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Carta Aberta a: Julen Lopetegui

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Caro Julen Lopetegui (queria chamar-lhe mister mas nem isso consigo),

Comecei a colaborar com o Bola na Rede há pouco tempo e, por isso, tomei a liberdade de me certificar de que nunca tinha recebido nenhuma carta aberta. Engano meu. Não sou o primeiro a escrever-lhe mas, espero, vou ser o último. Gostaria, porém, de citar o que o meu colega Alcino Rodrigues escreveu aquando da carta aberta que este escreveu em maio último:

Se ficar na próxima época tenha consciência e assuma para si mesmo que falhou rotundamente em várias ocasiões. O fracasso pode ser um grande aliado mas há que ter a humildade de percebê-lo como um instrumento de realização, que já foi usado por muitas pessoas de grande sucesso que souberam aproveitá-lo. Não espere obter resultados diferentes se fizer sempre a mesma coisa, que eu também não…

E agora aproveito para o citar a si nas declarações que proferiu hoje (27 de novembro), poucos dias após o desaire em pleno Dragão frente ao Dinamo Kiev:

As reações do público são soberanas. Perdemos um jogo em 18 e o público reage como reage. Aceitamos e de bom grado. O público é soberano e tem sempre razão.

A arrogância com que profere estas palavras assinalam o seu fim no Futebol Clube do Porto. A primeira derrota da época 2015/16 deverá marcar o seu fim como treinador dos azuis-e-brancos. E quer saber porquê? Porque não é capaz de admitir que errou. Porque não é capaz de assumir que a derrota frente ao Dinamo Kiev começou ainda antes do apito inicial, nas opções técnicas que tomou. Menospreza a opinião pública porque esta não se alicerça em toda a sabedoria futebolística com que toma as suas opções. Pois bem… além de arrogante tem pouco caráter.

O que é que eu faço aqui com estes plebeus? Fonte: FC Porto
O que é que eu faço aqui com estes plebeus?
Fonte: FC Porto

Depois do jogo é fácil falar? Sim, claro que é. Mas antes do jogo também é fácil perceber que há opções que têm tudo para correr mal. E não é isso que o impede de as tomar. Opções que, em jogos cruciais, continuam a deitar tudo a perder. É conservador. Tem medo. Tem receio mesmo sendo treinador do Futebol Clube do Porto.

Julen, o problema não está na primeira derrota. Está nas exibições da equipa. Não há evolução, não há um fio condutor, não há ideias… Somos demasiado previsíveis e incapazes de manter o nível exibicional perante a rotatividade. E não há milagres para tanta incompetência da sua parte. As vitórias são algo natural no seio portista porque os jogadores são melhores. Se eu juntar dez jogadores num campo e colocar os cinco melhores numa equipa, o mais natural é que estes vençam nove em dez jogos. No mínimo! Mesmo que nunca se tenham visto na vida. Mesmo que não se conheçam. Mesmo que não falem a mesma língua. São melhores e vão, naturalmente, vencer.

O futebol até tende a ser bastante simples. Operacionalizar e interiorizar os processos é que é mais complicado. Mas nem isso você consegue. Pode ter a teoria toda na cabeça mas não consegue que os jogadores correspondam com aquilo que você exige. E a minha pergunta é: a culpa é dos jogadores?

Há ainda outro ponto em que gostava de me debruçar. Saiu este sábado (27 de novembro) a convocatória para o encontro em Aveiro frente ao Tondela. Corona e Imbula de fora porquê? São os bodes expiatórios que encontrou para justificar a derrota consentida? Então e o Casillas não sai porquê? É imprescindível? É que o erro que o espanhol cometeu é clamoroso e acabou com todas e quaisquer expetativas de recuperação. O ano passado fez o mesmo com Fabiano. Este ano, Cissokho também já passou pelo mesmo.

Quero pedir-lhe um favor! Já que estamos a deixar de fora os culpados do último desaire, deixe-se a si de fora. Diga ao Rui Barros para assumir a equipa.

Caro Julen… até pode conseguir vencer um troféu interno ou o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Mas o seu tempo aqui já acabou. Cumpra os requisitos mínimos para que consiga sair pela porta média. A grande nunca será sua e a pequena já está entreaberta. Assuma de uma vez por todas que é um fracasso como treinador de futebol.

Espero que estejas contente. Bateste mais um recorde. És, neste momento, o único visado a receber duas cartas abertas no Bola na Rede. Festeja lá isso e atira à cara dos adeptos se quiseres.

Foto de Capa: FC Porto

Nuno e o mistério do Twitter

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Nuno Espírito Santo, treinador do Valência, já tem conta no Twitter. No entanto, passado mais de uma uma semana da sua criação, dia 19, Nuno não segue ninguém, Nuno nada diz. A sua conta limita-se a estar ali, como se tentasse passar despercebida e vai, desse modo, aumentando a expectativa sobre qual será a sua primeira ação naquela rede social.

O mistério tem uma explicação simples, a meu ver. Depois de um arranque muito mau, que levou à contestação dos adeptos, o Valência surpreendeu ao ir a Vigo golear o Celta, a grande sensação do campeonato espanhol, por 5-1. Assim, as duas semanas de pausa das seleções foram um pouco mais tranquilas para Nuno. No regresso da Liga Espanhola, o Valência recebia o recém-promovido Las Palmas e o treinador português terá pensado que essa seria uma boa oportunidade para vencer e se estrear tranquilamente no Twitter.

O problema é que o Valência empatou com o Las Palmas, a contestação dos adeptos subiu ainda mais de tom e o Twitter do Nuno continuou por estrear. De resto, não seria nada fácil explicar a exibição do Valência em apenas 140 caracteres, de tão má que foi. Ao empate com o Las Palmas, seguiu-se a derrota a meio da semana em São Petersburgo, que deixou a equipa de Nuno em risco de ser eliminada da Liga dos Campeões. E Nuno continua sem dar uso ao seu Twitter…

Nuno durante um treino do Valência Fonte: Facebook Oficial do Valência CF
Nuno durante um treino do Valência
Fonte: Facebook Oficial do Valência CF

É como se a conta tentasse passar despercebida, mas não passa. Nuno não mexe no Twitter, mas a sua conta mexe com o Twitter, contando já com mais de 7500 seguidores. Alguns deles estão tão chateados que, se fosse possível, optariam por perseguir Nuno, em vez de o seguir. No Mestalla, o cântico que mais se ouve é o Nuno Vete Ya, pedindo a saída do treinador, cântico que tem como correspondente na internet a hashtag #NunoVeteYa, que vai fazendo sucesso, por estes dias. Além disso, os memes mostrando o pedido Nuno Vete Ya multiplicam-se, havendo um em que até o Rei Juan Carlos aparece a perguntar “¿Nuno, por qué no te vas?”

A conta do Twitter é nova, mas a foto de capa não deve ser, porque aí o treinador português aparece a sorrir, algo que já não acontece há algum tempo. Por trás, vê-se a imagem do Mestalla cheio e, felizmente, as imagens não têm som, porque já sabemos o que é que os adeptos estariam a cantar.

Este domingo, o Valência vai ao terreno do Sevilha, de onde Barcelona e Real Madrid já saíram derrotados esta época, e, na jornada seguinte, recebe o Barcelona, sendo que, pelo meio, tem um jogo fácil para a Taça. Assim, o silêncio de Nuno online arrisca-se a continuar por mais algum tempo. Para já, o que eu lhe sugeriria era que, na sua descrição, onde se lê “Perfil oficial de Nuno Espírito Santo, entrenador del Valencia CF”, acrescentasse: “Por enquanto, por enquanto…”.

Fonte: Facebook Oficial do Nuno Espírito Santo

Señor Lopetegui, a paciência esgotou

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Inadmissível e incompreensível. Os erros repetem-se sistematicamente e parece não haver fim para a teimosia de Julen Lopetegui. O treinador do FC Porto está novamente em xeque, ainda que apenas aos olhos dos adeptos, que alegam a insistência recorrente (passe o pleonasmo) em determinadas ideias que, já se percebeu, estão longe de funcionar e de beneficiar o rendimento desportivo da equipa. No início da época, fui um dos defensores da permanência do basco. Não é segredo. No entanto, tornou-se incomportável assim continuar e, inevitavelmente, juntei-me ao coro de detratores do atual técnico azul e branco.

A derrota caseira com o Dínamo Kiev (0-2) foi a gota de água que fez transbordar o depósito que, esta época, se ia enchendo ao mesmo ritmo que o da temporada passada encheu. Se o FC Porto estava a um mero ponto da qualificação e podia alcançá-lo frente a uma equipa que seria teoricamente inferior, porquê inventar? Porquê mudar o sistema tático que tem sido matriz na Liga dos Campeões? Porquê colocar André André no banco? E, mais grave, porquê tirar Maxi Pereira ao intervalo para colocar o médio em campo? Decerto que para tapar um buraco não é necessário abrir outro, tendo em conta o leque de opções que o plantel oferece a Lopetegui…

Agora, a continuidade na Champions parece mais longe do que perto. E, se olharmos para o campeonato, os dividendos da campanha portista traduzem-se nos mesmos valores dos da época que findou com a vitória do Benfica.

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Terá chegado a hora de Lopetegui fazer as malas?
Fonte: stuff.co.nz

O futebol praticado continua longe de convencer e do nível idealizado e desejado. Se já assistimos a laivos de belíssimas exibições coletivas, essas mesmas exibições não tiveram continuidade. Nunca. E, mesmo que aleguem a construção de uma nova equipa em relação àquela que foi trabalhada no último ano, eu respondo com a necessidade de, por esta altura, já ser mais que tempo de ter determinados processos de jogo fundamentais interiorizados e postos em prática.

E, o mais inadmissível: o disparate na conferência de imprensa. O discurso de Lopetegui na antevisão ao jogo com o Tondela foi desligado de nexo e disparatado. Caso não tenha percebido, os adeptos do FC Porto distinguem-se dos outros pela exigência acima da média que colocam “em cima” dos jogadores que defendem as cores, que, por sua vez, eles apoiam. O portista fica satisfeito apenas e só com a vitória. É essa a máxima e a premissa que sempre guiou os dragões.

Pois bem, Señor Lopetegui, se todos já percebemos os erros e o mister não… A solução parece estar à vista: faça uma análise rigorosa e repense o caminho que quer seguir ao leme do clube de brasão abençoado nas mãos, ou então, obviamente, demita-se. Porque pior que cometer os erros é repeti-los, sabendo que já deram mau resultado. E uma vez, e outra, e outra…

A minha primeira grande discordância com Jorge Jesus

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sporting cabeçalho generícoNo lançamento do jogo de Moscovo, na habitual conversa com os jornalistas, Jorge Jesus voltou a lembrar que as prioridades do Sporting, neste momento, são as competições nacionais. Não o tendo afirmado, é claro para todos que à cabeça está a conquista do campeonato, obviamente. Mas JJ foi ainda mais longe quando afirmou que a Liga Europa “não é a melhor para recuperar o que há muito o Sporting não tem”. Não podia estar mais em desacordo, o que fundamentarei a seguir.

Em primeiro lugar não é demais recordar que não foi assim há tão pouco tempo que o Sporting esteve numa final da competição e ainda há menos tempo chegou à meia-final. Não é o mesmo que vencer a competição mas também não são tantos clubes assim que no decurso deste curto século se possam gabar de o ter conseguido e os que os podem fazer são nomes importantes no cartaz do futebol europeu.

Por outro lado, se o objectivo é restaurar o prestígio internacional o Sporting não se pode dar ao luxo de abdicar das oportunidades que lhe aparecem pelo caminho. Ou pode um subnutrido dar-se ao luxo de escolher o menu da próxima refeição?

O futebol é demasiado contingente para se poder adivinhar qual a competição que será mais fácil de conquistar, de entre todas aquelas em que participa. Quem pode afirmar que, de entre todas, a Liga Europa é menos fácil e menos prestigiante de vencer que, por exemplo, o campeonato nacional ou a Taça de Portugal? Como podemos saber que colocar os ovos todos no cesto do campeonato vai pagar mais, negligenciando de todo a competição da UEFA, escusando sequer a gestão das expectativas em função do jogo que se segue?

Já ontem, no final do jogo, JJ reconheceria que a possibilidade de qualificação lhe acarreta um problema na tomada de decisão relativamente à gestão dos jogadores para os compromissos consecutivos com o Besiktas (LE), Moreirense (campeonato) e Braga (Taça de Portugal). JJ deixou no ar que as possibilidades agora acrescidas de qualificação o impediriam de, à semelhança do que fez anteriormente, abdicar dos melhores para, dessa forma, ter, por via de maior descanso, os jogadores mais importantes com maior disponibilidade física e mental. Ora isto é desperdiçar o ensinamento mais relevante do jogo (resultado e exibição) de ontem.

Sporting Lokomotiv
O Sporting entrou ontem em campo com cinco dos habituais titulares
Fonte: Sporting CP

Ao contrário do jogo com o Skenderbeu, onde, dos habituais titulares, apenas Adrien e Patrício jogaram, ontem JJ incluiu, além do já referido Adrien, Naldo, Ewerton, João Mário e Bryan Ruiz. Ora isto é completamente diferente de jogar com uma equipa onde nove jogadores não jogam com regularidade, não tendo por isso a rotina nem o ritmo dos que o fazem habitualmente. Isto não esquecendo a importância que as diferenças de qualidade individual e experiência aportam ao jogo colectivo.

Tudo isto serve para dizer que concordando com a importância relativa de cada competição, onde à cabeça está a conquista do campeonato, a gestão do esforço dos jogadores é perfeitamente possível, desde que não seja levada ao extremo, como aconteceu com o Skenderbeu, com os resultados que se conhecem.

O modelo radical então usado é pernicioso para todos porque, se as derrotas são inevitáveis, as que surgem de forma próxima da humilhação carregam um potencial negativo onde é mais fácil florescer a dúvida do que a segurança. Num plantel carregado de jovens jogadores isso é um aspecto que tem de ser gerido com o maior cuidado.

A resposta ontem dada por Gélson (sobretudo) e Matheus seguramente não surgiu do acaso. Rodeados de bons jogadores, como Montero, Ruiz, Adrien e João Mário, devidamente respaldados por Ewerton e Naldo, as possibilidades de mostrarem o inegável talento que possuem aumentam exponencialmente, ao invés de terem os seus nomes inscritos num rol de meninos à procura da afirmação.

Foto de Capa: Sporting CP

NBA: Golden State cada vez mais históricos

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cab nbaQuem me conhece sabe que sou um grande fã de Desporto, no geral; no entanto, não há nenhum como o Basquetebol. Há uns meses, escrevi sobre o quão belo era o estilo de basquetebol praticado pelos San Antonio Spurs, aquando da conquista do título máximo do principal escalão a nível mundial.

Hoje, escrevo novamente sobre uma equipa que está a pegar na liga e torná-la no seu recreio. Escrevo, naturalmente, sobre os Golden State Warriors e sobre o seu mais recente recorde. Para quem não está a par do acontecimento, os Golden State Warriors venceram ontem os Los Angeles Lakers (uma equipa que, por si só, anda a precisar de um texto para gozar com eles) e atingiram a sua 16.ª vitória em, adivinhem lá, 16 jogos. Sabem quantas vezes isso foi conseguido na NBA? Sabem? Zero.

Numa liga que já vai com 66 anos de história, nunca nenhuma equipa tinha conseguido um começo perfeito ao fim de 16 jogos. É preciso recuar 20 anos para chegarmos a uma que conseguiu, em 15 jogos, ganhar todos – os Houston Rockets do lendário Hakeem Olajuwon.

Voltando apenas quatro meses atrás: depois do magnífico triunfo dos Golden  State perante os Cleveland Cavaliers, que resultaria no coroar desta equipa, a maior parte da liga preparou-se e fez de tudo para conseguir contratar as principais estrelas que acabavam o contrato. Inúmeras trocas foram feitas, e Bob Myers, o diretor desportivo da equipa, seguiu um dos lemas mais conhecidos do mundo: “Em equipa que ganha não se mexe”. Sem perder jogadores importantes e sem grandes adições, a equipa, que está a “trucidar” e a abalroar tudo e todos, é praticamente a mesma que acabou a época transata.

Por algumas vezes já me referi a este grupo de atletas com uma capacidade única como “equipa”. Porque é isso mesmo que eles são. Apesar de terem aquele que é por muitos considerado o melhor jogador do mundo, Steph Curry (que está a jogar maravilhosamente bem sozinho – tem mais triplos feitos do que algumas equipas, nesta temporada), todo o grupo faz o que lhe pede e joga de uma maneira muito altruísta.

Este grupo é absolutamente soberbo. É das poucas equipas na liga inteira que, após realizarem as substituições naturais no decorrer jogo, e sentarem os jogadores que começam no cinco inicial, não perdem qualidade e continuam a ser extremamente competitivas.

Curry é o líder dos Warriors Fonte: theplayoffs.com.br
Curry é o líder dos Warriors
Fonte: theplayoffs.com.br

Percamos um bocadinho para analisar o que esta equipa tem de tão especial: tem em Klay Thompson um atirador furtivo, que está num nível muito acima do normal e que é capaz de defender qualquer jogador na ala. É a partir daqui que tudo começa a ter piada – temos Harrison Barnes, que pode jogar em qualquer posição dos extremos de forma bastante eficaz (não lhe é pedido para fazer muito ofensivamente e mesmo assim ele é capaz de se sobressair); temos Draymond Green, que tanto pode jogar como um extremo-poste ou como poste, e, apesar de o seu tamanho ser bastante abaixo do que é normal nessa posição, Draymond defende qualquer jogador muito bem e ataca ainda melhor, sendo inclusive o líder em assistências da equipa; e depois temos o australiano Andrew Bogut, que consegue ancorar a defesa que tantos problemas causa a todas as equipas.

Poderia continuar a escrever sobre o resto da equipa, que tem ainda Andre Igoudala, o MVP das finais, a revelação deste ano, o poste Festus Ezeli, e, basicamente, o resto da formação, mas não pretendo alongar-me em individualidades.

Os Warriors já vão com 16 vitórias neste início de ano, e muito se especula sobre se conseguirão atingir o tão badalado recorde dos Bulls de Michael Jordan, que conseguiram 72 vitórias num total de 82 jogos. Pelo andar da carruagem conseguirão fazer isso, se bem que muito ainda pode acontecer – pode haver lesões, pode haver algum azar -, mas ninguém lhes irá tirar o mérito daquilo que já foi alcançado: um título, um MVP, e já vão com um recorde de vitórias no início do ano. Vamos ver quem e o que é que os pode parar.

Outra coisa bastante impressionante é o público fervoroso sempre presente na Oracle Arena. Já há muitos anos que é considerada pelos jogadores e treinadores da liga uma das arenas mais barulhentas dos Estados Unidos da América.

Pessoalmente, preferia ver a minha equipa a bater estes recordes; contudo, pelo bem da beleza do desporto, espero que os GSW continuem a batalhar contra tudo e todos! Já Pat Riley diz: “estamos perante o começo de uma dinastia”. Espero também ver Steph Curry a eclipsar os seus próprios recordes e a tornar-se o melhor lançador que alguma vez jogou basquetebol, se é que ainda não o é.

Jogadores que Admiro #46 – Xabi Alonso

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Jogador de classe mundial e lenda viva do desporto rei, Xabi Alonso transporta toda a classe do futebol para dentro das quatro linhas e, certamente, faz o futebol parecer tarefa fácil ao olho do comum adepto. Com 114 internacionalizações pela seleção de Espanha e com passagens por três históricos do futebol (Liverpool, Real Madrid e Bayern Munique), o médio basco é um autêntico maestro em campo.

O internacional espanhol destaca-se pela sua apurada técnica com bola e pela excelente qualidade de passe, de tal nível que porventura somente o mítico Andrea Pirlo evidencie, nos dias que correm, tamanha capacidade no capítulo do passe. Xabi Alonso efetua passes longos com tal naturalidade e execução que aparenta estar a trocar a bola com um colega perto de si. Também o remate de longa distância é uma das armas que tem no seu vasto arsenal, característica patenteada nos golos de belo efeito que tem marcado ao longo da sua carreira.

A elevada cultura e leitura de jogo que demonstra, aliadas a uma inteligência tática adquirida com a experiência que já tem dentro das quatro linhas, permitem a Alonso controlar o ritmo das partidas e assumir a batuta do jogo, sendo assim o pêndulo e o principal motor de construção de jogo e circulação de bola da sua equipa.

O médio basco deixou um vasto legado no Liverpool, quando assinou pelo Real Madrid em 2009. Ao serviço dos madrilenos somou vários triunfos e títulos e foi com alguma surpresa para muitos adeptos que assinou pelo Bayern Munique aos 32 anos. Surpreendente, mas não para todos. Pep Guardiola sabia bem o que estava a fazer quando pediu a sua contratação: Alonso era a peça fundamental de que o meio-campo dos bávaros necessitava para praticar um futebol sustentado na posse de bola, bem ao estilo daquilo a que o técnico espanhol nos tem habituado. Guardiola tinha em Xabi Alonso o maestro de que necessitava para completar a sua orquestra em Munique.

Guardiola viu em Xabi Alonso o maestro ideal para a sua orquestra bávara Fonte: FC Bayern Munique
Guardiola viu em Xabi Alonso o maestro ideal para a sua orquestra bávara
Fonte: FC Bayern Munique

Xabi Alonso é um jogador galardoado e o seu currículo evidencia-o bem: um Campeonato do Mundo e dois Europeus ao serviço da seleção espanhola, duas Ligas dos Campeões (2004/05 no Liverpool e 2013/14 no Real Madrid), uma Supertaça Europeia, uma Liga Espanhola, uma Bundesliga, duas Taças do Rei, uma Taça de Inglaterra, uma Supertaça Espanhola e uma Supertaça Inglesa. Aos 33 anos, Xabi Alonso é mais um caso exemplificativo de que a idade no futebol não passa de apenas um número e não tem obrigatoriamente que se refletir na eficiência de um jogador dentro das quatro linhas.

O que o médio basco já não tem em velocidade tem em cérebro e experiência, fatores que lhe permitem manter os índices e a qualidade de jogo que tem evidenciado ao longo da sua carreira. Xabi Alonso continua a ser um jogador fundamental, que marca a diferença nas partidas, e aparenta estar ainda longe de pendurar as botas. E nós, adeptos do desporto rei, agradecemos!

Foto de Capa:  FC Bayern Munique

FK Lokomotiv Moscovo 2-4 Sporting CP: Matar dois borregos de uma só vez

sporting cabeçalho generíco

 

Na antevisão do jogo do Sporting com o Lokomotiv de Moscovo, Jorge Jesus disse que ia jogar com os que achava os melhores para aquele jogo, afirmando também que iria manter as opções que já tinha tomado quanto às suas prioridades (admito que não tenha sido com estas mesmas palavras).

Contudo, ao ouvir estas declarações passou-me pela cabeça que o técnico fosse lançar uma equipa totalmente renovada relativamente à que tinha alinhado de início no sábado contra o SL Benfica, acabando por mostrar assim que a Liga Europa estava totalmente colocada de lado.

No entanto, Jesus decidiu que ainda se queria manter – ou pelo menos tentar – na luta pelo apuramento por mais uns tempos e lançou alguns dos habituais titulares juntamente com algumas das novas promessas leoninas. O Sporting entrou em campo com uma defesa e um ataque totalmente remodelados, juntando-se Brian Ruiz a jogar ao meio, sustentados pelos médios habituais, Adrien e João Mário. Ao ver este alinhamento, diria que estava em campo uma equipa equilibrada, apesar do pouco entrosamento da defesa (o que poderia correr mal contra avançados russos tão rápidos).

Juntava-se a isso o facto de o Sporting não conseguir ganhar fora para as competições europeias há bastante – demasiado – tempo e, como tal, ganhar na Rússia seria algo que não se adivinhava nada fácil.

Com o início do jogo e um erro madrugador de Adrien, a equipa moscovita acabou por se adiantar no marcador e a tarefa de “matar borregos” antigos se afigurava mais difícil.

Montero: um golo, duas assistências e uma exibição de gala Fonte: Sporting CP
Montero: um golo, duas assistências e uma exibição de gala
Fonte: Sporting CP

No entanto, o Sporting tinha pela frente uma equipa que dava preferência às saídas em contra-ataque, remetendo-se à defesa e dando o domínio de jogo ao Sporting, que começou a trocar a bola quase sempre no meio campo adversário. Com constantes trocas de posições entre os 4 avançados (sim, porque não jogámos com ponta de lança), tornou-se complicado para a defesa russa, forte e pesada, acompanhar o ataque leonino.

E foi com estas trocas em que, ora entrava o Ruiz na área, ora descia o Montero para fazer passes de rotura, com  Matheus Pereira e Gelson a flectirem para o meio que os de Alvalade conseguiram fabricar os seus golos quatro golos. A este quarteto tivemos um meio campo soberbo, com João Mário mais a sair com bola e Adrien a recuperar bolas, a fazer cortes… mostrando-se incansável.

Foi um bom jogo da equipa leonina na generalidade, com alguns erros na defesa que deram os dois golos moscovitas, juntando-se o cansaço dos dois do meio campo que trabalharam muito e que perto do fim da partida já não conseguiam acompanhar a rapidez dos avançados russos.

Quanto aos suplentes que entraram, deixo uma palavra para André Martins que tem um toque de bola fantástico. Não fosse a irregularidade e seria de um jogador de top.

Devo dizer que, para mim, o segredo desta vitória esteve em dois jogadores. Adrien a recuperar bolas e a construir jogo (com a ajuda de João Mário), e Montero, que não se deu à marcação dos pesadões russos e assim teve liberdade para fazer vários passes de morte para os seus companheiros da frente.

Finalmente, o leão devorou dois borregos que já se estavam a tornar velhos demais para mastigar, juntando-se a isto o facto de se manter na corrida pela qualificação para a próxima fase da Liga Europa.

 A Figura:

Adrien e Montero – O capitão leonino está numa forma assombrosa, limpando o meio campo e entendo-se às mil maravilhas com João Mário. Já “El Avioncito”, após alguns jogos de menor fulgor, rubricou uma exibição de encher o olho, jogando e fazendo jogar. O golo e as assistências não chegam para descrever a excelente exibição de Montero.

O Fora de Jogo:

Defesa do Sporting – Contra uma equipa preparada para jogar em contra-ataque, e após a lição aprendida em Moscovo há três meses, esperava-se uma linha defensiva mais atenta e que não permitisse liberdades como as que Maicon e Miranchuk tiveram nos golos russos.

Foto de Capa: Sporting CP

 

CF “Os Belenenses” 0-0 KKS Lech Poznan: Tanta desinspiração só podia dar em nulo

futebol nacional cabeçalho

Numa noite fria no Estádio do Restelo, Belenenses e Lech Poznan não foram além de um empate a zero, em jogo a contar para a 5.ª jornada do Grupo I da Liga Europa.

Com ambos os conjuntos a necessitarem de uma vitória, a partida ficou marcada por algum equilíbrio na primeira meia hora, pese embora a iniciativa atacante tenha pertencido maioritariamente, nesse período, ao Belenenses. O perigo esteve longe das duas balizas até aos 35’, altura em que o clube da cruz de Cristo teve uma oportunidade de ouro para inaugurar o marcador. Dudka agarrou Tiago Caeiro na grande área e o árbitro norte-irlandês, Stephen Bell, assinalou o correspondente penálti, só que na conversão do mesmo Tiago Silva rematou por cima. Daí até ao intervalo os comandados de Ricardo Sá Pinto carregaram em cima da equipa polaca, com Tiago Caeiro e Tiago Silva a desperdiçarem boas ocasiões de golo.

Na segunda parte, a qualidade de jogo desceu bastante. Ambas as equipas encaixaram uma na outra e proporcionaram um pobre espectáculo, apenas animado pela ruidosa e numerosa claque do Lech Poznan. A precisarem de ganhar para continuar a sonhar com a qualificação – a Fiorentina vencia em Basileia por 2-1 – ambos os conjuntos pouco ou nada fizeram para procurar o golo. A grande oportunidade de perigo deu-se aos 75’, numa bola ao poste enviada pelo ataque polaco, enquanto do lado do Belenenses, e para se ter uma ideia, a única oportunidade digna de perigo apareceu apenas aos 80 minutos, num remate ao lado.

Será em Florença que o Belenenses jogará a sua continuidade na Liga Europa Fonte: CF "Os Belenenses"
Será em Florença que o Belenenses jogará a sua continuidade na Liga Europa
Fonte: CF “Os Belenenses”

Nos últimos minutos o desafio abriu um pouco mais, mas continuaram a imperar as jogadas com mais coração do que cabeça. Contas feitas, verificou-se um empate justo, sendo que Belenenses e Lech Poznan até mantêm hipóteses de apuramento na competição, apesar da missão do clube português se afigurar complicada na última ronda, já que está obrigado a vencer no terreno da Fiorentina, orientada por Paulo Sousa.

Na conferência de imprensa, em resposta ao Bola na Rede, Sá Pinto pediu mais respeito pelos seus jogadores e pelo facto de ainda estar na luta pela qualificação para os 1/16 avos de final da Liga Europa, reiterando que os seus jogadores estiveram sempre mais perto do golo. O técnico dos azuis do Restelo também afirmou que o segredo desta campanha europeia tem passado pelo grande espírito de união, ambição e dedicação do plantel.

A Figura:

Filipe Ferreira – Boa exibição do lateral-esquerdo, sempre envolvido nas manobras ofensivas da equipa; um dos melhores na noite de Belém.

O Fora de jogo:

Baixa qualidade da segunda parte – Poucas oportunidades de golo, muitas perdas de bola, desinspiração a mais num desafio onde se pedia a vitória a ambas as equipas.

 

Reportagem e Texto de André Conde e João Rodrigues

Foto de Capa: CF “Os Belenenses”

Como passar de mediano a “besta”

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Mister Lopetegui! Tenho tentado defendê-lo com unhas e dentes. Tenho apresentado argumentos que me fazem confiar e acreditar num FC Porto campeão no final da presente época apesar de, cada vez mais, achar que o Sporting é o verdadeiro candidato ao título. Já defendi que “Ainda bem que há Lopeteguis“, como também já demonstrei toda a minha crença no seu (limitado) trabalho  – “Perfeição Lopeteguiana“.

Mas porra, mister! Há alturas em que não há qualquer argumento capaz de limpar ou de reforçar a sua frágil imagem. Vou ser sincero consigo. Ainda não vi o jogo da última terça-feira, frente ao Dinamo Kiev, mas tenho-o ali guardado para ver. A emoção diz-me para não ver, que não vale a pena assistir a tamanho descalabro – uma das palavras utilizadas para descrever a partida num dos fóruns que frequento. Já a razão diz-me para ver para poder perceber porque é que jogámos mal.

Como é que se pode deitar tudo a perder quando temos a faca e o queijo na mão? Estamos a jogar em casa, somos superiores… Para quê entrar a medo com Danilo e Rúben Neves? E as substituições? Tirar Maxi Pereira para fazer entrar André André e mexer em quatro posições? Não há quem o entenda. Defende-se dizendo que depois de jogo é fácil falar? Mister, não é pelas vitórias ou pelas derrotas. Não interessa se ganhou ou se perdeu. Se inventou, vai levar na cabeça. Até ao dia em que conseguir provar que não se trata de invenções mas de adaptações capazes de resultar, de baralhar o adversário, de provocar surpresa a conjuntos preparados para enfrentar outro tipo de esquema, outros tipos de jogadores azuis-e-brancos.

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“Guardiola, diz-me como ser capaz em momentos cruciais”.
Fonte: elcorreo.es

O grande problema é ser conservador. Prefere jogar pelo seguro, porque não é irreverente. Tem medo. Quem joga para os serviços mínimos está sempre mais perto de perder do que de ganhar. As vitórias são quase um efeito colateral de ser treinador do FC Porto. Mas já reparou como tem falhado em alturas cruciais? Nesses momentos não tem de inventar. É jogar com a melhor equipa, com os melhores jogadores à disposição e da forma a que estes estão habituados.

Quero que fique ciente de uma coisa, Mister Lopetegui. Mesmo que aconteça uma grande hecatombe futebolística, mesmo que o FC Porto vá ganhar a Inglaterra ou que o Dinamo não consiga superiorizar-se no próprio terreno, mesmo que seja campeão… Espero que no final do ano faça o favor de deixar o FC Porto. Ou então que faça o favor de tirar umas férias com o seu grande amigo Guardiola. Pode ser que aprenda alguma coisa.

SL Benfica com reais hipóteses na Europa

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Concluída que está a Ronda de Elite da UEFA Futsal Cup, é hora de analisar as hipóteses do representante nacional SL Benfica na final four da principal competição Europeia de clubes, que se irá realizar no decorrer do mês de Abril de 2016. Olhando apenas para os outros três oponentes, é claramente o Inter Movistar que se destaca dos demais, tendo dois jogadores portugueses no seu elenco: o mágico Ricardinho, atualmente o melhor jogador de futsal do mundo e que durante alguns anos encantou os adeptos encarnados, sendo ainda idolatrado no seio da família benfiquista, e o também excelente Cardinal, embora não tão brilhante como o seu compatriota, mas igualmente eficaz, cumprindo na perfeição o seu principal papel de pivô, isto é, marcar golos.

Está aqui apresentado o mais forte candidato ao troféu europeu, não só pelo contingente luso acima descrito, mas pelo seu plantel extremamente forte e equilibrado e pelo forte histórico na competição: já a venceu por três ocasiões – em 2004, 2006 e 2009 -, sendo por isso a formação mais consistente em termos de resultados e o conjunto com mais vitórias desde a criação da prova em 2001, com a particularidade de já não participar desde a época em que perdeu na final com o Benfica (2009/10) por 3-2, após prolongamento.

O SL Benfica é único vencedor português em 2009/2010. Irá a história repetir-se este ano? Fonte: UEFA
O SL Benfica é único vencedor português em 2009/2010. Irá a história repetir-se este ano?
Fonte: UEFA

Este que é, até à data, o único título português na competição. De resto, temos uma equipa russa, o Gazprom Urga Yugorzk, que é uma estreia absoluta na competição, pois só na época transata conseguiu ser campeã nacional, e, por conseguinte, garantir o seu passaporte para a edição deste ano, mas que tem a seu favor o facto de já ter eliminado o campeão em título, o Kairat Almaty (Cazaquistão) na Ronda de Elite e contar nas suas fileiras com alguns jogadores brasileiros naturalizados russos, entre os quais Eder Lima ou Robinho, pelo que deve ser encarada com a máxima seriedade e respeito, caso calhe em sorte ao conjunto encarnado.

E, por fim, o ASD Pescara, que também se estreia na UEFA Futsal Cup, pois também em 2014/15 foi pela primeira vez campeão nacional. Pessoalmente, considero esta a equipa “menos forte” das quatro presentes, embora os clubes italianos historicamente tenham de ser levados em conta, pois já conquistaram uma edição deste troféu, em 2010/11, através do Montesilvano, perante o Sporting CP. Apresentados os adversários do SL Benfica na decisiva final four, é de esperar enorme equilíbrio nas partidas, faltando saber o sorteio, que se deverá realizar algures na primavera de 2016, e também a cidade onde este torneio se irá realizar.

Mas, atendendo à qualidade dos adversários, repetir 2010 não vai ser certamente tarefa fácil para as águias; no entanto, como se costuma dizer, tudo é possível. Eu diria que o ideal é evitar o Inter Movistar nas meias-finais, enfrentando logo o Pescara ou o Urga Yugorzk, para depois numa eventual final tentar derrubar o gigante espanhol. Mas, lá está, isto é apenas uma previsão; o mais importante é a equipa de Joel Rocha encarar cada jogo com concentração e máxima ambição, para no fim poder dizer-se que a equipa deu tudo o que tinha e para no fim cá estarmos a elogiar a prestação portuguesa na Champions do futebol de salão.