agendados para esse evento, de certeza que me vão apoiar nesta decisão.

Para não me alongar muito, vamos aos dois principais combates do cartaz: Tony Ferguson vs Khabib Nurgamedov e Rose Namajunas vs Joanna Jedrzejczyk.

Ferguson vs Khabib – O título está no chão

Se são fãs de Conor McGregor e se por acaso tiverem curiosidade sobre o seu dia-a-dia, digo-vos de antemão aquilo que o irlandês vai estar a fazer no dia/noite de sete de Abril. Tenho a certeza que estará sentado – com uma pose triunfal – a assistir ao combate entre o atual detentor do título (interino) da divisão Featherweight e o invencível atleta russo. Conor afastou-se durante largos meses e Dana White decidiu (bem, a meu ver) retirar o título ao irlandês e coloca-lo em jogo.

Tensão no frente a frente
Fonte: Dailystar

Em termos de estilos, teremos um duelo interessante que, quase de certeza, passará pelo chão. Sim, não estivéssemos nós (ou eu) a falar de um especialista em submissões como é Tony Ferguson. Tony treina na academia do mítico mestre de jiu-jitsu Eddie Bravo. E se isso não fôr suficiente para provar o meu ponto, basta analisar alguns dos seus combates, nomeadamente aquele que opôs o campeão interino a Kevin Lee. Tony terá de se socorrer da sua afinadíssima técnica de luta no chão para dissuadir as intenções de derrube de Khabib.

Sim, Khabib também destrói. Mas Khabib não destrói da mesma forma. Khabib prefere derrubar os seus adversários com um single leg, imobilizá-los e desferir golpes de forma contínua até o seu adversário sucumbir.
A questão é: Estará Khabib a temer o jiu-jitsu de Tony? Veremos.
Para Conor é certo que o vencedor desta luta será o anfitrião do seu regresso aos octógonos da UFC.

Um Brad Stevens para a dor de cabeça

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Existem duas formas de se curar uma dor de cabeça: tomar uma aspirina ou contratar Brad Stevens. A segunda é mais cara, mas mais proveitosa. O jovem treinador dos Boston Celtics prova constantemente que tem uma das melhores mentes do jogo. Ao longo de cinco épocas a comandar os Celtics, Stevens conseguiu retirar o máximo de cada um dos seus jogadores, até revitalizou algumas carreiras, nomeadamente a de Evan Turner e a de Isaiah Thomas. O estilo de jogo que impõe permitiu aos Celtics ascenderem à luta por um lugar nas finais sem passarem pelo habitual período claramente penoso.

Nem tudo foi fácil. De um ano para outro, Brad melhorou sempre a percentagem de vitórias da equipa desde que assumiu o cargo de treinador. São cinco anos sempre a evoluir, este vai ser o sexto. Depois de perder um dos seus melhores jogadores na noite de abertura, conduziu a equipa a uma série de vitórias louvável. Atualmente são segundos no Este. Contudo, numa casa rica em história, não basta ganhar para deixar a sua marca – é preciso conquistar o troféu.

A equipa planeia o ataque ao título desde que arriscaram trocar Paul Pierce, Kevin Garnett (e mais uns quantos) para os Brooklyn Nets, por um “saco azul” de picks. Desde então é o que se sabe – os Nets estão horríveis e os Celtics ainda recolhem os frutos dessa troca. Contudo, o Evereste de picks dos Celtics não acaba aqui: Danny Ainge, ex-jogador da equipa e o seu atual GM, é conhecido por gostar de arriscar e por não ceder, no entanto, perante ele, os outros cedem, e muito. Quanto? O suficiente para não aceitarem negociar devido ao seu historial: é preciso cautela com quem destrói um franchise adversário com apenas uma troca.

Gordon Hayward, Kyrie Irving, Jaylen Brown, Al Horford, Marcus Smart, Daniel Theis. Todos jogadores importantes no plantel da equipa mais consagrada da NBA. Todos trabalham para um anel de campeão. Todos estão lesionados. Jayson Tatum, o rookie mais promissor, também aparece na lista abaixo, mas acabou por jogar nesta madrugada, na derrota dos Celtics contra os Wizards por um ponto em duplo prolongamento. Brad Stevens apenas usou nove jogadores, dos quais oito estão na equipa pelo primeiro ano. Tiveram imensas hipóteses de ganhar o jogo, porém, a liderança, que foi de vinte pontos a um momento, acabou por se dissolver no bom jogo dos Wizards. Mesmo assim, fica uma imagem do que Brad Stevens consegue fazer com um plantel curtíssimo.

Hayward e Theis não voltam esta época. O primeiro, depois da horrível lesão sofrida no primeiro jogo da época, o segundo (na sua primeira temporada de NBA depois de alguns anos na Europa) estava a surpreender, e cada vez mais afirmava-se como uma alternativa sólida a vir do banco. Infelizmente, rasgou o menisco do joelho esquerdo, após um choque que parecia pouco grave.

Já Irving lesiona-se frequentemente. Sendo o melhor marcador da equipa, é inevitável que o jogo ofensivo dos célticos saia afetado. É difícil dizer se a recuperação será demorada. Já Brown sofreu uma lesão arrepiante, que por momentos fez recordar a de Hayward. Depois de se temer o pior, Jaylen Brown levantou-se e saiu pelo próprio pé. No entanto, o seu papel na equipa era fundamental para o equilíbrio defensivo e ofensivo, tendo mostrado uma evolução incrível nesta segunda época de NBA. Todavia, pode ser que o seu regresso esteja para breve.

Al Horford, provavelmente o jogador mais contestado de todo o plantel, parece não ter nada de grave. Horford é um veterano que apresenta números muito sólidos, contudo, os exigentes adeptos dos Celtics pretendem mais do jogador devido ao seu contrato astronómico. A meu ver, Al nunca será vistoso, mas o que faz, faz bem. Além do mais, é de extrema importância para o sucesso da equipa, visto ser um dos melhores defesas da liga. No ataque tem a capacidade de esticar o jogo lançando a bola de três, algo cada vez mais proeminente, contudo, pouco comum.

Marcus Smart, o tal que não sabe lançar, yo!, regressou mesmo agora de lesão e mostrou-se a um bom nível. Trouxe consigo a intransigência defensiva que lhe é característica, imprimindo na equipa o mesmo espírito. E, “drumroll please”, tem lançado decentemente. Escusado será dizer que os Celtics melhoraram. É possível que não volte esta época devido a uma lesão no “dedo grande” da mão direita. Ridículo como a época de um jogador pode ruir por causa de um dedo, levando consigo as aspirações da respetiva equipa.

O estado clínico do plantel dos Celtics, apesar de incerto, não lhes permitirá almejar serem a surpresa dos playoffs. Isso e os Warriors, os Rockets, os Raptors e LeBron James. A verdade é que este não ia ser, nem vai ser, o ano do regresso ao título. É penoso não dar a esta equipa a oportunidade. Não vão poder jogar todos juntos e, consequentemente, ganhar experiência, o que seria importante para o futuro. De certeza que Brad Stevens, mesmo assim, não vai desiludir. Já provou ser o mestre na arte portuguesa do desenrascar. Não me espantaria que fossem às finais. O título? Fica para depois.

Foto de Capa: Boston.com

FC Barcelona 3-0 Chelsea FC: O triunfo da eficácia sobre a tentativa


No último jogo dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, Barcelona e Chelsea FC defrontaram-se esta noite em Camp Nou, após empate na primeira mão, em Londres, por 1-1.

Em busca da última vaga disponível na próxima fase da competição, ambos os técnicos procederam a alterações nos seus XI’s iniciais em comparação com a partida de há duas semanas, para a equipa da casa a novidade foi a entrada de Dembelé para o lugar de Paulinho, já na equipa londrina, a mudança passou pela saída de Pedrito e entrada de Olivier Giroud.

2 minutos e oito segundos de jogo chegaram para Lionel Messi inaugurar o marcador, que ao receber um passe de Luis Suarez rematou de ângulo apertado por entre as pernas de Courtois e lançou a sua equipa para a vitória. Era, portanto, o inicio de jogo ideal para a equipa da Catalunha e por oposição, o pior arranque que os blues poderiam sonhar. Apesar da desvantagem, a equipa de Antonio Conte reagiu bem e não perdeu a sua personalidade nem os seus princípios e conseguiu mesmo criar jogadas de envolvimento interessantes, contudo, sem nunca criar qualquer perigo junto da baliza de Ter Stegen. O Barcelona com toda a sua inteligência e astúcia soube aproveitar o facto de ter chegado cedo à liderança e assim que teve a mínima chance de aproveitar um “atrevimento” do adversário fê-lo, e de forma letal. Aos 20 minutos de jogo, num lance em que eram notórios os espaços existentes entre os setores da equipa do Chelsea, Messi beneficiou de um erro de Fabregas e após fintar dois adversários, entregou a bola a Dembelé que com tempo e espaço disparou colocado e aumentou a vantagem para 2-0.

Passados os primeiros 45 minutos do encontro, pairava a ideia de eliminatória resolvida dado a incapacidade do Chelsea para criar perigo e a sua impotência perante as investidas do poderosíssimo ataque catalão.

O segundo tempo contempla uma história curta de se contar, um Barcelona sempre fiel ao seu estilo de jogo, manteve os índices de posse de bola e acima de tudo nunca deixou de controlar a partida, atacava somente pela certa e não se deixava importunar pelas consequentes tentativas de fazer golo por parte do Chelsea. O jogo embarcou numa toada pouco atrativa, tendo havido apenas dois motivos de notícia. Primeiramente, à passagem do minuto 63 quando Messi numa jogada individual recorrendo a uma mudança de velocidade deliciosa surge na cara do golo e, à semelhança do primeiro golo, atirou entre as pernas do guarda-redes. Por último e já em período de compensação Rudiger atira a bola ao ferro, naquele que foi um lance onde ficou patente que o Chelsea foi um pouco infeliz nesta eliminatória visto que dispôs de várias oportunidades de golo.

Como em tudo na vida, “do quase não reza a história” e para se ganhar no futebol é necessário único e exclusivamente marcar mais golos que o adversário, as oportunidades têm pouco valor…

Foi por isso o triunfo da eficácia sobre a tentativa, o Chelsea terminou com mais remates, mas estes eram invariavelmente bloqueados pela defensiva catalã. O Barcelona que quase não falhou, foi letal na hora da finalização e segue com toda a justiça para a próxima fase da competição.

Foto de capa: FC Barcelona

«O meu sonho não era jogar no Sporting ou no Benfica, só queria jogar no Estrela da Amadora» – Entrevista a Jorge Andrade

Da Amadora até Itália, do velhinho Estrela até à «vecchia signora». aos 39 anos Jorge Andrade recorda com carinho e partilha alguns dos momentos mais caricatos da sua carreira: tudo em mais uma entrevista BnR.

Bola na Rede [BNR]: Cresceste na Amadora e foste formado no Estrela. Como é ver o clube onde cresceste desaparecer?

Jorge Andrade [JA]: O Estrela é uma questão muito sensível. Comecei a jogar no Estrela aos oito anos de idade, mas até aos oito anos ia todos os dias ao estádio, visto que morava na Reboleira. Era um contacto muito próximo e vi o Estrela a crescer desde um clube de campo pelado até à primeira divisão. Vi-o ganhar a Taça de Portugal. Tinha 10 anos, tive a possibilidade de estar no clube quando as coisas aconteceram. Era um clube muito mágico e muito familiar, onde os jogadores eram tratados como filhos e tínhamos todas as regalias. Para terem uma ideia, hoje os meninos pagam para jogar, têm de comprar o material… no Estrela não! Tinha direito a botas, tinha direito a um cesto com roupa lavada em todos os treinos. Eram miminhos que faziam todos os jogadores especiais. Íamos para o Estrela da Amadora com um sorriso nos lábios e ver tudo desaparecer da forma como desapareceu é muito triste. Apesar de existir um grupo desportivo que está a nascer até aos juniores, nunca é igual. O Estrela perdeu toda aquela magia. Era uma zona privilegiada, perto de Lisboa, que conseguia reunir muitos craques. Tenho pena pelo clube, pelo passado do Estrela, mas a vida continua. Faz-me muita confusão, mas houve pessoas que estiveram à frente do clube naquela altura e tiveram de tomar as decisões e se calhar foi muito complicado para eles ter de gerir um clube já em falência.

BNR: Ainda no Estrela: soube que estiveste um ano emprestado ao Massamá e que na altura chegaste ao pé do teu pai e disseste que o Estrela já não te queria e que querias deixar de jogar futebol. Podes contar-nos um pouco desse episódio?

JA: Eu até aos 15 anos era um rapaz muito enfezadinho, muito pequenino e tinha muitas dificuldades em acompanhar os colegas, que estavam a crescer. Nesse ano foram dispensados 12 jogadores: éramos todos muito pequenos e, na altura, a maioria foi para o Real Massamá. Na altura estava muito desanimado. Chorei bastante. Um dos desabafos que tive com o meu pai foi que não queria jogar mais. Para mim só havia uma realidade no futebol que era jogar no Estrela da Amadora. O meu sonho não era jogar no Sporting ou no Benfica, que eram os clubes grandes, mas sim no clube onde ia brincar todos os dias, o clube onde tinha os meus amigos e toda aquela família. Naquela altura ninguém mudava de clube. Começava-se num clube e fazia-se a formação toda no mesmo clube. Foi uma idade de reflexão. Foi bom para mim para ver que o futebol não é só brincadeira, que não é só ir ao campo com os amigos, e a partir dali pus objetivos na minha vida: nunca mais nenhum treinador me ia dispensar. E foi o que aconteceu. Deu-me força e foi uma mudança de mentalidade para levar o futebol mais a sério.

Fonte: Bola na Rede

BNR: Tinhas pouco mais de 20 anos quando foste jogar para o FC Porto. Como foi a adaptação a esta nova realidade, em que tiveste de sair de casa e ir para longe?

JA: Na Reboleira, nos primeiros dois anos, para terem noção, eu ia a pé para os treinos. Eu era capaz de jogar um jogo contra o Sporting ou contra o Benfica e se o meu pai não ficasse à espera tinha de ir a pé para casa. Ou se o Filipe Martins, que foi meu colega, já tivesse ido embora tinha de ir a pé. Era uma realidade muito diferente. Eu demorava quase uma hora de casa até aos treinos porque no caminho a pé ia cumprimentando toda a gente. Era um ambiente espetacular. A adaptação à equipa profissional do Estrela da Amadora foi muito fácil. Já a mudança para o Porto foi uma mudança muito grande, visto que a partir dali sim, senti o profissionalismo com estágios, com o mudar de cidade. Senti um pouco [a diferença] no meu dia a dia, mudou-o. Fez com que me concentrasse só no futebol, enquanto que na Amadora conseguia fazer outras atividades e outras coisas, até porque tinha os meus amigos e família perto de mim. Para teres uma ideia, no Estrela da Amadora ainda completei o meu 12º ano. Deu para estudar, deu para me divertir, enquanto que no Porto as coisas foram diferentes. Os primeiros meses de adaptação foram diferentes e tive que perceber como é que o clube funcionava.

BNR: Foi ao serviço do FC Porto que foste chamado pela primeira vez à Seleção. Na altura jogaste ao lado de jogadores como Rui Costa, Pauleta ou Luís Figo. Como é ter o prazer de jogar ao lado de jogadores lendários como esses?

JA: Felizmente quando se joga num clube como o FC Porto é tudo mais fácil. Eu joguei no Estrela da Amadora e só fui chamado a primeira vez aos sub-20. Depois quando fui para o FC Porto até para os “A” me chamaram. É mais fácil, a visibilidade é outra, embora o jogador seja o mesmo, mas faz com que as coisas acelerem. O FC Porto também me ajudou muito nesse processo, pois queria promover-me como jogador para valorizar. O papel económico e a entrada das SADs nos clubes fizeram com que o jogador tivesse uma valorização diferente. Os jogadores eram também tratados como negócios e isso fez com que todos os processos que eram muito demorados no Estrela da Amadora passassem a ser muito rápidos. Apareci a jogar na Seleção com esses grandes craques num jogo contra a França em 2001 e a partir daí joguei sempre na equipa. As coisas correram bem e é estranho, ao principio, jogar com jogadores que vimos na televisão, que foram campeões mundiais e depois estar ali a partilhar o campo e a ser cúmplice nos momentos dos jogos e estágio. Isso fez com que a minha ida para a Seleção fosse sempre uma ida de alegria. Era sempre fantástico ser escolhido e, se calhar, mesmo cansado de um jogo, era pegar logo no carro e ir para a Seleção para estar no estágio com os colegas que depois se tornaram amigos.

BNR: Jogadores que acabaram por te transmitir novas aprendizagens e maneiras de ver as coisas, com certeza…

JA: Sim! Muitos já tinham começado a carreira internacional e ganho títulos importantes. Foram jogadores que começaram a abrir o mercado para o jogador português e penso que hoje em dia todos beneficiam disso – até jogadores na China temos. Foi a Geração de Ouro, uma geração muito forte que ajudou a fazer com que o jogador português fosse valorizado e que hoje em dia tenha mercado em muitos lados.