📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
Início Site Página 9898

Competição debutante promete espetáculo

0

cab futsal

Conforme acordado pela Federação Portuguesa de Futebol em Abril de 2015, vamos ter pela primeira vez em 2015/2016 uma taça da Liga em Futsal. Para uma equipa se apurar para a competição necessita de acabar a primeira volta da Liga Sport Zone no top8 da tabela classificativa. Uma vez que a primeira volta já terminou, vamos agora observar os oito qualificados para este novo torneio: para além dos óbvios SL Benfica, Sporting CP, SC Braga e AD Fundão temos também o SL Olivais, a Burinhosa, o Modicus e o Belenenses.

Pessoalmente, só via nesta lista de apurados, no início da época, os Leões de Porto Salvo, que estão a fazer uma época muito má e bastante mais sofrível daquilo de que se estava à espera, tendo motivado uma troca de treinador já no decorrer desta época. Em sentido oposto está a equipa da Burinhosa, que até ao momento está a fazer um campeonato absolutamente fantástico, a justificar plenamente a sua presença entre a elite do futsal português.

A Burinhosa é a grande confirmação da primeira volta Fonte: Facebook “Burinhosa”
A Burinhosa é a grande confirmação da primeira volta
Fonte: Centro Cultural Recreativo e Desportivo Burinhosa

Por isso, a lista de apurados acaba por não fugir muito ao que eu antecipei antes do início da época regular, com a única exceção a ser aquela que já citei anteriormente. É de referir também que a competição se realiza no início do ano que vem, mais concretamente de 7 a 10 de Janeiro, e também que o alinhamento dos jogos será conhecido mais lá para a frente, assim como o local onde se irá realizar, estando estipulado apenas que será em terreno neutro para não atribuir qualquer vantagem competitiva aos participantes. O único condicionalismo para o sorteio é que o primeiro e o segundo classificados (respetivamente, SL Benfica e Sporting CP) no fim da primeira volta não se podem defrontar nos quartos-de-final.

Bem, apresentadas que estão as oito equipas, o espetáculo está garantido, sendo de esperar um conjunto de sete jogos (quatro quartos-de-final, duas meias-finais e uma grande final) verdadeiramente fabulosos e uma excelente promoção da modalidade, pois é sempre um prazer ver o melhor Futsal do país em ação, na pele das oito melhores equipas de Portugal. O sorteio ainda não é conhecido, mas, independentemente dos jogos que calhem em sorte, o certo é que esta será uma ótima promoção para a modalidade e vai provar, a seu tempo, que a ideia da FPF de introduzir esta competição no seu calendário competitivo é belíssima e vai proporcionar aos espetadores a oportunidade de poder ver futsal de qualidade, a antecipar aquilo que poderemos vir a ter no play-off, pois esta é uma competição embrionária e como tal o prestígio inerente a ser o primeiro vencedor da Taça da Liga é imenso.

Fazer a revolução?

0

cabeçalho fc porto

As recentes exibições do Futebol Clube do Porto deixaram os adeptos à beira de um ataque de nervos e foram, claro, sobreanalisadas. Todas as opiniões e crónicas convergiram para um culpado: Julen Lopetegui. Compreensível e na minha opinião correcto. Mas o que fazer neste momento? Digo para se voltar a fazer simples e cerrar fileiras.

Quando nada corre bem, quando o coração toma o lugar da cabeça, a tendência é para fazer uma revolução. No desporto, como na política, as revoluções vêm com um custo: o factor surpresa. A esperança de que tudo mude para melhor é tão grande que nem sempre fazemos uma análise fria acerca dessas mudanças. O treinador basco já mexeu e o resultado não foi o esperado. Já aconteceu assim anteriormente. A conclusão que se pode tirar é que as mudanças a fazer têm que ser cirúrgicas, criteriosas, opondo-se a grandes revoluções. E que a única coisa que neste momento precisa de uma revolução é a mentalidade da equipa – coesão e força.

O problema do Porto este ano é a dificuldade em fazer golos e em criar perigo constante. A equipa técnica tem de estudar o que está a falhar no seu processo (treino, táctica, estratégia…) para que possa aplicar uma correcção adequada e nivelada. Grandes mudanças nas escolhas de jogadores, trocas de posições, alterações significativas de estratégia… Em suma, tudo o que envolve mudança profunda exige tempo para adaptação. O Porto não tem esse tempo. Não podemos cair no erro de desfazer o que está bem para corrigir algo que por vezes nem sabemos bem o que é – os meios não justificam os fins!

A exibição realizada frente ao "aflito" Tondela agravou as críticas a Lopetegui Fonte: FC Porto
A exibição realizada frente ao “aflito” Tondela agravou as críticas a Lopetegui
Fonte: FC Porto

Outro grande problema que já vem desde o ano passado é a força mental que o Porto não tem. Os Dragões são incapazes de virar um jogo! Quando a incapacidade de criar perigo se junta aos golos consentidos a equipa entra em “blackout” – é desesperante ver o Porto atrás de um resultado. Aqui se vai ver se Lopetegui consegue ser um comandante – tem de ser o último a abandonar o navio. Um treinador que perde o controlo das emoções e que não tem a frieza (e por vezes uma palavra amiga) necessária de análise vai sempre passar a ideia de que está desorientado.

Ninguém segue um comandante que não sabe o caminho e que não consegue proteger os seus pupilos. As declarações do treinador espanhol demonstram que perdeu um pouco o controlo, assumiu as culpas como que para calar as críticas. Foi perceptível que não acredita que tem culpa no cartório e, pior que tudo, entrou em negação: diz bem de exibições péssimas.

Se eu pudesse dar um conselho a Lopetegui seria o de cerrar fileiras. Proteja a equipa, assuma os erros e diga que vai trabalhar neles para melhorar. Se não percebe o que está mal volte à equipa que lhe garantiu melhores resultados. Na conversa no balneário passe confiança; só eles importam. O que vem de fora é o resultado de paixões ou ódios. Exalte o que de melhor eles têm: a sua qualidade enquanto futebolistas.

Aos portistas diria o que já escrevi aqui: há um “timing” para revoluções. Este não é o momento para tal, sob risco de hipotecar não só o presente mas também o futuro. Amanhã, mais uma prova de fogo para esta equipa; temos que quebrar o enguiço de jogar na Madeira. Os olhos estão postos em Lopetegui.

Foto de Capa: FC Porto

 

Não damos #colinho, nós damos um #empurrão!

0

sporting cabeçalho generíco

O ano passado a equipa do Benfica foi levada ao colo pela arbitragem e conseguiu ganhar o título de campeão nacional sendo também criada a propaganda #colinho!

Acho que agora, sinceramente e em resposta, o Sporting deve criar o movimento #empurrão! Porque é isso que o adepto Sportinguista faz e sempre fez… eu sou daquela fornada de adeptos que esteve 18 anos sem ser campeão e no entanto sempre escolhi o Sporting e sempre decidi ir ao “Velhinho” Estádio José de Alvalade empurrar os nossos leões rumo à vitória e rumo à Glória.

E é isso que o adepto Sportinguista faz jogo após jogo, modalidade após modalidade… empurra o Sporting para a frente, contra tudo e contra todos… por isso é que somos um clube condenado ao sucesso: sem dúvida que temos grandes atletas, mas nos adeptos NENHUM clube no mundo ganha ao nosso! Mesmo com equipas (em teoria) mais fracas conseguimos ganhar a adversários que são teoricamente mais fortes que nós… Para quem não se lembra aconteceu isso na Taça CERS no Hóquei em Patins no ano passado… como outsiders chegámos à vitória! Porquê? Porque em qualquer estádio, em qualquer modalidade, a nossa voz é um #empurrão rumo ao sucesso!

O #empurrão dado pelos adeptos do Sporting leva o leão a rugir sempre mais alto em qualquer modalidade. Foto: Marzia Cattini
O #empurrão dado pelos adeptos do Sporting leva o leão a rugir sempre mais alto em qualquer modalidade.
Foto: Marzia Cattini

Não temos um minuto 70… temos minutos para todos os gostos e todas as modalidades! E esta semana isso voltou a acontecer… O #empurrão dos adeptos mudou a maldição de Jesus do minuto 92… E abriu um “Tonel para o Marquês”! Se vamos ser campeões? Não sei, mas vamos dar o #empurrão!

Se existem ajudas externas ao Sporting? Sim, o 12º jogador sempre foi e sempre será o jogador mais valioso do Sporting Clube de Portugal! Podemos não ter o melhor jogador do mundo, podemos não ter o melhor treinador, podemos não ter a melhor equipa, mas temos o maior coração e o maior #empurrão do mundo!

Não vejo a hora de o Pavilhão estar finalizado e passar os dias a dar um #empurrão ao meu Sporting em todas as modalidades… Sim, porque o Sporting não é só futebol!

Para Bruno de Carvalho fazer o seu trabalho de uma forma ainda mais brilhante só falta fechar o fosso e colocar a pista de tartan à volta do Estádio… E aí… Não havia #empurrão que faltasse aos nossos atletas!

Vamos criar a missão #empurrão e levar o Sporting a ser campeão! O 12º jogador estará sempre lá pronto a ajudar!!!

Foto de Capa: Sporting CP

 

SC Braga 0-2 SL Benfica: Marcar cedo e cedo defender

cabeçalho benfica

Sendo sempre uma das deslocações mais difíceis, a ida a Braga este ano ganhava contornos ainda mais especiais. Na ressaca de uma eliminação da Taça frente ao Sporting e uma exibição fraca frente ao Astana, o jogo com o Sporting de Braga tornava-se decisivo. As fracas exibições do Benfica opunha-se à boa forma do clube minhoto e uma derrota aqui poderia comprometer as contas do campeonato. Principalmente devido às baixas na equipa benfiquista. Rui Vitória voltou a apostar em Lisandro e Renato Sanches, com Mitroglou a substituir Jonas na frente.

Mas se se avistava um jogo difícil, cedo o Benfica resolveu o jogo. Em 15 minutos bastante animados, o Benfica marcou dois golos, dava uma machadada forte nas aspirações bracarenses e podia controlar o jogo de outra maneira. O Braga, ferido, procurou o golo que o fizesse voltar ao jogo e que fizesse tremer o Benfica. E bem se pode queixar de algum azar, pois duas bolas bateram no ferro, mas também porque encontrou pela frente um Júlio César igual ao que já habituou os adeptos encarnados. O intervalo chegava e eram os golos madrugadores que faziam a diferença, num jogo onde o Braga correu atrás do prejuízo e o Benfica cedo o que tinha de fazer para segurar esta vantagem.

Lisandro festeja o golo
Lisandro festeja o golo
Fonte: SL Benfica

E a lição estava bem estudada para a segunda parte. Em termos ofensivos o Benfica praticamente não existiu e muitos podem criticar o facto de ter sido o Braga a ter bola e o comando do jogo, mas temos de olhar às características deste jogo. Este foi um jogo depois de uma viagem ao Cazaquistão e um jogo onde o Benfica, cedo, se viu obrigado a defender. Ficará sempre no ar qual seria a forma do Benfica jogar se não fossem os 2 golos madrugadores, mas face ao resultado e à forma como o Braga correu atrás do resultado, pode-se dizer que esta foi a melhor maneira de jogar, tendo a capacidade e humildade de saber baixar linhas quando foi preciso, conseguindo anular o Braga em alguns momentos. Renato Sanches confirmou o que já tinha mostrado a meio da semana e parece que finalmente o Benfica encontrou alguém para jogar ao lado de Samaris. Já Mitroglou voltou a mostrar que continua à frente de Jiménez no que toca à titularidade. Uma vitória que premeia a eficácia e que se espera que seja o murro na mesa de que esta equipa tanto precisa.

A Figura:

Pizzi – Cresceu a olhos vistos. Fantástico tanto a extremo como a fechar no meio, esteve sempre bastante activo e é deste Pizzi que o Benfica precisa.

O Fora-de-Jogo:

Rafa- É quem mais consegues causar desequilíbrios no Braga mas hoje esteve muito apagado, tendo em conta o que já fez durante a temporada.

Foto de Capa: SL Benfica

Sporting CP 1-0 CF ” Os Belenenses”: Jesus já merecia um minuto 92 assim

sporting cabeçalho generíco

Boavista, Estoril, Arouca, Benfica para a Taça, Lokomotiv… Nos últimos tempos, a necessidade do Sporting correr atrás do resultado tem saltado à vista. Se a urgência em marcar tem tido um final feliz para os leões, não é menos verdade que um clube não pode ficar à espera que a sorte lhe sorria invariavelmente. As dificuldades recentes em desfeitear os blocos baixos dos adversários deixavam antever que, mais cedo ou mais tarde, os leões iriam soçobrar. E isso esteve prestes a acontecer hoje… até que uma mão de Tonel na área belenense, aos 92 minutos, coroou de êxito uma exibição pouco conseguida da única equipa que quis jogar futebol. Se é verdade que, como referiu Jorge Jesus na conferência de imprensa num claro elogio ao adversário, “saber defender também é uma arte”, não é menos verdade que uma outra arte, a de atacar, esteve exclusivamente a cargo do Sporting. Os leões são, pois, um vencedor tão feliz quanto justo. E a “estrelinha” continua… até ver.

O Belenenses, depois de encaixar 14 golos no somatório das deslocações à Luz (6-0, ao Dragão (4-0) e a Braga (4-0), teria forçosamente de limpar a sua imagem. Ainda com esses resultados bem presentes na memória, a equipa de Ricardo Sá Pinto apresentou-se bastante expectante e resguardada, tentando primeiro privilegiar a solidez defensiva, resistindo ao ímpeto inicial verde-e-branco e só depois pensando em sair para o contra-ataque. Porém, a qualidade de Kuca, Sturgeon e Luís Leal, os três homens da frente da equipa da cruz de Cristo, talvez pedisse um melhor aproveitamento dos espaços que os leões, em busca do golo, iam deixando nas suas costas. O meio-campo azul, talhado sobretudo para resistir e não tanto para construir, raramente conseguiu municiar o sector atacante de forma efectiva – e Sá Pinto talvez até nem tenha ficado demasiado preocupado com isso.

Já o Sporting fez uns primeiros quinze minutos agradáveis. Os homens de Jorge Jesus entraram mandões e com muita bola, num período em que sobressaiu a qualidade técnica e visão de jogo de Fredy Montero. Contudo, as oportunidades criadas eram escassas. Ao longo do primeiro tempo, nota apenas para um tiro do colombiano bem encaixado por Ventura, um remate defeituoso de William para a bancada e uma jogada diabólica de Bryan Ruiz, sempre em pezinhos de lã e a fazer lembrar Pedro Barbosa, até mudar de velocidade e passar entre dois adversários dentro da área. Valeu ao Belenenses a grande defesa do seu guardião. Se o colectivo verde-e-branco não aparecia, as individualidades tentavam fazer a diferença. E que golo memorável teria sido o do costa-riquenho…

 Mesmo não tendo feito um grande jogo, Fredy Montero foi quem mais se destacou Fonte: Sporting CP
Mesmo não tendo feito um grande jogo, Fredy Montero foi quem mais se destacou
Fonte: Sporting CP

Na segunda parte a toada manteve-se e Jesus lançou Gelson, em busca da agitação que tinha conseguido imprimir no jogo da Taça com o Benfica. O inexistente ataque belenense tornou imperativa a entrada do extremo que, contudo, não teve um dia feliz – Matheus Pereira, que foi a jogo um pouco mais tarde, conseguiu dar mais nas vistas, ainda que a espaços. Montero foi perdendo algum gás mas foi quem mais perto esteve do golo, com um remate cruzado após grande recepção. O Belenenses, porém, resistia, até que, para lá da hora, um penálti inequívoco de Tonel permitiu a William Carvalho dar os três pontos à sua equipa. A vitória do líder Sporting é justa, mas os golos não irão cair do céu para sempre. Ou a equipa encontra uma forma de contrariar alguma previsibilidade excessiva, ou o filme de hoje vai repetir-se, mas com um final fatalmente diferente e menos abonatório para a formação de Jorge Jesus.

Seja como for, os leões conseguiram uma vitória saborosa que os mantém isolados no comando do campeonato, à entrada para Dezembro. Já o Belenenses, apesar da derrota, atirou para trás das costas o fantasma das goleadas sofridas com os grandes e provou que tem capacidade para estragar os planos às melhores equipas – ainda que a estratégia passe unicamente pela tal “arte de defender”.

A Figura:

Fredy Montero – Ninguém fez um grande jogo, mas o colombiano foi quem mais se destacou. Na primeira parte baixou bem no terreno para ir buscar jogo e fez uso da sua inteligência para lançar os colegas, na segunda perdeu gás mas chegou a estar perto do golo. Numa equipa por vezes demasiado estática e com clara falta de um “abre-latas”, foi ele que emprestou alguma irreverência e imprevisibilidade.

O Fora-de-jogo:

Jonathan Silva – Assim como a figura pela positiva não fez um grande jogo, também o destaque pela negativa não comprometeu em demasia. Mas o Sporting sentiu falta da profundidade que Jefferson dá, e isso é o pior que se pode dizer de um habitual suplente. Jonathan esteve algo preso de movimentos, poucas vezes explodiu pelo flanco como o seu homólogo brasileiro e, mesmo tendo em conta que o adversário quase não atacou, notou-se-lhe um ou outro ligeiro deslize a defender. O argentino pode evoluir, mas a falta de jogos hoje prejudicou-o. William Carvalho também ainda não está na sua melhor forma.

Foto de Capa: Sporting CP

GP de Abu Dhabi: até para o ano!

0

cab desportos motorizados

O último Grande Prémio do Mundial F1 2015 teve lugar no fantástico circuito de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A Fórmula 1 despede-se até ao próximo ano, num GP que teve mais de decisão e menos de emoção. Rosberg ganhou, pela terceira vez consecutiva, e Kimi Raikkonen confirmou o quarto lugar na classificação geral.

Nico Rosberg alcançou a sexta pole-position consecutiva da temporada, ficando muito perto do recorde de Ayrton Senna: entre o final de 88 e o início de 89, o brasileiro chegou às oito poles seguidas. Lewis Hamilton ficou a 0,377s e o melhor dos “outros” foi Kimi Raikkonen.

Ainda assim, a Ferrari protagonizou o momento mais surpreendente da qualificação: Sebastian Vettel não passou da Q1, e saiu do 15º lugar do grid. Porquê? Incrivelmente calmo, Vettel limitou-se a dizer que “não tiveram qualquer problema técnico, pensámos que a volta com os pneus macios já era suficiente”. Erro inexplicável da Ferrari, que terá de se empenhar nos testes de inverno para poder sequer imaginar um futuro risonho.

No arranque, Rosberg segurou a liderança; Hamilton e Raikkonen seguiram-no de perto. Lá atrás, Pastor Maldonado e Fernando Alonso tocaram-se, com o venezuelano a sair de pista e a ser obrigado a abandonar, pela décima vez esta temporada. Alonso acabou por ser penalizado pelo incidente e demonstrou o seu desagrado: “penso que estas decisões têm de ser tomadas com mais senso, pois não vejo isto suceder no WEC, MotoGP ou outras categorias, que são muito mais divertidas que a Fórmula 1”. O espanhol foi, de resto, motivo de conversa durante a semana.

O presidente da McLaren, Ron Dennis, admitiu a hipótese de Alonso fazer um ano sabático em 2016. O piloto veio de imediato desmentir o “patrão”, ao dizer que tenciona correr no próximo ano. Boas notícias para nós, fãs: a McLaren está mais experiente, com dois pilotos de alto gabarito, e a preparar-se para fazer estragos a meio da tabela. Resta saber se o monolugar ajuda.

Rosberg acabou em segundo lugar
Rosberg acabou em segundo lugar

O motivo de maior interesse do GP de Abu Dhabi talvez tenha sido, ironicamente, a vertiginosa escalada de Vettel. À 15ª volta, o alemão já estava – imagine-se! – em segundo. Mas o plano da Ferrari era garantir o quarto lugar de Raikkonen na geral. Já em terceiro, e com os pneus macios a desaparecer, a equipa pediu a Vettel que deixasse passar o colega de equipa. Vettel acabou por terminar a última corrida do ano na quarta posição, à frente de Sergio Perez (Force India).

Até ao fim, pouco mais a dizer: Lewis Hamilton tentou convencer a Mercedes a deixá-lo levar os pneus ao máximo, na tentativa de ainda chegar a Rosberg, mas a equipa não cedeu. Depois da vitória antecipada do inglês no Mundial, a Mercedes empregou todos os seus esforços na conquista da vice-liderança para Rosberg. Este foi, realmente, um ano cinzento (no melhor sentido da expressão). Com a 12ª dobradinha do ano, a Mercedes ultrapassou os 701 pontos do ano passado e estabeleceu mais um recorde.

Jenson Button protagonizou um dos momentos mais emocionantes da tarde/noite em Abu Dhabi, ao lembrar-nos o porquê de ter sido campeão mundial em 2009. Com uma manobra digna de Senna, ultrapassou Marcus Ericsson (Sauber) e deixou os fãs de F1 deliciados. Mais um episódio que alimenta a expectativa da McLaren e dos seus adeptos para 2016.

Com o fim do Mundial 2015, despedimo-nos, ao que tudo indica, de duas equipas: a Force India e a Lotus. Em princípio, em 2016, ir-se-ão chamar Aston Martin-Mercedes e Renault F1 Team, respectivamente. Além disto, permanece a dúvida sobre uma eventual troca de pilotos entre a Toro Rosso e a Red Bull. Grande parte da administração da Red Bull defende a despromoção de Daniil Kvyat à Toro Rosso e a consequente subida de Max Verstappen à Red Bull. Na minha opinião, Verstappen ainda está demasiado “verde” para assumir uma posição de tão grande destaque – atentemos ao facto de esta ter sido apenas a segunda época de provas automobilísticas do holandês. Com mais um ano de Toro Rosso, mais experiência, mais obstáculos ultrapassados, Verstappen facilmente se tornará o piloto mais desejado por todas as equipas de F1. Dono de um talento inato, o jovem holandês vai, com toda a certeza, dominar a modalidade nos próximos anos.

A Fórmula 1 despediu-se de 2015 no circuito mais espectacular do campeonato. Lewis Hamilton realizou uma temporada incrível e conquistou o título; Nico Rosberg mostrou-se um adversário à altura do inglês, principalmente na recta final do Mundial; Sebastian Vettel é, sem dúvida, o melhor dos “outros”. Raikkonen, Bottas, Massa e Verstappen animaram a época, que se pautou por uma previsibilidade acima da média e sempre a favor dos Mercedes. A F1 volta para o ano: esperemos que com maior competitividade.

Fotos: Mercedes AMG Petronas

O privilégio dos mortais

internacional cabeçalho

Estão anunciados os finalistas da corrida à Bola de Ouro 2015. De quatro, escolheram-se três, sendo que dois deles já tinham entrada garantida. Cristiano Ronaldo e Messi quase que têm lugar cativo na “shortlist” final, a qual integram desde 2007 (com excepção de 2010, onde Ronaldo não figurou) a esta parte.

O troféu atribuído ao melhor jogador do mundo está, há muito, “viciado” pelo talento inato destes dois génios e pela sua capacidade de trabalho e de se reinventarem, de se tornarem, dia após dia, melhores e imprevisíveis para os seus adversários. Tornando a tarefa de os parar uma missão hercúlea, mesmo que estes “fenómenos” sejam estudados ao pormenor.

A única dúvida prende-se com o terceiro elemento desta lista. Torres (!!!!), Xavi, Iniesta ou Ribery tiveram o privilégio de partilhar o pódio com estes “deuses da bola”, mas o terceiro lugar foi, invariavelmente (com excepção de 2010) o seu destino. E este ano, sobrava a duvida: Suarez ou Neymar? Teríamos sempre uma novidade. Acabou por recair no brasileiro, mas o vencedor parece encontrado à partida, não devendo fugir à dupla habitual.

São tempos diferentes dos de outrora, estes que vivemos, relativamente à atribuição do futebolista nº 1. Antes de Messi e Cristiano Ronaldo, havia uma certa “elite” de futebolistas que integravam o lote de sérios candidatos à conquista desse desígnio, mas o número era, sempre, muito maior, mesmo quando houve jogadores a receber o prémio (no caso, o “FIFA World Player”) em anos consecutivos como aconteceu com Ronaldo (1996 e 1997) e Ronaldinho (2004 e 2005). A discussão era grande, e o pódio variava com frequência. Durante este período (1996-2005), por exemplo, houve cinco vencedores diferentes (Ronaldo, Zidane, Rivaldo, Figo e Ronaldinho), nem sempre consensuais com os resultados da “Ballon D’Or”, e registou-se a entrada de 14 (!) jogadores diferentes (para além dos referidos vencedores, também David Beckham, Raúl, Oliver Kahn, Thierry Henry, Shevchenko, Davor Suker, Dennis Bergkamp, Gabriel Batistuta, Lampard e Eto’o chegaram ao pódio).

Neymar junta-se ao companheiro Messi e a Cristiano Ronaldo na disputa pela “Bola de Ouro” Fonte: FC Barcelona
Neymar junta-se ao companheiro Messi e a Cristiano Ronaldo na disputa pela “Bola de Ouro”
Fonte: FC Barcelona

Era uma altura diferente, porventura mais aliciante do ponto de vista da adivinhação e… da fantasia. Nas escolas, os miúdos escolhiam o seu jogador favorito, aquele que eles “queriam ser” e jogavam imitando os seus movimentos. Tínhamos um jogo sem “personagens” repetidas. Hoje em dia, só vemos mini-Ronaldos e mini-Messis espalhados pelos recreios. No trabalho e nos cafés, apostava-se num favorito e havia sempre muita gente a sair derrotada pela quantidade de futebolistas a apostar.

Era bom, sim, do ponto de vista do convívio, mas o futebol praticado não tinha o nível de hoje em dia. Cristiano Ronaldo e Leonel Messi vieram dar-nos o privilégio de assistirmos a coisas que os nossos antepassados não tiveram oportunidade de testemunhar. Hoje em dia, temos dois dos melhores de sempre a disputar o mais alto galardão atribuído a um futebolista. É uma luta de titãs, um ombrear entre dois “deuses” pelo título de melhor de sempre.

No fundo, um privilégio para nós, comuns mortais e adeptos de futebol.

Portugal mostra duas caras na Guatemala

0

cab futsal

Este torneio, que ainda não tem a chancela da FIFA e que se organiza anualmente desde 2010, não correu de feição às cores portuguesas. No entanto, este mundial pode ser dividido em duas fases: a fase de grupos e a fase a eliminar, onde as prestações das nossas guerreiras foram bastante díspares. Na fase inicial da competição, calhámos em sorte no grupo A, com o todo-poderoso Brasil, a Costa Rica e o Irão. Apesar do equilíbrio existente nos jogos de futsal, e porque não se pode subestimar nenhum oponente nas fases prévias destas grandes competições, o certo é que a qualidade dos resultados e das exibições, incluindo um empate perante o grande dominador desta competição, o Brasil, apenas consentido nos segundos finais, deixava antever uma prestação magnífica na Guatemala e aumentava (e muito) as expetativas, que já no início eram bastante elevadas, de poder superar o segundo lugar alcançado em 2010, 2012 e 2014.

Era, assim, um Portugal renovado e cheio de confiança que atacava as meias-finais da competição, perante o líder do grupo B, a Rússia. Mas o certo é que um jogo menos conseguido da nossa parte possibilitou o apuramento para a final da equipa do leste da Europa, numa clara derrota (7-2), que ditou o adeus do sonho luso de poder estrear o seu nome na lista de vencedores, que apenas conhece o Brasil até à data. Para terminar a participação, aconteceu o jogo de atribuição do terceiro lugar perante Espanha. Foi mais um jogo fraco das nossas jogadoras, a provar que a eliminação do jogo decisivo foi um rude golpe para as aspirações nacionais, e mais uma goleada (9-1) a impedir a presença portuguesa no pódio, tendo de se contentar com o quarto posto, igualando a pior prestação de sempre em 2013.

Um começo brilhante que acabou por não ter sequência Fonte: Seleções de Portugal
Um começo brilhante que acabou por não ter sequência
Fonte: Seleções de Portugal

No jogo mais desejado, a grande final, mais um resultado previsível, com o Brasil a ganhar por 3-0 à Rússia e a confirmar assim o seu domínio absoluto na modalidade (em seis presenças, outros tantos troféus de campeão). Fica assim um grande amargo de boca, pois estivemos quase a garantir a vitória sobre o campeão incontestado da competição na fase de grupos, no entanto uma má abordagem à fase a eliminar ditou um adeus sem glória a um campeonato onde tínhamos grandes (e legítimas) aspirações.

Foto de capa: Seleções de Portugal

Jogadores que Admiro #47 – Kobe Bryant

jogadoresqueadmiro

Nesta rubrica do Bola na Rede, Jogadores que Admiro, estão apenas aqueles que conseguem marcar a diferença para alguém, aqueles que, por qualquer “toque de midas”, atraem milhares de fãs (ou apenas alguns poucos, quem sabe) e merecem ficar conhecidos para a posteridade. Normalmente, a qualidade desportiva do indivíduo em questão costuma estar aliada a esse tipo de reconhecimento; ainda assim, podem existir casos onde isso não se dá. No meu caso, por enquanto, a qualidade está, sem dúvida, associada a todos os meus jogadores preferidos nas mais variadas modalidades. Desportistas como Cristiano Ronaldo (estou surpreendido por ainda não haver nenhum texto sobre ele nesta secção), Roger Federer (guardarei para o futuro um artigo sobre o “Rei do Ténis”), Chris Froome, Sebastian Vettel, Valentino Rossi, Kelly Slater, Falcão (Futsal) ou Madjer (João Sousa e Rui Costa são nomes que também poderei incluir nesta lista, numa perspetiva mais indireta, claro, mas não deixam de ser grandes desportistas, obviamente) são, todos eles, os meus preferidos nas suas respetivas modalidades e qualquer um apresenta uma imensa qualidade desportiva, sendo que muitos destes nomes são considerados merecedores de ocuparem qualquer posição do pódio dos melhores de sempre da sua modalidade.

Mas, na primeira vez que faço algo deste género, não podia “fugir” a escrever sobre um nome em particular: Kobe Bryant! Um dos melhores jogadores da história dos LA Lakers e da NBA. Daqueles jogadores que tanto podem ser “odiados” como “amados”. Um atleta que ficará para sempre na história pelos melhores motivos, mas que, por exemplo, não deixa de ter tido um caso polémico e que deu muito que falar, pelos piores motivos (ainda assim, em 2004, o processo foi retirado), infelizmente.

Foi devido a este jogador que me tornei adepto dos Lakers. Nos meus primeiros tempos de NBA, por volta da época 2007/2008 (duas épocas antes, fez o tão conhecido jogo dos 81 pontos – segunda melhor marca de sempre – contra os Toronto Raptors), foi dos jogadores que mais me cativaram, pela sua forma de jogar e pela maneira como conduzia a sua equipa – felizmente, depois desse ano, os Lakers, liderados pelo Kobe, foram a três finais consecutivas. Naquela altura, pouco percebendo do jogo e de todas as suas caraterísticas, ele era daqueles que me faziam ver a respetiva equipa onde jogavam, neste caso, os Lakers. Hoje em dia, se o Kobe fosse embora para outra equipa (algo impensável, parece-me), não há dúvida de que continuaria a apoiar a equipa de Los Angeles, mas também acho que sentiria o dever de apoiar a equipa para onde fosse o Kobe – e querendo acreditar que ele nunca iria para uns Los Angeles Clippers ou para uns Boston Celtics…

Kobe Bryant é um ícone dos LA Lakers e da NBA Fonte: NBA
Kobe Bryant é um ícone dos LA Lakers e da NBA
Fonte: NBA

Nessa época, curiosamente e por uma grande infelicidade, foram mesmo os Celtics a derrotar os Lakers e a levar o troféu para Boston. Kobe deve ter tido, nesse ano, a melhor época que alguma vez teve e terá, em termos individuais, conseguido o título de MVP da temporada, mas cedendo, na final, perante os Celtics de outras lendas deste desporto como são Pierce e Garnett. Nos dois anos a seguir, a história foi outra e mais feliz para as hostes “lakerianas”. Já com Pau Gasol (a quem ganhou nas duas vezes em que venceu os Jogos Olímpicos pelos EUA – 2008 e 2012) na equipa, os Lakers conseguiram vencer os Magic e, no ano a seguir, veio a “vingança” sobre os C’s. Em ambas as finais, Kobe foi eleito o MVP, de forma completamente justa.

Em 2013, viveu um dos piores momentos da sua brilhante carreira: sofreu uma lesão grave no tendão de Aquiles e não mais jogou nessa temporada (ver vídeo). Mesmo assim, como guerreiro que é, ainda foi marcar os lances livres correspondentes à falta que foi assinalada. Esse foi um dos momentos mais marcantes para mim enquanto fã, não só do jogador e da equipa, mas também deste desporto. Só mesmo um atleta como ele, depois de uma lesão daquelas, voltaria ao jogo para terminar aquele capítulo no seu livro daquele ano e fechar, de forma infeliz, um ano que até estava a ser bom em termos individuais (inclusive, ficou na All-NBA First Team – algo que fez por 11 vezes na sua carreira, sendo que, também, foi eleito para o All-Star por 16 vezes e MVP do All-Star Game por 4 vezes) e mais ou menos para os Lakers, que conseguiram ir aos playoffs, apenas no sétimo lugar, mas sofreram uns implacáveis 4-0 frente a uns Spurs que só terminaram a sua jornada na final, frente aos Heat de Lebron James.

No final de 2013, voltou a entrar em campo, mas, pouco tempo depois, lesionou-se, novamente, dessa vez no joelho. Acabou por quase não jogar nessa época e a ter que recuperar, mais uma vez, de uma lesão grave. Tudo isto marcava o declínio de Kobe e dos próprios Lakers. A 14 de Dezembro de 2014, já depois de novo regresso ao ativo, Kobe Bryant supera mais uma marca histórica: torna-se no terceiro melhor marcador de sempre da NBA, ultrapassando o eterno e lendário Michael Jordan.

O final desta época marca o adeus de Kobe Fonte: NBA
O final desta época marca o adeus de Kobe
Fonte: NBA

Em termos estatísticos, tal como já foi mencionado, é o terceiro melhor marcador de sempre da NBA (sendo que “só” por duas vezes venceu o prémio de melhor marcador da respetiva temporada, em 2006 e 2007), com 32,649 pontos, em 20 temporadas, com 1291 jogos realizados, estando, igualmente, no top’14, de sempre, dos jogadores que mais roubos de bola fizeram e em 29.º lugar na lista de jogadores com mais assistências. Apresenta, nas suas médias de carreira, 25.3 pontos por jogo, 5.3 ressaltos por jogo e 4.8 assistências por jogo.* Na história dos próprios Lakers, Kobe é o melhor marcador, quem mais roubo de bola fez, o 3.º com mais ressaltos ganhos, o 5.º com mais “blocks” e o 3.º com mais assistências. Uma verdadeira lenda dos Los Angeles Lakers e da NBA!

Considerando tudo o que já foi dito, apenas faltou o sentimento de querer ser como ele nesse desporto, mas isso nunca ocorreu pelo simples facto de, em termos desportivos, ter (muito) mais qualidade nos pés do que nas mãos: quem me conhece pode perfeitamente corroborar isto. Mesmo assim, não foi por isso que nunca acompanhei a NBA com grande afinco e apreço; e tenho em Kobe Bryant um jogador que irei continuar a seguir mesmo depois de se retirar no final desta época. Espero que ainda possa conseguir terminar em grande a carreira.

O mítico 24, o grande “Black Mamba”, um dos melhores de sempre, fará a sua despedida este ano, para infelicidade de imensos fãs. Mas é mesmo assim a vida e mais tarde ou mais cedo esse momento teria de chegar. Depois de nem ter sido draftado pelos Lakers, tendo ido lá parar via troca, acabou por criar uma história incrível em LA. Este SG, já com 37 anos, fará, com toda a certeza, parte do Hall of Fame da NBA. Será sempre uma referência da modalidade e um dos basquetebolistas mais conhecidos. A sua saída será o cair de uma era, mas o nascer de uma outra, espero eu e esperam todos os adeptos dos Lakers. A perda do elevado salário que ainda recebe poderá realmente ser importante para o futuro do franchise.

Por fim, nunca tive a felicidade de o ver jogar ao vivo (podia ter sido o ano passado ou há dois anos, mas acabou por não se concretizar) e, pelo visto, não o conseguirei mesmo ver antes de terminar a sua carreira como jogador dos Lakers e da NBA. Ainda assim, é preciso realçar que esta lenda marcou gerações e tenho a certeza de que milhões de pessoas (no Facebook, por exemplo, tem mais de 20 milhões de “seguidores”), tal como eu, continuarão a estar bem atentas ao que ele fará fora dos grandes palcos…

Foto de Capa: NBA

Académica de Coimbra 1-1 FC Arouca: A Casa Assombrada

0

futebol nacional cabeçalho

Já estava cumprido o tempo regulamentar e sobrava, para os adeptos da Académica, a esperança de que os descontos retribuíssem, em forma de felicidade, as desilusões acumuladas pela Briosa desde há vários jogos a esta parte (os dois pontos perdidos, diante do Moreirense, ainda não tinham sido bem digeridos). O público academista agarrava-se aos 3 minutos de descontos com as garras e dentes que a esperança dá sempre a quem acredita, e quando Gonçalo Paciência disferiu um pontapé à entrada da área, sob o minuto 92, julgou-se que aquele seria o momento em que a crueldade se evaporaria, de vez, da casa assombrada em que se tornara o Estádio Cidade Coimbra. A bola entrou, depois de bater em  Leandro Silva. 2-1 para a Académica, acreditou-se. Festejou-se o fim da agonia. Durante muito tempo… até o fiscal de linha ter anulado o golo. O golo que faria com que, finalmente, não se perdessem pontos, em casa, frente a um rival directo. Mas foi anulado, juntamente com as ambições de se fugir aos lugares de despromoção (frustrados, os adeptos protestaram com o arremesso de cadeiras para o campo, e Marinho foi expulso). O Arouca sorriu…

… porque soube que fez menos que o adversário para merecer o prémio do “pontinho”. Não que tivesse feito pouco, pelo contrário. A Académica é que fez muito. Pressionando, desde o apito inicial a zona de construção arouquense, obrigando a turma da Serra da Freita a privilegiar o jogo directo, relegando para segundo plano o recurso ao talento que possui desde o meio-campo para a frente. Assim, a primeira parte teve praticamente um sentido, com a presença de Nuno Piloto no meio campo (de regresso) a fazer-se sentir, bem como a crença da zona ofensiva na recuperação de bola. Isso ficou bem evidente no golo inaugural, em que Nii Plange ganha a bola no flanco esquerdo e assiste Gonçalo Paciência para a estreia do avançado a marcar com a camisola da Académica, para a Liga.

O Arouca tentou reagir, mas apenas o conseguia fazer através de bolas paradas (como sublinhou Gouveia em conferência de imprensa), e foi por essa via que chegou ao golo da igualdade, com Maurides a corresponder da melhor maneira a um livre batido por Artur.

"Tenho a certeza que vamos atingir os objectivos propostos " vincou Gouveia, treinador da Académica, em Conferência de Imprensa
“Tenho a certeza que vamos atingir os objectivos propostos ” vincou Gouveia, treinador da Académica, em Conferência de Imprensa

Na segunda parte, o Arouca veio apostado em contrariar a tendência da primeira parte, tentando construir mais, no meio-campo da Académica. Não o conseguiu primeiro, com os mesmos homens, mas reforçou essa zona, passando Nuno Valente para a zona ofensiva, em perfeita harmonia com Artur, Maurides e Ivo Rodrigues. Porém, nem assim a defesa da Académica foi quebrando, mesmo depois da saída de Obiora (Leandro Silva soube substitui-lo), por lesão… contudo, o jogo ficou mais partido, e a bola passou a rondar as duas balizas, mas, mesmo nessa fase, o meio-campo do Arouca foi mais invadido que o da Académica.

O jogo foi caminhando para o final do costume, em que a desilusão invade quem habita a casa assombrada. A Académica segue neste campeonato com apenas uma vitória e muitos pontos perdidos em casa, o Arouca continua sem vencer desde as duas primeiras jornadas.

 

A Figura:

Rui Pedro – Voltou o craque que brilhou ao serviço do Cluj. Foi um autêntico terror para a defensiva do Arouca, criando desequilíbrios entre a linha defensiva e o meio-campo arouquense. Conseguiu ganhar muitas bolas em jogadas de insistência, e reclama a maior fatia de mérito na boa exibição da Académica.

O Fora de Jogo:  

Nuno Coelho  – Parece ter retribuído o favor à casa onde foi tão feliz, ao fazer uma exibição apagada. Foi demasiado permissivo no miolo, deixando que a Académica fosse ganhando supermacia na sua zona de jurisdição e, consequentemente, no jogo.