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Ousados Versus Conservadores

Quem acompanha futebol sabe certamente que os treinadores portugueses estão na rota do futebol europeu. E os treinadores portugueses têm dado muito que falar pela Europa fora, seja pela qualidade que mostram dentro de campo, pela forma como comunicam com a imprensa, ou pelo seu estilo.

É nesta questão do estilo que quero tocar. Enquanto existem treinadores mais introvertidos, quer na comunicação, quer no estilo de jogo; também existem treinadores mais ousados, que possuem uma abordagem ao jogo mais aberta e corajosa. Analisemos o perfil de cada estilo:

Estes treinadores mais ousados são treinadores que por norma, tem uma identidade de jogo bem definida e que nunca em circunstância alguma se desviam dela, apresentando por norma, uma equipa que joga um futebol aberto e ofensivo, conservando a posse de bola e procurando jogar de forma apoiada, de pé para pé. Procuram construir uma equipa que trate bem a bola e que jogue um futebol atractivo, que entretenha os adeptos.

Miguel Cardoso tem mostrado uma ideia de jogo bem definida
Fonte: Rio Ave FC

Já os treinadores mais conservadores, como o adjectivo indica, possuem uma abordagem mais conservadora ao jogo, mais cautelosa e calculista. Antes de mais, são treinadores que não jogam para o espectáculo, não jogam nem querem jogar. São antes treinadores que apostam forte na preparação teórica do jogo e no estudo da forma de jogar do adversário, estabelecendo como prioridade a anulação deste. Como tal, esta é uma estratégia que pode variar mais consoante as características do adversário e do próprio jogo em si.

Mas afinal, qual destes estilos será o mais vantajoso e o mais adequado num clube grande? As opiniões dividem-se…

Por um lado, estes treinadores mais ousados costumam ser mais populares pelo seu futebol mais atractivo, por outro lado, a coragem que estes possuem também é questionada em certas ocasiões, principalmente em jogos contra equipas de maior valia.

Título de Voleibol será discutido num sempre escaldante Sporting CP – SL Benfica

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SL Benfica e Sporting CP partiam com estatuto de favoritos para estas Meias-Finais, onde defrontavam Sporting de Espinho e Castêlo da Maia, respectivamente.

Este favoritismo acentuou-se depois de, na semana anterior, os rivais lisboetas terem alcançado importantes vitórias nas deslocações a Espinho e à Maia (ambas por 3-1).
Este fim-de-semana, numa jornada dupla disputada no Pavilhão da Luz e no Pavilhão João Rocha, as equipas da casa não deram qualquer tipo de hipótese aos adversários e venceram todos os seus encontros por expressivos 3-0, resolvendo desde já as suas eliminatórias.

De uma forma agregada, nestas Meias-Finais, cada uma das equipas lisboetas cedeu apenas um set, o que demonstra bem a superioridade destas face à concorrência.
Para os encarnados, alcançar esta fase tem sido um hábito, sendo esta a sua nona final consecutiva, tendo vencido quatro das últimas oito edições e sendo finalista vencido nas outras quatro. A última final em que o SL Benfica não esteve presente foi na já remota época de 2008/2009, quando acabou em terceiro lugar, atrás de Sporting de Espinho e Vitória de Guimarães.

Por seu turno, os leões, depois de um longo período afastado da modalidade, regressam em grande e voltam a marcar presença na final 23 anos depois.

O Sporting CP está na final 23 anos depois
Fonte: Sporting CP

É difícil dar algum favoritismo a qualquer uma das equipas nesta fase. Para já, fica a certeza de que teremos muito espectáculo nesta final e que, com a presença de dois históricos do desporto português, o voleibol terá de volta o mediatismo que já não alcançava há largos anos.

Noutras disputas, na agora apelidada de I Divisão, onde se encontram as equipas classificadas entre o quinto e o oitavo lugar na fase regular, a Fonte do Bastardo também resolveu desde já a sua Meia-de-Final. Depois de uma vitória por 3-0 no terreno da AA Espinho na semana anterior, esta semana, a jogar em sua casa, os açorianos voltaram a não dar qualquer possibilidade de resposta ao adversário e conquistaram mais duas vitórias inequívocas por 3-0.

A Fonte do Bastardo apresenta-se nesta fase como uma clara favorita à vitória desta I Divisão, dado o seu estatuto e o momento de forma em que se encontra.

O conforto não combina com sucesso

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A pequena população de cada um destes países parece não servir de razão, visto que “até” Portugal – um país com 11 milhões de habitantes e pouca tradição no ténis – tem 4 atletas no top-200 ATP

Se olharmos para a lista dos números 1 do mundo do ténis, quer nos homens quer nas senhoras, rapidamente podemos verificar que muitas são as suas nacionalidades. Desde a Suíça à Bielorrússia, passando pelos Estados Unidos, muitos países tiveram (e, tradicionalmente, têm) o privilégio de poder partilhar nacionalidade com o melhor ou a melhor tenista do mundo durante um determinado período.

No artigo de hoje, venho abordar o caso dos países nórdicos e tentar esmiuçar o porquê de, salvo exceções de que falarei mais à frente, haver tão poucos nomes grandes nos circuitos profissionais masculino e feminino. Dinamarca, Suécia, Finlândia e Noruega são provavelmente olhados pelo resto da Europa como se fossem os quatro “irmãos” que são conhecidos por serem os países aparentemente mais felizes, mais ricos, com melhores condições de vida, enfim… que proporcionam mais conforto àqueles que neles habitam. Desde que embarquei, há uns largos meses, para a Dinamarca, deparei-me com algumas surpresas – umas fantásticas, outras menos. Tenho a sorte de poder aqui acompanhar de muito perto o ténis nacional, a formação e as diferentes fases de desenvolvimento de muitos atletas e nestes quase sete meses começo a retirar algumas conclusões que aqui partilho com os leitores do Bola na Rede.

Em primeiro lugar sim, em termos de infraestruturas, não vejo muitas razões de queixa para os clubes e os seus atletas. Devido ao (horrível) clima dinamarquês – nórdico em geral – os municípios consideram que a prática desportiva é indispensável para a sanidade física e mental dos seus habitantes e por isso são muitos os pavilhões, as arenas e os complexos desportivos cobertos onde, no caso do ténis, se disputam 2/3 da época, sendo que os atletas apenas “saem à rua” por volta de maio e “recolhem de novo” por inícios de setembro. Se muitas vezes a falta de apoio público é o fator apontado pelos clubes e atletas portugueses para resultados menos vistosos, aqui não é essa a realidade.

O melhor tenista nórdico da atualidade, em ação em Portugal. Conhece?
Fonte: ATP

Rapidamente reparei também na disponibilidade financeira de uma grande fatia dos atletas de todos os escalões etários – raquetes, equipamento, cordas, e sapatilhas novas são constantes com o passar das semanas, tanto nos torneios como nos treinos. A facilidade económica dos “paitrocinadores” é também notória e é uma prática comum a adição de aulas privadas às duas ou três aulas coletivas que os atletas de formação têm ao longo da semana.

Então por que raio não vingam muito mais os atletas desta região do planeta? Afinal, a indisponibilidade económica e a inexistência de infraestruturas apropriadas e disponíveis para os atletas representam uma grande fatia das razões que levam os jogadores a abandonar a modalidade, não é?

Ora bem, na minha opinião é fundamental juntar aos fatores acima referidos o fator “Conforto”. Passo a explicar. Qualquer aspirante a atleta profissional, ou mesmo os fãs mais atentos do desporto em geral sabem que, por experiência própria ou relato na primeira pessoa das maiores estrelas, um denominador comum a 99% deles é a busca incessante por alcançar um sonho distante ou uma vida confortável para eles e para aqueles que os rodeiam. Saltam-me imediatamente à memória os casos de Cristiano Ronaldo no futebol ou de Serena Williams no ténis. Pois essa realidade, em que desde jovens estes “guerreiros” se veem obrigados a contornar obstáculos atrás de obstáculos em busca de um sonho, é muito difícil de encontrar aqui, no Norte da Europa.

O fim-de-semana verde e branco

Mais uma semana, mais um resumo. No topo, entre muitas, surge o Hóquei em Patins que alcançou o primeiro lugar do Grupo D da Liga Europeia após uma retumbante reviravolta frente ao líder do campeonato espanhol, o Voleibol masculino, que alcançou a Final do Campeonato Nacional, após 23 anos de interregno, e o Râguebi feminino que venceu a primeira etapa do Campeonato Nacional de Sevens. No pólo negativo, surge o Futsal feminino que empatou perante um adversário menos cotado. Eis o resumo, o mais completo possível:

Andebol | Os campeões nacionais terminaram a primeira fase do Campeonato Nacional com uma vitória sobre o CF Os Belenenses por 43-31, sendo que ao intervalo os Leões já venciam por um diferencial de dez golos (24-14). Carlos Ruesga, do Sporting CP, e Diogo Domingos, do CF Os Belenenses, foram os melhores marcadores do encontro com sete golos anotados. Com este triunfo, o Sporting CP termina esta primeira fase com 75 pontos somados, o que se traduz em 38 pontos (cinquenta por cento da pontuação obtida) no arranque do Grupo A da Fase Final. No próximo Domingo, dezoito de Março, a turma orientada por Hugo Canela recebe a Associação Artística de Avanca, em jogo a contar para os quartos-de-final da Taça de Portugal, pelas dezoito horas no Pavilhão João Rocha.

Andebol fecha primeira fase com nova vitória
Fonte: Sporting Clube de Portugal – Andebol

Carambola | Os verde e brancos venceram o derby frente ao SL Benfica “A” por 1-3, recuperando assim a liderança da tabela classificativa, em igualdade pontual com o rival encarnado. Na próxima jornada os Leões recebem o CBE “A”.

Futebol feminino | As Leoas venceram o União Ferreirense por 0-4, com golos de Diana Silva (2), Bárbara Marques e Ana Leite, preservando assim a vantagem de cinco pontos sobre o segundo classificado, o rival SC Braga. Na próxima jornada as campeãs nacionais recebem a UR Cadima, estando a partida agendada para as quinze horas de dezoito de Março, Domingo.

Futebol masculino | Triunfo por 2-0 frente ao Viktoria Plzen na primeira mão dos oitavos-de-final da Liga Europa e vitória por 2-1 frente ao CD Chaves para a Liga NOS, com os Leões a encurtarem a distância para o topo da classificativa. Segue-se a segunda mão da prova europeia na República Checa pelas dezoito horas de quinta-feira, quinze de Março, e nova jornada do Campeonato Nacional: recepção ao Rio Ave FC pelas 20h15 de Domingo, dezoito de Março, no Estádio José Alvalade.

Futsal feminino | O Sporting CP empatou a dois golos na recepção ao Santa Luzia FC, atrasando-se assim na perseguição ao líder Novasemente. Na próxima jornada, as Leoas recebem o CR Golpilheira.

Futsal masculino | Os comandados de Nuno Dias bateram o CD Aves por 1-5, com golos de Pany Varela, Fortino, Cavinato (2) e Cardinal, que regressou após paragem prolongada devido a lesão. Liderança isolada e invicta reforçada, sendo que na próxima jornada os bicampeões nacionais recebem o CRC Quinta dos Lombos, pelas dezoito horas de dezassete de Março, Sábado, no Pavilhão João Rocha.

Futebol de Praia | O Sporting CP venceu o CD Nacional por 7-2 em jogo em atraso da quarta jornada. Os tentos leoninos foram apontados por Jordan (2), Duarte (2), Ricardinho, Mathew e Coimbra.

GD Chaves 1-2 Sporting CP: A esperança verde, a ausência do VAR e um holandês matador!

Ausências de peso no estádio Municipal de Chaves com destaque para a estreia de Misic. Os leões com baixas importantes para arrombar a fechadura num campo sempre difícil para qualquer grande. A equipa da casa não podia contar com Matheus Pereira e Domingos Duarte. Já o Sporting sem Bruno Fernandes, Acuña, Piccini e Coentrão ausentes de um jogo muito importante para relançar a equipa na luta pelo título.

Ricardo na baliza; Paulinho, Maras, Nuno Coelho e Djavan na defesa; Tiba, Jefferson e Bressan no meio campo; Davidson e Perdigão no apoio a William formavam o onze dos flavienses. Do outro lado “São” Patrício, Batta, Mathieu, Coates e Bruno César criavam a barreira defensiva; William e Misic no meio campo com Ruben Ribeiro, Gelson, Bryan e Montero a formarem o quarteto ofensivo.

Com tantos ausentes, os leões, mais pareciam um dalmata recém-nascido com mais manchas negras que o registo criminal de Vale e Azevedo. Entrada sem ritmo e com pouca ambição para quem quer, ou sonha, chegar ao topo da Liga. Pouca pressão, pouca agressividade, pouca intensidade, falta de organização e sem um jogador capaz de fazer a ligação entre a defesa e ataque.

Aos dez minutos, Rui Patrício, com uma intervenção sublime, manteve as redes seguras. Doze minutos e resposta do Sporting num canto com uma boa defesa do guarda redes Ricardo. Aos catorze minutos, Bruno César não aguentou a pressão e saiu mais cedo para aviar uma picanha no balneário. Para o seu lugar entrava, o ex-marafado, Lumor. Em trinta minutos, era completamente perceptível as dificuldades leoninas em chegar com perigo à baliza do Chaves. Misic a demonstrar que o mercado de inverno de nada serviu para acrescentar qualidade ao plantel.

Aos trinta e dois minutos um exemplo cínico de falta de cérebro e de um finalizador. Primeiro Montero, depois Rúben Ribeiro e finalmente Gelson a falharem a primeira grande oportunidade de abrir o marcador. Incrível a forma displicente como o ataque leonino abordou este lance. O árbitro, Hugo Miguel, não queria ficar atrás e ia acompanhado a fraca prestação das equipas. J

orge Jesus percebeu, finalmente, a falha que tinha cometido na construção da equipa e fez recuar Bryan Ruiz para pegar no jogo. Exibição paupérrima da equipa leonina com, sérias, culpas para o técnico leonino. Aposta furada em Misic e com tantas ausências, é incrível, ter deixado Ristovski no banco. O jogo chegava empatado ao intervalo sem brilho, sem ideias, sem dinâmica e sem golos.

O Sporting volta a entrar na discussão da luta pelo título nacional
Fonte Sporting CP

A segunda parte começa com entrada forte da equipa do Chaves evidenciando as claras fraquezas do Sporting. Aos cinquenta e seis minutos, saída natural de Misic para a entrada de Bas Dost. Dois minutos depois e o gigante holandês no primeiro aviso para o que vinha a seguir. Aos sessenta e dois minutos, após jogada brilhante de Rúben Ribeiro, que, num cruzamento teleguiado, meteu a bola na cabeça do avançado leonino. Bas Dost não perdoou e dava vantagem aos leões.

A equipa ganhou confiança e em três minutos criou três claras ocasiões para fazer o segundo golo. Primeiro Ruiz a falhar na cara do guarda redes. Depois Battaglia, em posição privilegiada, a permitir o corte da defesa e, na sequência do canto, Coates atirou por cima da baliza de Ricardo. Era a melhor fase da equipa verde e branca com processos simples e rápidas saídas para o ataque. Setenta e sete minutos saía Montero para dar entrada a Palhinha. Jesus voltava a apostar no modelo inicial. Apenas um minuto depois da entrada do médio e o Chaves dispôs da melhor ocasião do encontro. Davidson passou por Patrício e rematou para grande corte de Battaglia em cima da linha de golo. Grande susto para os leões!

Quando o Chaves pressionava e encostava o Sporting às cordas, Battaglia, numa jogada de raça e de grande querer roubando a bola ao adversário e assistindo Bas Dost para fazer o vigésimo segundo golo no campeonato. Grande insistência do argentino que assistiu o gigante holandês para bisar na partida.

Noventa minutos e ao ritmo da fraca qualidade das arbitragens portuguesas, Hugo Miguel, decidiu inventar um penalti a favor da equipa casa. Falta inexistente com teatro cinco estrelas de Djavan. É inacreditável, mesmo com ajuda do VAR, Hugo Miguel decide errar em vez de recorrer à ajuda da tecnologia. Dos três minutos de compensação, ainda houve tempo para novamente Hugo Miguel ignorar uma falta clara para penalti sobre William. O jogo terminaria de seguida com vitória justa dos leões que só acordaram após o minuto sessenta. De realçar o bom jogo de Battaglia e Lumor e o instinto matador de Bas Dost.

All star game no futebol?

Ao ver o all star game do basquetebol, ao ver aquelas estrelas todas juntas num só campo (e sabendo que o resultado final reverteria para a caridade) e deixava ao mesmo tempo qualquer fã daquele desporto em êxtase, pensei.. Porque é que isto não acontece no futebol? Porque é que não existe esta partida histórica no desporto rei? E se houvesse, que equipas fariam parte? Foi com isso em mente que resolvi desafiar o editor do Bola na Rede, Pedro Machado, para um duelo de titãs. Posto isto fomos a sorteio e cada um escolheu alternadamente os melhores jogadores até formar a sua equipa. O resultado final? Não podia ser melhor! Duas equipas colossais, milhões de euros em campo e tantos mais fora de campo deixariam qualquer um no êxtase. Mas qual destas equipas sairia vencedora? E qual seria a tua equipa de sonho? Diz-nos nos comentários! 

À direita

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Respirem fundo e prossigam a ler. Não se trata de nenhuma discussão política, por isso não vou aqui falar sobre Mário Centeno a ver jogos no Estádio da Luz, se o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa é do SC Braga ou se a política de direita anda a combinar resultados.

Na verdade, a par do texto já publicado aqui no site sobre a ala esquerda do SL Benfica, agora fazemos uma pequena análise à asa direita dos encarnados.

Enquanto que de um lado existe Grimaldo, Zivkovic e Cervi, deste lado direito temos André Almeida, Zivkovic e Rafa.

Desde o início da época até agora, a tática mostrou-se diferente, com alternâncias entre André Almeida e Douglas, Krovinovic a lesionar-se e dar lugar ao sérvio e Rafa a crescer depois de Salvio ter de sair pela mesma razão de ‘Krovi’. Como além de ter havido diferenças ao longo da época, também se nota que houve evolução positiva desde então, e sendo agora o jogo mais sólido dos encarnados esta temporada, é do trio que mencionei no parágrafo acima que decidi falar.

A inclusão de Zivkovic em ambas as alas é explicada de forma simples: por ele passam as transições entre a defesa e o ataque quer do lado esquerdo, quer do direito, quer mesmo das transições entre ambas as alas.

Ainda que tenha de concordar com a premissa do meu colega de secção, que diz que “é na esquerda que está o principal motivo do sucesso do estilo de jogo encarnado”, acredito que a direita do onze encarnado não poderá ser, de todo, ignorada.

Começando na defesa, o ‘bombeiro’ André Almeida finalmente parece ter encaixado de estaca na formação encarnada. As exibições melhoram, está mais assertivo, taticamente pertinente e consegue ajudar a equipa nas transições ofensivas. Quanto a Rafa, este tem vindo a explodir desde que ganhou minutos consecutivos após a lesão do argentino Sálvio. A par da asa esquerda, Cervi, o português é também uma seta a ir para o 1×1, culminando, no entanto, mais vezes em local de finalização, devido à sua interiorização no jogo, do que o parceiro camisola 20, que descai mais para a lateral e tenta mais vezes o cruzamento.

Embora em extremos opostos, é usual ver a colaboração de Cervi com Rafa na mesma ala
Fonte: SL Benfica

Por fim, o elo de ligação Zivkovic consegue controlar muito bem a transição entre as laterais, cobrindo os desvaneios táticos de Cervi quando faz parceria com Rafa no lado direito, ou apoiando o extremo português quando se mete por território de elevada densidade populacional. Mas o que mais de bonito se vê, são as diagonais e sprints de Rafa à espera que o sérvio coloque a bola entre ou por cima da linha defensiva adversária. Depois é vê-lo correr desenfreadamente em direção à baliza.

Finalizando, o equilíbrio defensivo fornecido por André Almeida, aliado à velocidade e irreverência de Rafa e à ponderação tática e transacional de Zivkovic, garantem ao Benfica uma linha direita cada vez mais sólida.

Agora a apenas dois pontos do líder, e a depender apenas de si próprio, chegarão estas duas asas, quer direita, quer esquerda, cheias de qualidade ser suficientes para conquistar o Pentacampeonato? Saudações Benfiquistas!

Foto de Capa: SL Benfica

Coentrão – Fernandes: Dupla feita de aço

A estes dois nomes pode-se também juntar Mathieu e outros, mas a verdade é que já faz muito tempo que o Sporting não acertava tanto em contratações no Verão como o fez este ano.

Foi um acréscimo tremendo de raça, de vontade e experiência que deu um boost à equipa do Sporting, razão pela qual nos encontramos a disputar todas as frentes onde inicialmente nos propusemos ganhar (sim, mudámos da Liga dos Campeões para a Liga Europa, mas mesmo assim estivemos muito bem).

Se de início havia desconfiança com a condição física de Fábio Coentrão, a cada jogo que passava, se ganhava a certeza que o raçudo caxineiro iria voltar à forma que o trouxe à ribalta. Agora é vê-lo fazer pressing ao guarda-redes aos noventa minutos quando o resto da equipa já não tem mais força.

No que toca a Bruno Fernandes, foi muito rápido o processo de adaptação ao clube e é vê-lo jogar noventa minutos após noventa minutos (duas vezes por semana) e juntamente com o Coentrão, serem os dois jogadores que mais correm atrás da bola nos finais dos jogos.

Não existem palavras suficientes para descrever os atributos de Bruno Fernandes. Um jogador que chegou, viu e venceu
Fonte: Sporting Clube de Portugal

Com Coentrão ganhámos raça, experiência e um querer inacreditável. Tenho de dar o braço a torcer perante este jogador… quando chegou, achei que já não tinha condições físicas e anímicas para representar um grande clube, mas a verdade é que recuperou a alegria de jogar e, pessoalmente, gosto de jogadores que querem ganhar tanto como o Fábio quer. Gosto de jogadores que ficam furiosos consigo mesmos quando a exibição não é tão boa ou conseguida como aquilo que eles sabem fazer. Gosto daqueles que procuram sempre dar o seu melhor.

Já com Bruno Fernandes, ganhámos o mesmo que com Coentrão e ainda mais. Classe, perfume no futebol, pontapés de longa distância e um “capitão sem braçadeira”. Não é muito normal ver um jogador com 23 anos com a maturidade que Bruno Fernandes demonstra… e a liderança dele em campo é inquestionável… vê-lo a corrigir os colegas, a incentivar, a puxar pelo público, a correr atrás de cada bola como se fosse a última, a “discutir” as decisões do árbitro sempre defendendo os interesses do Sporting, é algo inexplicável. É um “espetáculo dentro do próprio espetáculo”.

E se a esta “dupla de aço” juntarmos Mathieu, Piccini, Battaglia… vimos que o mercado de Verão foi dos mais acertados de que há memória na história verde-e-branca.

Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

FC Paços de Ferreira 1-0 FC Porto: Invencibilidade portista levada pelo dilúvio pacense

Um desvio de Miguel Vieira à boca da baliza valeu ao Paços de Ferreira o regresso às vitórias, depois de cinco derrotas consecutivas. O Porto continua líder, mas perdeu na Capital do Móvel o primeiro jogo deste campeonato. O jogo foi disputado em péssimas condições climatéricas, com a chuva e, principalmente, o vento a prejudicarem a qualidade da partida.

A primeira-parte começou bastante equilibrada, com nenhuma das equipas a ganhar grande ascendente. Os portistas com dificuldades em entrar na área pacense iam recorrendo às bolas paradas para tentarem criar perigo, enquanto que os da casa iam ameaçando com alguns contra-ataques. Apesar do equilíbrio a meio-campo e os duelos físicos a serem a nota dominante até então, o Paços acabou por chegar ao golo.

Após um canto, insistência do lado esquerdo do lateral Filipe Ferreira e o defesa-central Miguel Vieira, que tinha subido à área portista para o canto, a desviar do alcance de Iker Casillas. Estavam decorridos 34 minutos de jogo. Na jogada imediatamente a seguir, Aboubakar teve nos pés o empate, mas Mário Felgueiras, como tantas vezes acabaria por acontecer durante a noite, impediu o golo com uma excelente defesa. O camaronês voltaria a tentar minutos depois numa jogada individual, mas atirou ao lado, chegando os dragões ao intervalo em desvantagem.

No segundo tempo, o Porto começou a acelerar o seu jogo, principalmente após a entrada de Otávio para o lugar do reforço Waris e ia chegando com mais perigo à área contrária. Porém, as intenções de Brahimi, Aboubakar e companhia esbarravam sempre no muro amarelo.

Os portistas nunca tiraram o pé do acelerador e acabaram por ter uma soberana ocasião para repor o empate: Rui Correia fez falta sobre Felipe na área, mas Brahimi, chamado à conversão da grande penalidade, permitiu a defesa do guarda-redes Mário Felgueiras. Os minutos seguintes foram de desconcentração portista, com os azuis-e-brancos a voltarem à carga apenas após a entrada de Hernâni para o lugar de Corona para os últimos quinze minutos (Gonçalo Paciência entretanto também já havia rendido André André).

Até ao final, Hernâni tentou agitar, mas Gonçalo Paciência mostrou-se algo desinspirado, tal como Felipe, que falhou uma bela ocasião, rematando de primeira ao lado. Pelo meio, um contra-ataque conduzido por Quiñones podia ter resultado em golo, mas o remate de Luiz Phellype foi bloqueado e Xavier atirou a rasar o poste. O jogo terminava já bem para lá dos 90, com o regresso às vitórias dos castores e o primeiro desaire em competições nacionais dos dragões esta temporada.

A noite de dilúvio na Mata Real não permitiu um jogo bonito, mas os pacenses certamente ficarão contentes com o resultado. Já a turma de Sérgio Conceição escorregou num jogo em que não se esperava que tal acontecesse, mas esta não foi claramente a melhor versão do Porto nesta época.

Foto de Capa: FC Paços Ferreira

Conciliar os estudos com a alta competição – Entrevista a Sara Neto

Não é algo muito comum nos dias de hoje, alguém conciliar os estudos universitários com a prática de um desporto fisicamente e mentalmente tão exigente como o ténis. Mas há pessoas que fogem à regra. Fomos entrevistar a atual número dois do ranking nacional, Sara Neto, que conta com um currículo muito vasto a nível nacional e, ao mesmo tempo, exerce o curso de medicina.

Bola na Rede: Sara, antes de mais, conta-nos a tua rotina diária

Sara Neto: Treino todos os dias da semana cerca de 3/4h.Tento “encaixar” os horários dos treinos no horário académico com aulas, estágios, tem que ser tudo planeado quase ao segundo. Felizmente conto com muita ajuda dos meus treinadores que conseguem arranjar o melhor horário em função da minha disponibilidade académica, bem como de alguns professores e dos meus colegas na faculdade que me apoiam e ajudam ao máximo.

BnR: Como é que consegues conciliar os estudos com o ténis?

SN: É preciso muita disciplina, e sobretudo muita paixão pelo ténis, muitos sacrifícios para conseguir arranjar tempo para tudo. Mas, com esforço e dedicação tudo se faz.

BnR: Arranjas tempo para estar com os amigos?

SN: Fora das aulas é muito complicado. Aliás, eu praticamente não vou a nenhuma festa ou encontro de estudantes universitários, porque às 23h tenho que ir descansar e recuperar para enfrentar a exigência física do ténis. Convivo com eles quase exclusivamente nas aulas, mas faz parte.

BnR: Já pensaste no que vais fazer após abandonares o desporto?

SN: Olha, para ser sincera ainda não. Claro que vai ser algo relacionado com a medicina, mas a especialidade ainda não decidi ao certo. Talvez  algo relacionado com a parte do diagnóstico clínico e da medicina interna, ramo que provavelmente será aquele que eu seguirei no futuro.

BnR : Quem é o teu ídolo no circuito WTA?
SN: Eu gosto muito da Maria Sharapova, admiro-a muito não só pela forma de jogar mas também também pela parte mental: pela sua garra, determinação e persistência.

Sara Neto é a atual número 2 do ranking português
Fonte: Facebook Oficial Sara Neto

BnR: Li que pretendes apostar mais em torneios internacionais este ano. Algum objetivo em termos de ranking?

SN: Não penso muito em termos de ranking. Sempre que entro numa competição é com o intuito de dar o meu melhor e chegar às fases mais avançadas. Obviamente que é um desejo meu poder entrar no ranking WTA, mas não é o mais importante, importa mais estar em forma nos torneios que disputar e estar o mais bem preparada possível para enfrentar a dureza da competição.

BnR: Já nos falaste do ranking mundial, mas estando tão perto de primeiro lugar no ranking nacional, não seria esse um objetivo?

SN: Eu já estou muito orgulhosa de ter chegado a número 2 nacional. Era um objetivo meu poder chegar a este patamar no ranking. Se surgisse a oportunidade de chegar à liderança, eu certamente não a ia rejeitar, mas neste ano vou-me concentrar mais nos torneios internacionais.

BnR: Os torneios em que queres apostar, são maioritariamente por cá e Espanha correto?

SN: Sim, pelo menos nesta fase inicial. Tenho em mente alguns torneios na Tunísia, no período de férias escolares, mas no imediato vou jogar torneios aqui perto, por causa das obrigações universitárias. Só nas férias de Verão terei tempo para deslocações maiores, mas a seu tempo pensarei nesse assunto.

BnR: Para terminar, mais alguma coisa que queiras acrescentar ou dizer para os leitores do Bola na Rede?

SN: Sim, quero dizer que o objetivo desta entrevista é incentivar os estudantes universitários a praticarem desporto e, mesmo que não seja de forma profissional, pelo menos como forma de adquirirem um estilo de vida saudável e ativo. Se conseguir mudar hábitos sedentários de pelo menos uma pessoa, o meu desejo já estaria realizado e quero agradecer ao Bola na Rede a oportunidade, isto é, a realização desta entrevista.

Artigo revisto por: Ana Ferreira