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Volta à Suíça – Spilak ergue o troféu

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Cabec¦ºalho ciclismo

Nem Pinot, nem Majka. Esta foi a vez de Simon Spilak brilhar numa das maiores provas do World Tour e vencer, pela segunda vez na carreira, uma prova desse género – depois da Volta à Romandia em 2010 – sucedendo, assim, ao português Rui Costa (tricampeão desta corrida).

Foi uma Volta à Suíça um pouco diferente do esperado, já que os contrarrelógios decidiram mais do que as próprias montanhas, dando, inclusive, para ciclistas como Tom Dumoulin (um enorme contrarrelogista, talvez o melhor da atualidade, mas que é apenas esforçado nas montanhas – mesmo assim, não esteve nada mal nesse aspeto em terras suíças) conseguirem chegar ao pódio, que ficou completo com o 2.º lugar de Geraint Thomas – o vencedor da Volta ao Algarve deste ano. O ciclista da Sky terminou a apenas cinco segundos de diferença do ciclista da Katusha, sendo que essa foi praticamente a diferença que teve para ele na 5.ª etapa, a “etapa rainha”. Portanto, parece-me que a decisão não esteve tanto neste contrarrelógio, mas sim nessa mesma etapa (onde Pinot venceu e Spilak ganhou cinco segundos a Thomas).

O já citado Pinot precisava de mais montanha para conseguir vencer esta corrida, prova disso é o facto de ter sido o indiscutível vencedor da tal “etapa rainha” e parecer sempre o melhor na montanha. Neste caso em particular, curiosamente, os CR’s foram mesmo a parte decisiva. Não fosse isso e teríamos tido o francês como sucessor de Rui Costa. Mesmo assim, provou que é, de facto, um dos melhores ciclistas do pelotão e um grande candidato para o top’5 do Tour. Em relação a Majka, um dos teoricamente favoritos a vencer esta prova, a corrida não correu tão bem quanto o esperado. Perdeu logo na 2.ª etapa cerca de um minuto para os principais concorrentes e não pareceu estar ao seu melhor nível aquando da etapa 5. Mesmo assim, conseguiu terminar no último lugar do top10 e fez, claramente, uma prova em crescendo (acabou em 9.º lugar no CR).

A Volta à Suiça também terminou da mesma forma na primeira e última etapas: vitória de Tom Dumoulin num contrarrelógio! Na 1.ª etapa, um prólogo, bateu Cancellara – outro dos especialistas em CR – por apenas dois segundos (sendo que Peter Sagan esteve muito perto de conseguir a camisola amarela nesse dia, visto que foi 4.º classificado a uns poucos cinco segundos) e, na 9.ª e última etapa, deixou a concorrência a mais segundos de distância e não deixou Cancellara festejar uma vitória nesta prova. Os dois contrarrelógios foram cruciais para o pódio final do holandês.

Tom Dumoulin
Tom Dumoulin concentrado em vencer na sua especialidade

A 2.ª etapa trouxe mais uma vitória nesta época para a Lampre-Merida, com Durasek (o vencedor da Volta à Turquia deste ano) a superar a forte concorrência que tinha e, num ataque no momento certo, a conseguir uma vantagem fundamental para o desfecho da etapa. A 3.ª e 4.ª etapas foram ganhas por dois dos melhores designados “punchers”: Peter Sagan (deve precisar de um quarto só para as camisolas dos pontos que tem conquistado, nesta Volta à Suíça conseguiu mais uma para a coleção) e Michael Matthews (superou o próprio ciclista da Tinkoff num excelente sprint).

A etapa 5, considerada, tal como já foi dito, a “etapa rainha” desta prova, foi espetacular para qualquer amante ou apreciador desta modalidade. Vários ataques e contra-ataques, grandes recuperações e muitos sacrifícios montanha acima. Thibaut Pinot, o francês da FDJ, conseguiu uma excelente vitória depois de até parecer ter estado, a certa altura, um pouco abaixo das suas capacidades normais. Acabou por recuperar, regressar para o lado dos seus principais adversários e, por fim, desferir um ataque muito bom que só acabou no fim da meta. Foi, de facto, uma infelicidade ter sido um pouco prejudicado pelos CR’s e, também, pelos poucos segundos que perdeu em várias etapas devido ao mau posicionamento no pelotão.

As etapas 6 e 7 foram parecidas às 3 e 4, onde, respetivamente, Peter Sagan voltou a vencer mais uma etapa e Kristoff voltou às vitórias em provas deste género, depois de uma excelente primeira parte de temporada. A etapa 8 dava uma grande oportunidade para homens que entrassem na fuga certa tentarem a vitória (principalmente por ser antes de um CR decisivo) e foi assim que se sucedeu. Lutsenko e Bakelants lutaram, ao sprint, pela vitória, e ela acabou por sorrir ao ciclista da Astana Alexey Lutsenko. Por fim, no tão aguardado contrarrelógio final, tal como já foi salientado, Tom Dumoulin não deu hipóteses à concorrência e voltou a vencer uma etapa nesta prova. Em termos de classificação geral, tudo ficou decidido nesta última etapa. Pinot não se previa que conseguisse aguentar a camisola amarela que tinha conquistado na etapa 5, sendo que a luta seria entre os três homens que acabaram por ficar no pódio (o holandês aguentou-se bem nas montanhas e chegou ao CR final ainda com possibilidades de vencer – ficou apenas a 19 segundos do Spilak, na geral). O homem da Katusha (que tem como diretor desportivo o português José Azevedo) acabou por ser o mais feliz (quer na etapa – terminou em 2.º -, quer na geral) e conquistou a Volta à Suíça pela primeira vez na sua carreira.

O pódio final da Volta à Suíça
O pódio final da Volta à Suíça

Em suma, uma prova equilibrada, com bom espetáculo e onde os contrarrelógios tiveram um peso significativo na decisão do vencedor final. Tom Dumoulin sai desta prova como o principal concorrente para Tony Martin nos futuros contrarrelógios (principalmente quando chegar o campeonato do mundo), Geraint Thomas mostrou ser um bom líder mas faltou-lhe um pouco mais para sair vencedor, enquanto Spilak consegue um dos seus grandes objetivos do ano e dá uma excelente vitória à sua equipa. Por fim, Peter Sagan volta a ser o “rei dos pontos” e mostra-se em forma para o Tour que está quase aí a chegar… Pois é, dia 4 de julho começa a maior prova de ciclismo e uma das maiores provas desportivas do mundo, com quatro grandes candidatos a levarem a camisola amarela! Preparem-se e até lá.

Imagens retiradas da Página Oficial da Volta à Suíça

Olheiro BnR – José Sá

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Todos sabemos que a evolução num futebolista nunca é uma constante absoluta, sendo que alguns jogadores têm uma progressão tranquila, enquanto outros parecem explodir de um momento para o outro, muitas vezes aproveitando a importância e o mediatismo de uma determinada competição.

Como exemplo emblemático do segundo caso temos José Sá, jovem guarda-redes que ainda procura o seu espaço na equipa principal do Marítimo, mas que rapidamente se impôs como uma das principais figuras do Campeonato da Europa de sub-21, onde tem brilhado na baliza da selecção nacional portuguesa.

Passou pelas camadas jovens do Benfica

José Pedro Malheiro Sá nasceu a 17 de Janeiro de 1993 em Braga e iniciou a sua carreira nas camadas jovens do Palmeiras, tendo passado posteriormente para o Merelinense, isto antes de assinar pelo Benfica, em 2010/11, numa altura em que era júnior.

A passagem pelos encarnados, todavia, foi fugaz, uma vez que José Sá abandonou a Luz logo no Verão de 2011 e rumou ao Marítimo, clube que representa até hoje e onde ainda não conseguiu impor-se inteiramente na equipa principal, pela qual soma “apenas” 15 jogos. Já ao serviço da equipa B, os números são outros, com o keeper a acumular 74 partidas na Segunda Liga.

Evolução é notória

Aos 22 anos, José Sá está a provar que tem qualidade mais do que suficiente para se impor como titular da baliza do Marítimo em 2015/16, apresentando uma enorme segurança entre os postes, fruto do seu excelente posicionamento e de uma elasticidade que lhe permite ir buscar muitas bolas que pareciam aparentemente impossíveis.

Muito felino a sair-se aos pés dos adversários e igualmente eficaz nas saídas aos cruzamentos, o internacional sub-21 português também cresceu imenso no capítulo da confiança, sendo agora um keeper que inspira tranquilidade ao sector defensivo que está à sua frente.

É certo que, nesta fase, José Sá ainda poderá melhorar em alguns aspectos do seu jogo, nomeadamente o jogo de pés, que é algo fundamental no futebol moderno, mas este excelente desempenho no Europeu de sub-21, onde ainda não sofreu qualquer golo, terá de ser o passaporte para um patamar competitivo bem mais aliciante que a Segunda Liga, onde tem actuado preferencialmente.

Foto de capa: portugaldesportivo.net

Sai Comunicado?

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sporting cabeçalho generíco

Bruno de carvalho, personalidade incontornável da nossa actualidade desportiva, foi eleito presidente leonino no ano de 2013, tornando-se assim o 42º presidente da história do Sporting.

Com um carácter vincado, o líder Leonino começou cedo a dar nas vistas e prometeu desde logo mexer com o Futebol Nacional. Quando assume a presidência do clube de Alvalade, Bruno de Carvalho deparou-se com um cenário bastante negro. O líder do emblema verde e branco encontrou um Sporting desfigurado, mergulhado em dívidas e com fome de resultados desportivos. Este prometeu melhorar a situação do Sporting, e cumpriu-o.

Hoje em dia podemos observar um Sporting que respira com algum alívio, pois a situação financeira do clube é bem mais favorável do que há 2 anos atrás. Com Bruno de Carvalho na presidência o Sporting diminuiu o passivo, melhorou a sua estrutura interna e alcançou de novo um título no futebol profissional, coisa que já não acontecia há alguns anos. Posso então afirmar que, a nível de gestão financeira, Bruno de Carvalho revelou-se um excelente presidente, factor que fez o Sporting recuperar o seu prestígio interno.

Mas, como referi anteriormente, o carácter vincado do líder Leonino também já deixou marcas no Sporting e no Futebol Nacional. Se no que toca à gestão financeira, Bruno de Carvalho é irrepreensível, o mesmo não posso dizer em relação à gestão dos recursos humanos, ou mesmo às políticas internas que tenta instaurar à força. Nesses aspectos Bruno de Carvalho é tudo menos bom, chegando mesmo a ser ridículo em certos casos.

O presidente do Sporting quer ser outro Pinto da Costa, mas esse senhor é uma celebridade única no nosso País, e tão cedo não haverá ninguém como ele.
Quem se lembra do Movimento Basta? Qual era a finalidade desse movimento? Ah, é verdade, acabar com as injustiças na arbitragem, ou seria colocar pressão nos árbitros como fazia a estrutura do Futebol Clube do Porto? Não encontram as parecenças? Pois a mim elas parecem-me bastante óbvias. O problema é que a estrutura do Sporting em nada se compara à do Porto, o que torna este tipo de ações quase inúteis quando praticadas pelo lado dos Leões.

O antigo treinador do Sporting foi mais uma das "vítimas" de Bruno de Carvalho
O antigo treinador do Sporting foi mais uma das “vítimas” de Bruno de Carvalho

Quem se lembra do caso do Rojo? Ou do caso do Jefferson, este bem mais recente que o anterior. Outro exemplo desta má gestão dos recursos humanos foi o caso de Marco Silva, treinador que realizou um excelente trabalho à frente da equipa Leonina mas que foi despedido por justa causa, e que boa justa causa! Montou uma equipa competitiva que deixou boa imagem em Portugal e na Europa, potenciando jogadores que estavam perdidos no meio do plantel Leonino, como por exemplo Carrillo, ganhou um título nacional, mas esqueceu-se de usar o fato oficial do Sporting.

Esperemos que este senhor se aperceba do ridículo que são algumas das suas ações e que aprenda que a maneira como trata as pessoas influencia a sua vontade e dedicação para com o clube que este preside.
E para concluir, esperemos que amanhã não saia comunicado.

Imagens: Facebook  Sporting Clube de Portugal – Site de Apoio

Grande Prémio da Áustria: mais um passeio de domingo para a Mercedes

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O fim-de-semana do Grande Prémio da Áustria começou com uma qualificação atribulada e repleta de erros – muitos erros. Lewis Hamilton acabou por conseguir uma pole-position por demérito dos seus adversários, incluindo o colega de equipa; as voltas de qualificação do inglês não foram brilhantes, tendo chegado a despistar-se na última. Ainda assim, ninguém conseguiu aproveitar. Nico Rosberg saiu de pista na sua última tentativa, tendo saído da segunda posição, e Vettel classificou-se em terceiro. Uma das desilusões foi Kimi Raikkonen: o piloto da Ferrari ficou pela Q1 e saiu da 14.ª posição, beneficiando das múltiplas penalizações que marcaram esta qualificação. Augúrio, talvez, do que viria a acontecer ao finlandês já em prova.

Hamilton arrancou mal e foi rapidamente ultrapassado por Rosberg – o alemão estava do lado sujo da pista. Desta vez, o piloto inglês só se pode queixar da sua má sorte ou dos erros de principiante que acabou por cometer. Além de perder a liderança da corrida na fase embrionária da mesma, foi penalizado em 5s por passar por cima da linha branca à saída das boxes. A Áustria revelou-se um palco de escassa fortuna para Lewis Hamilton.

Enquanto Nico Rosberg geria a frente da corrida, Sebastian Vettel perdia o pódio para Felipe Massa. Uma má gestão dos tempos de paragem fez com que o alemão saísse atrás do Williams de Massa. E foi aqui que a experiência, os anos, e as mãos de piloto já calejadas fizeram a diferença: apesar da pressão do jovem da Ferrari, Massa não deu qualquer margem de manobra para uma eventual ultrapassagem. Vettel chegou a rodar na diferença dos 2s, mas o brasileiro da Williams não mais perderia o último lugar do pódio. Além de um excelente terceiro lugar de Massa, também o colega de equipa Valtteri Bottas alcançou uma excelente quinta posição. A Williams volta a afirmar-se como a única scuderia que faz frente à Mercedes e à Ferrari nos lugares cimeiros da classificação.

Os vencedores da corrida Fonte: Facebook Mercedes AMG Petronas
Os vencedores da corrida
Fonte: Facebook Mercedes AMG Petronas

O GP austríaco fica também marcado por um dos acidentes mais arrepiantes desta época. Logo na primeira volta, Kimi Raikkonen perdeu o controlo da traseira do Ferrari e foi completamente engolido pelo McLaren de Alonso, que tentava a ultrapassagem. Felizmente, os dois pilotos saíram ilesos do embate. Como é perceptível, nestas circunstâncias ambos foram obrigados a abandonar a prova; a McLaren enfrentou mais um duplo abandono, pois também Button viria a desistir depois de um problema na transmissão. A equipa, que outrora brilhou com os sucessos de Senna e Prost, vive agora um dos seus períodos mais negros na história da F1.

E, mais uma vez, os minutos mais emocionantes da recta final deste GP tiveram lugar na luta pelos pontos. Pastor Maldonado (Lotus) conseguiu um suado sétimo lugar, e Ricciardo (Red Bull), que na volta 50 ainda não tinha trocado de pneus, aguentou a 10.ª posição. O jovem Max Verstappen continua a fazer uma época de encher o olho, tendo em conta a tenra idade e a inexperiência: terminou em oitavo, à frente do Force India de Sergio Perez.

Mais um passeio para a Mercedes, mais uma vitória para Rosberg: o alemão está, mais uma vez, a apenas 10 pontos de Lewis Hamiton. É o 40.º pódio da carreira para o enorme Felipe Massa. Segue-se Silverstone, em Inglaterra, um circuito mais rápido que vai pôr à prova o chassi dos veículos.

Foto de capa: Facebook Mercedes AMG Petronas

Copa América’2015 – Brasil 2-1 Venezuela: Sem Neymar, houve triunfo e Dunga foi vilão

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No último duelo da fase de grupos desta edição da Copa América, o Brasil e a Venezuela mediram forças em Santiago do Chile para decidir os tira-teimas do grupo C, que pouco tempo antes havia visto um empate a zero entre Colômbia e Peru, resultado que colocava a seleção peruana nos quartos-de-final e os cafeteros de olhos postos neste encontro. Sabendo que um empate sem golos servia a ambas as equipas, foi o Brasil que mais cedo deu mostras de pretender o rumo da vitória e que no fim teve a sorte a sorrir para si, ao conseguir um importante triunfo (2-1) para as contas da turma de Dunga.

O Brasil chegava a esta partida após derrota ante a Colômbia, com exibição sofrida na qual não conseguiu demonstrar o seu futebol e onde se viu privado da maior estrela, Neymar, provavelmente até ao término da competição, um autêntico revés nas hostes dos vencedores da prova em 2007. A seleção brasileira voltou a apostar num ataque móvel, sem referência ofensiva na área (Roberto Firmino foi o avançado de serviço; Robinho entrou para o lugar de Neymar). Tática que, de certo modo, desperdiça a qualidade de cruzamento dos laterais Dani Alves e Filipe Luís, mas que é a solução mais acertada a adotar num futuro próximo, tendo em conta a escassez que atravessa o escrete no que a matadores de nível elevado diz respeito.

Sem Neymar, foi Thiago Silva que virou herói. Ainda nos minutos iniciais do jogo, o central brasileiro do PSG assinou um golo de formidável categoria, uma autêntica bomba de pé direito, em resposta a belo pontapé de canto do renascido Robinho, que fez balançar a baliza dos Vino Tinto e inaugurou o marcador. Thiago Silva, que esteve também imperial no que ao capítulo defensivo diz respeito, mostrou os seus dotes dentro da área e faz, decerto, todos questionarem a escolha de Dunga em deixá-lo fora do primeiro jogo ante o Peru.

Thiago Silva marcou o primeiro golo do jogo Fonte: Site Oficial da Copa América'2015
Thiago Silva marcou o primeiro golo do jogo
Fonte: Site Oficial da Copa América’2015

O primeiro tempo viu a seleção brasileira revelar toda a sua superioridade face a uma Venezuela com menores soluções. A turma canarinha, embora com os jogadores a complicarem por vezes tarefas fáceis, esteve confortável em campo, a esboçar uma rápida e eficaz reação à perda de bola, a controlar o ritmo de jogo e impor a sua circulação de bola no meio campo de um adversário que não conseguia demonstrar toada ofensiva e remetia-se a passes longos como tentativa de criação de perigo e de penetrar no “muro” defensivo brasileiro.

A segunda parte começou como a primeira havia terminado, com o Brasil por cima e com o inevitável Thiago Silva a voltar a criar perigo. A confortabilidade na vantagem chegou por volta do minuto 51, lance que fez lembrar a beleza do conhecido futebol do escrete. A jogada teve de tudo: o passe longo de Robinho para Filipe Luís, com a bola em circulação e passe de abertura para Willian, que, ao seu estilo, desequilibrou pela linha, através de tremenda mudança de velocidade e assistiu com categoria (de trivela!) Roberto Firmino (não costuma ser referência mais ofensiva, mas aparece bem na zona de finalização), que concretizou à ponta de lança e encostou a bola para o fundo das redes.

Com o triunfo nas mãos, pronto a ser gerido pela qualidade de passe do ataque do Brasil, certamente que o que se seguiria não passaria pela mente da larga maioria dos aficionados. A meio do segundo tempo, o selecionador brasileiro Dunga, já muito contestado frente à Colômbia, voltou a fazer das suas e decidiu juntar mais dois defesas-centro à festa (David Luiz e Marquinhos), fazendo ainda entrar Tardelli para referência no ataque, que de pouco serviu, tendo em conta que, com as saídas de Coutinho, Firmino e Robinho, não via a bola chegar a terrenos mais avançados. Dunga quis defender, tremeu e com isto também a equipa tremeu. Tanto que a Venezuela logrou reduzir a desvantagem, na sequência de um excelente pontapé de livre direto por Arango, ao qual Jefferson respondeu com defesa que levou a bola ao poste da baliza, e o venezuelano Miku não desperdiçou a oportunidade que lhe surgiu para introduzir a bola na baliza brasileira. Daí então, a Venezuela acreditou na reviravolta e foram minutos de puro sofrimento para os canarinhos, que aguentaram a magra vantagem até ao final e garantiram o primeiro lugar no grupo.

De assinalar que o Brasil precisava desta vitória. Não só para triunfar no grupo e passar à fase seguinte da competição, como também para animar o espírito da equipa, que se viu abatido e posto em causa no jogo com a Colômbia, no qual a passividade dos brasileiros e uma fraca qualidade de jogo estiveram bem vincadas. É certo que o tão desejado triunfo foi concretizado. Porém, Dunga e as suas más decisões introduziram um ponto de interrogação num triunfo que poderia ter sido bem mais confortável para as hostes canarinhas.

Não obstante ter ganhado, ver o Brasil a terminar um duelo face à Venezuela com quatro centrais (Miranda, Thiago Silva, David Luiz e Marquinhos), dois trincos/médios-centro (Fernandinho e Elias), dois laterais (Dani Alves e Filipe Luís) e apenas um mágico Willian e Diego Tardelli a nível ofensivo é algo que até há pouco tempo seria impensável e impossível de acontecer. O futebol brasileiro é conhecido pela magia dos seus atacantes, pelo brilho que transmitem ao jogo com o perfume do seu futebol, e a verdade é que, de momento, tem jogadores para isso (Neymar, embora não tenha jogado; Willian; Firmino; Coutinho; Douglas Costa), mas com esta mentalidade de Dunga tal não acontecerá. Vencer uma grande competição, algo bem vincado na mente do povo brasileiro, a jogar desta forma não se afigura, certamente, tarefa fácil.

Com este resultado, o grupo C viu Brasil, Peru e Colômbia avançarem na competição, ao invés da Venezuela, que com o último lugar no grupo viu a prova terminar para si. Ao Brasil segue-se, agora, o Paraguai, partida a contar para os quartos-de-final desta Copa América 2015.

A Figura:

Willian e Thiago Silva – Embora sem exibirem todo o seu potencial, foram os jogadores brasileiros mais em destaque e com enorme contributo para a vitória final. Thiago Silva foi, bem ao seu estilo, um autêntico ‘muro’ a defender e a ajuda que deu no ataque com o primeiro golo foi fundamental, revelando ainda outros apontamentos no que ao capítulo ofensivo diz respeito. Willian foi o ‘motor’ ofensivo canarinho. Sempre com bola no pé, a manter a circulação de jogo, desequilibrou quando possível, ainda que com algumas perdas de bola.

O Fora-de-Jogo:

Dunga – Uma equipa como o Brasil terminar um jogo, que tem bem controlado, no qual está a vencer por duas bolas a zero, com quatro centrais, dois trincos/médios, dois laterais e apenas dois elementos com características ofensivas não se compreende para uma seleção com o poderio e o estilo de jogo do ‘escrete’. Dunga vacilou na hora das decisões e, com isso, também o seu Brasil o fez.

Foto de Capa: Site Oficial da Copa América’2015

Euro Sub-21’2015 – Portugal 0-0 Itália: Foi preciso despertar para não sofrer

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Se havia dúvidas quanto à competitividade do Europeu Sub-21, elas foram dissipadas assim que Szymon Marciniak apitou para o final do Itália-Portugal, não só porque, dando por terminada, também, a 2.ª jornada da fase de grupos do torneio e que ainda nada tem decidido quanto a eliminados na competição, o árbitro polaco pôs fim a um jogo bastante bem disputado e com oportunidades de parte a parte, e com qualidade demonstrada por ambos os conjuntos, pese,  embora, o nulo no resultado.

A Itália precisava de somar pontos sob pena de uma eventual vitória sobre a Inglaterra na 3.ª jornada ser insuficiente para garantir o apuramento para as meias-finais (algo que, agora, ainda é possível acontecer, mas apenas em caso de empate entre Portugal e Suécia), depois da displicência revelada diante da Suécia – derrota por 2-1, depois de ter estado a ganhar durante meia hora e a jogar em vantagem numérica durante mais de 50 minutos. E a verdade é que entrou determinada em remediar o mal que estava feito, pois ainda nem 20 segundos de jogo estavam decorridos e já José Sá era obrigado a aplicar-se na baliza portuguesa após remate perigoso de Benassi.

Este lance serviu de mote para que os azurrini caissem sobre Portugal com força durante os 20 minutos iniciais, com vários roubos de bola (Berardi como nome predominante neste aspecto) à entrada do seu meio-campo e uma exploração da passividade defensiva nacional, nomeadamente nas alas, onde ressalvou uma certa desconcentração a nível técnico (passes errados) e táctico (Raphael Guerreiro e Ricardo Esgaio foram apanhados fora de posição várias vezes, com os italianos a aproveitarem esse espaço para criar perigo).

A toada manteve-se mas foi acalmando e desaparecendo gradualmente até final da primeira parte, com a equipa nacional a praticar um futebol mais apoiado na saída para o ataque e, por isso, com menos risco de perda de posse. William Carvalho e Bernardo Silva estiveram particularmente bem neste particular e foram fundamentais para que o resto da primeira parte se desenrolasse com maior tranquilidade, verificando-se mesmo uma inversão no domínio do jogo, com a selecção lusa a ter duas oportunidades de perigo até final (Esgaio e João Mário estiveram perto do golo), contra uma da selecção italiana – Zappacosta ganhou as costas a Raphael Guerreiro e, num cruzamento rasteiro, quase forçava um auto-golo de Sérgio Oliveira.

A seleção de Sub-21 está perto da próxima fase da competição: Fonte: Facebook 'Seleções de Portugal'
A seleção de Sub-21 está perto da próxima fase da competição:
Fonte: Facebook ‘Seleções de Portugal’

A segunda parte começou quase como a segunda – Belloti, na resposta a um cruzamento, antecipou-se a José Sá e cabeceou à barra da baliza defendida pelo guarda-redes do Marítimo, um lance que deu energia para que o o domínio italiano e prolongasse por mais 20 minutos. Mas desta vez, Portugal estava avisado e foi controlando a fúria italiana, ao mesmo tempo que se dotava de novas opções no ataque (entrou Gonçalo Paciência saiu Rafa, que, com Carlos Mané, substituiu a dupla Ricardo Pereira/Ivan Cavaleiro no ataque). A Itália ainda conseguiu criar perigo – mais uma vez Zappacosta conseguiu fugir a Raphael Guerreiro para espalhar o pânico -, mas com um mágico a tomar as rédeas da organização ofensiva da seleção portuguesa (Bernardo Silva) e um gigante (Gonçalo Paciência) que deu a Portugal a dimensão física inexistente e necessária para criar perigo, tornou-se mais fácil domar “as feras”… aliás, quase que estas eram derrubadas graças à acção destes dois – Bernardo Silva esteve perto do golo após iniciativa individual e Gonçalo Paciência foi importante para que Iuri Medeiros e Carlos Mané tivessem a oportunidade de colocar um pé nas meias-finais, mas estes não aproveitaram os lances que o ponta-de-lança do FC Porto conseguiu proporcionar graças à sua dimensão física.

Portugal terminou, assim, o encontro, em cima da Itália, embora tenha apanhado um susto, no final do encontro – Biraghi aproveitou o espaço deixado entre Paulo Oliveira e Ricardo Esgaio e, isolado, perante José Sá, tremeu e deixou que o guarda-redes nacional agarrasse um ponto para as cores lusas.

Um ponto suado, mas justo, pelo adormecimento português no início de ambas as partes do encontro, e que deixa Portugal em boa posição para se qualificar para as meias-finais – basta um empate frente à Suécia e até a derrota pode ser suficiente em caso de empate no Inglaterra – Itália. Foi preciso despertar para não se encarar o último jogo da fase de grupos com maior pressão e sofrimento.

A Figura:

Berardi e Bernardo Silva: O primeiro esteve sempre desperto para o jogo, espreitando qualquer oportunidade (vulgo passe falhado) para procurar criar perigo, contagiando a equipa nos momentos de maior aperto da defesa portuguesa.

O segundo foi o motor ofensivo da selecção portuguesa. Sairam dos pés do 15 do Mónaco os rasgos individuais que permitiram Portugal respirar melhor na primeira parte (Esgaio e João Mário criaram perigo graças a lances “inventados” por ele), e foi ele o responsável maior pelo facto de a bola ter passado mais tempo no meio-campo italiano durante a segunda parte.

O Fora-de-Jogo:

Raphael Guerreiro: Muito do perigo que a Itália criou passou pelo lado direito do seu ataque, impulsionado, sobretudo, por Zappacosta, que teve em Raphael Guerreiro um adversário passivo, desconcentrado e, frequentemente, desposicionado. É certo que Sérgio Oliveira pode não ter dado a cobertura que, tacticamente, se exigiria, ao flanco esquerdo, mas a forma como a Itália o explorou deve-se muito mais ao dia mau do lateral luso do que propriamente às falhas pontuais do médio do FC Porto.

Momento do jogo: 

Entrada de Gonçalo Paciência: Veio reequilibrar um capítulo no qual Portugal estava a ser goleado – físico – e que esteve na génese de muitas bolas perdidas. Gonçalo veio dar robustez e soluções diferentes ao ataque nacional e foi muito por causa da sua entrada que o jogo se tornou mais tranquilo para a selecção nacional, pois também foi capaz de pressionar, eficientemente, a saída de bola dos italianos.

Copa América’2015 – Colômbia 0-0 Peru, ganhou o Peru

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Em duelo a contar para a última jornada do Grupo C da Copa América, a Colômbia e o Peru empataram sem golos, num resultado que deixará muito mais satisfeitos os “incas”, que garantiram imediatamente a qualificação para os quartos de final da prova, ao invés dos “cafeteros”, que ficarão a torcer para que Brasil e Venezuela não empatem no outro jogo do agrupamento, uma vez que uma igualdade com golos entre o “escrete” e o “vino tinto” deixará os colombianos fora da Copa América.

Tratou-se de um resultado que foi totalmente justo, isto num duelo com muito poucas oportunidades de golo e em que o Peru conseguiu sempre controlar facilmente uma Colômbia cheia de fortes individualidades, mas que jamais se apresentou com um colectivo forte, parecendo que o seleccionador José Pekerman estava com muita dificuldade em impor uma ideia de jogo na sua equipa.

Gás colombiano foi fugaz

O Peru sabia de antemão que um empate diante da Colômbia era suficiente para atingir os quartos de final da Copa América, dado que isso lhe garantia no mínimo o terceiro lugar neste Grupo C e com mais pontos que o terceiro classificado do Grupo A (Equador).

Nesse seguimento, foi até natural que a selecção peruana tenha entrado na partida com os “cafeteros” na expectativa, sendo que a Colômbia, cujo empate nesta partida até poderá valer-lhe o último lugar no agrupamento, assumiu imediatamente o controlo do encontro.

Os primeiros dez minutos, aliás, mostraram uma Colômbia a pressionar alto e a jogar em velocidade, conseguindo então criar duas oportunidades claras de golo: primeiro, aos três minutos, foi Falcao, no coração da área, a obrigar Gallese a excelente defesa; e depois, aos seis minutos, foi Pablo Armero a subir pelo flanco esquerdo e a atirar às malhas da baliza peruana.

Ainda assim, com o passar do tempo, esse gás inicial foi-se perdendo, sendo que a desinspiração de alguns dos mais emblemáticos jogadores colombianos, como James Rodríguez ou Juan Cuadrado, também não ajudou minimamente os esforços “cafeteros”.

Aproveitou então o Peru para equilibrar as operações e, se não conseguiu criar nenhumas situações claras de golo (apenas a registar um remate cruzado de Paolo Guerrero a três minutos dos 45), a verdade é que conseguiu afastar os colombianos da sua baliza. E isso era o mais importante, até porque o empate era um resultado que servia aos intentos do conjunto de Ricardo Gareca.

James Rodríguez é uma das figuras da Colômbia Fonte: Site Oficial da Copa América
James Rodríguez é uma das figuras da Colômbia
Fonte: Site Oficial da Copa América

Peru soube meter o jogo no congelador

Se em grande parte da primeira parte o Peru já havia conseguido equilibrar as operações, a verdade é que os “incas” entraram ainda mais fortes no segundo tempo, sendo que o primeiro quarto de hora da etapa complementar foi mesmo a sua melhor fase, com o extremo Christian Cueva em excelente plano.

Aí, aliás, apareceram inclusivamente algumas oportunidades de golo, nomeadamente através de um remate de Joel Sánchez (48′), ligeiramente ao lado da baliza colombiana, e de Claudio Pizarro (50′), que obrigou Ospina a boa intervenção.

Já a Colômbia demorou imenso tempo a reentrar no jogo, apenas conseguindo voltar a assumir as rédeas do encontro a partir do meio da segunda metade, e isto numa fase em que o desinspiradíssimo Falcao havia sido substituído por Jackson Martínez.

Aliás, foi precisamente o ainda ponta de lança do FC Porto que esteve envolvido nas duas únicas oportunidades que a Colômbia teve no segundo tempo, mais concretamente aos 67 minutos, quando não acertou na baliza na recarga a um primeiro remate de James Rodríguez, e ao primeiro minuto de descontos, quando foi colocado na cara de Gallese, mas acabou por quase oferecer a bola ao guarda-redes peruano.

Para a escassez de oportunidades da Colômbia, contudo, não há que criticar apenas a falta de qualidade colectiva dos “cafeteros”, mas também elogiar o unido conjunto peruano, que foi sempre muito solidário e soube colocar o jogo no congelador, contrariando os intentos de uma selecção que, há que reconhecer, tem muito melhores valores individuais.

A Figura

Carlos Zambrano: É certo que Radamel Falcao está a anos luz do grande goleador do FC Porto e Atlético de Madrid, e que Jackson Martínez ou Teo Gutiérrez também não estiveram propriamente no seu melhor dia, mas há que dar o devido valor ao defesa-central do Eintracht Frankfurt, que, ao lado do também muito competente Carlos Ascues, esteve imperial no eixo defensivo, raramente permitindo veleidades aos atacantes colombianos.

O Fora-de-Jogo

Radamel Falcao: É confrangedor ver o estado em que se encontra um ponta de lança que, há um par de anos, era visto como um dos melhores do Mundo. Afinal, Radamel Falcao foi apenas uma sombra errante em campo, sem confiança e sem qualquer inspiração, facilitando, e muito, a vida aos seus adversários e levando certamente ao desespero os adeptos colombianos.

Foto de Capa: Site Oficial da Copa América’2015

Uma Ode aos novos Campeões do Mundo de Sub-20

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Após a derrota frente ao Uruguai no primeiro jogo que disputou no Mundial de Sub-20, poucos seguramente esperavam que a selecção da Sérvia conseguisse ir além da fase de grupos e muito menos que fosse capaz de chegar à final e de se sagrar a nova campeã mundial da categoria.  Os Orlici (Jovens Águias) derrotaram a sempre favorita equipa brasileira por 2-1, após prolongamento, na final, que teve lugar no North Harbour Stadium na madrugada de Sábado e que agitou a manhã da capital sérvia (Belgrado), onde, após o apito final do árbitro, as pessoas saíram para as ruas em exibições de grande alegria e júbilo, enquanto entoavam as palavras Srbija je prvak sveta (“A Sérvia é campeã do Mundo”).

No final da partida, o timoneiro sérvio e talvez o grande responsável por este fantástico triunfo, Veljko Paunovic, dedicou a vitória ao seu pai, que faleceu recentemente, mas não esqueceu todo um país que se uniu em torno da jovem selecção e que, de acordo com o antigo médio do Atlético Madrid, necessita deste tipo de conquistas para assim construir e reconstruir uma nova sociedade, ao mesmo tempo que relança novamente o seu futebol nas luzes da ribalta. Apesar de ser ainda bastante jovem, Paunovic é um treinador que não se encaixa nas tendências que proliferam no chamado “futebol moderno”, já que transporta para a realidade actual muitos dos esquemas de jogo e formas de gestão de equipas que eram utilizados nos países que integravam o antigo bloco de leste. Aos 37 anos de idade, Paunovic demonstra já um conhecimento profundo da modalidade e a forma como montou, jogo após jogo, diferentes esquemas táticos, tentando adaptar a equipa ao adversário que estava a enfrentar, diz muito sobre a cultura tática deste jovem treinador.

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Paunovic foi o “cérebro” da vitória sérvia
Fonte: espnfc.com

Muito à semelhança daquilo que Valeriy Lobanovskyi fazia enquanto treinador da antiga URSS e do Dynamo Kiev, Paunovic, apesar de contar com jogadores de elevado nível de qualidade, procurou sempre valorizar a equipa como um todo, deixando o individual para segundo plano. Esta abordagem, por vezes difícil de implementar, resultou na perfeição numa equipa sérvia que jogou sempre com “muito coração” e com uma vontade férrea durante todo o torneio, tendo sido premiada por isso no final. O capitão de equipa, Predrag Rajkovic, que conquistou o prémio de melhor guarda-redes do torneio, confirmou isso mesmo quando lhe perguntaram, no final da partida com o Brasil, qual tinha sido a chave do sucesso da sua  selecção neste Mundial, afirmando que a Sérvia era “uma equipa com um só coração”. Estas palavras dizem muito sobre o trabalho de casa feito por Veljko Paunovic; contudo, tal sucesso não seria de todo exequível se o treinador sérvio não tivesse nas suas fileiras excelentes executantes da modalidade.

Um dos segredos da selecção sérvia está na baliza e dá pelo nome de Predrag Rajkovic. Aos 19 anos de idade, o número 1 da Sérvia é já também o dono da baliza do Estrela Vermelha (FK Crvena zvezda) e foi considerado o melhor guarda-redes a actuar na liga sérvia na época que terminou recentemente.  Em 28 jogos da Superliga, Rajkovic conseguiu terminar 16 deles sem sofrer qualquer golo e, avaliadas as exibições deste Mundial, não demorará muito até despertar o interesse dos gigantes do futebol europeu.

Para além de Rajkovic, faziam parte da defesa sérvia jogadores de inegável qualidade, como por exemplo Nemanja Antonov, um defesa esquerdo poderoso e com elevado sentido de jogo, que faz parte dos quadros do OFK Beograd. Ainda no sector defensivo há também que realçar outro homem do OFK Beograd: Milan Gajic, que se destaca pela sua versatilidade e capacidade de trabalho, que lhe permitem também jogar no sector intermédio, como pivot à frente da defesa, ou ainda como lateral ou médio ala pelo corredor direito. Para além de uma defesa sólida, que apenas consentiu quatro golos durante todo o torneio (algo verdadeiramente notável se considerarmos que todos os jogos dos sérvios na fase eliminatória foram a prolongamento), um dos maiores segredos por detrás do sucesso da selecção sérvia reside no meio-campo. Este é composto por jogadores como Andrija Zivkovic, o jovem capitão do FK Partizan, que dispensa apresentações; Sergej Milinkovic-Savic, um poderoso médio de ataque e de transporte de bola formado nas famosas escolas do FK Vojvodina e que tem dado muito boa conta de si ao serviço do Genk; e o virtuoso Nemanja Maksimovic, um médio valoroso, produto das escolas Estrela Vermelha (FK Crvena zvezda), actualmente ao serviço do FC Astana, que assistiu Mandic para o primeiro golo da final frente ao Brasil e que demonstrou um sangue frio tremendo, pois, quando ficou diante de Jean no minuto 118 do prolongamento, com uma trivela só ao alcance dos melhores, colocou a bola no fundo das redes.

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Zivkovic foi uma das revelações do torneio
Fonte: uefa.com

Embora não seja muito prolífica em termos de golos marcados, da linha avançada da Sérvia fazem também parte dois jogadores, Mandic e Saponjic, que merecem a nossa atenção. O primeiro, Stanisa Mandic, jogador do modesto FK Cukaricki, é um avançado extremamente móvel que pode jogar sozinho lá na frente ou aparecer como uma espécie de trequartista nas costas do ponta de lança. Por seu turno, Ivan Saponjic, que com apenas 17 anos tem já um papel extremamente relevante ao serviço do FK Partizan, é um jovem com um talento imenso, que apontou 4 golos em 14 jogos da Superliga sérvia esta temporada.

Apesar de contar sempre com jogadores de inegável qualidade, apenas em raras ocasiões as selecções jovens e a selecção A da Sérvia tiveram momentos de especial glória após o desmembramento da outrora poderosa Jugoslávia, que foi não poucas vezes apelidada de Brasil da Europa, em virtude da excelência do futebol que praticava. Veljko Paunovic, que é muito mais do que um mero treinador que se limita a passar tácticas  para dentro do terreno de jogo, foi capaz de contrariar a história recente, transportando a selecção de Sub-20 da Sérvia para um outro patamar, mas, mais do que isso, foi capaz de passar para os jogadores um mensagem de paixão, de unidade, de jogar com o coração, mensagem essa que o antigo médio do Atlético Madrid gostaria que fosse extensível ao seu país, que muito tem sofrido no último quarto de século.

                              Foto de Capa: mg.esportes.com.br

Copa América’2015 – Argentina 1-0 Jamaica: Muita parra e pouca uva

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Talvez fosse difícil pensar em dois jogos piores para terminar o grupo B. Depois de um Paraguai-Uruguai que foi um autêntico bocejo para todos, o jogo desta noite entre albicelestes e jamaicanos não fugiu muito dessa linha. Bem vistas as coisas, aquilo que vimos no Estádio Sausalito, em Viña del Mar, não foi uma autêntica surpresa, tendo em conta a diferença gigante em termos de potencial entre uma e outra seleções. Na verdade, o último jogo deste grupo trazia-nos um verdadeiro duelo entre David e Golias, com a equipa argentina já apurada para os quartos de final, enquanto os jamaicanos já estavam matematicamente eliminados.

Também por isso, Gerardo Martino e W. Schafer optaram por introduzir alterações nos esquemas das duas equipas. Do lado argentino, o ex-treinador do Barcelona optou por efetuar duas alterações no onze comparativamente ao duelo com o Uruguai, colocando Demichelis e Higuain nos lugares de Otamendi e Kun Aguero. O sistema tático era o mesmo, mas era por demais evidente que, com estas alterações, o treinador argentino já tinha os quartos de final em mente, optando por isso por gerir de certa forma o plantel. Na equipa jamaicana, o técnico alemão optou por fazer quatro alterações na equipa inicial, lançando no onze Miller, Laing e Brown para os lugares de Kerr, Simon Dawkins e Giles Barnes.

A verdade é que, apesar das alterações promovidas pelos treinadores, os primeiros minutos da partida acabaram por mostrar aquilo que toda a gente já esperava. Um jogo de sentido único, com a Argentina a nunca carregar demasiado no acelerador, até porque uma vitória pela margem mínima era suficiente para chegar ao primeiro lugar do Grupo B. Dessa forma, e tendo em conta a inexistente capacidade ofensiva jamaicana – que apenas colocava Brown como homem mais adiantando, colocando depois 10 homens sempre atrás da linha da bola – a equipa de Martino decidiu controlar sempre os ritmos de jogo como quis, nunca impondo uma intensidade muito alta, até porque a competitividade tática da partida nunca o exigiu. Dessa forma, não raras vezes vimos os laterais Zabaleta e Rojo a atuarem praticamente como extremos, deixando a zona interior para as diagonais de Di Maria e Messi. A meio campo, o consistente e dinâmico tridente composto por Javier Mascherano, Lucas Biglia e Javier Pastore – que funcionaram sempre como autênticos faróis da equipa – iam sendo mais do que suficientes para o pouco perigo que os jamaicanos causavam no último terço do terreno.

À medida que os minutos foram passando – e apesar de a equipa jamaicana ter sempre procurado optar por uma postura defensiva compactando, nunca desprotegendo a zona central – a verdade é que os argentinos foram colecionando um verdadeiro festival de oportunidades desperdiçadas de golo. Só no que diz respeito à primeira parte, foram quase dez os lances de perigo junto à baliza de Miller. No meio de tanto desperdício, Higuain e Di Maria foram os mais perdulários. Ainda assim, foi do avançado do Nápoles que acabou por surgir o único golo da partida, apontado aos 10 minutos, numa excelente rotação sobre os centrais jamaicanos após trabalho individual de Di Maria. Esse lance foi mesmo a exceção naquilo que foi a regra da partida desta noite: a Argentina a jogar, a criar oportunidades e a falhar golos. Só no primeiro tempo, Higuain em quatro ocasiões (um dos remates bateu na trave da baliza de Miller), Di Maria por duas vezes e Messi numa situação foram os protagonistas do desperdício argentino perante uma Jamaica que apenas em bolas paradas se havia aproximado da baliza de Romero. Ao intervalo, e mesmo sem fazer uma exibição de grande intensidade, a verdade é que o resultado era inexplicavelmente curto, tantas tinham sido as oportunidades falhadas.

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Higuain apontou o único golo da partida
Fonte: Dailymail

A verdade é que na segunda parte o figurino da partida alterou-se de certa forma, e muito por culpa da Argentina, que veio ainda com menos intensidade para os segundos 45 minutos. Comparativamente ao primeiro tempo – em que oportunidades foram mais do que muitas para a equipa capitaneada por Lionel Messi – a segunda parte foi quase um deserto de ideias em termos ofensivos para os argentinos. De facto, tirando um remate à trave de Di Maria aos 52 minutos e um chapéu (quase) perfeito de Messi aos 57 minutos, a Argentina raramente se conseguiu aproximar com a mesma regularidade da área jamaicana. Com um adversário tão frágil, que poucos ou nenhuns problemas causou ao longo do jogo, a tendência para um afrouxamento argentino foi por demais evidente. A gestão física e tática do jogo foram sendo feitas a partir do controlo da bola, com Mascherano e Biglia a pautarem sempre os ritmos de jogo, deixando a Di Maria e Messi a criação de jogo ofensivo.

Mesmo depois das alterações de uma e outra equipa, o ritmo do jogo não se alterou e o arrastar da margem mínima até aos últimos minutos foi dando confiança à Jamaica, que pouco ou nada tinha a perder neste duelo com a Argentina. Dessa forma, o último quarto de hora do jogo acabou por trazer uma Jamaica mais afoita no terreno, subindo linhas e procurando colocar mais homens no processo ofensivo da equipa. O problema é que, apenas com Mc Anuff e Brown como jogadores mais virados para o ataque, a Jamaica só mesmo em bolas paradas é que foi provocando alguns calafrios junto do público albiceleste. Mesmo tendo passado os últimos minutos dentro da sua área, em virtude dos livres e cantos que a Jamaica foi colecionando nos últimos instantes do jogo, a verdade é que a Argentina nunca viu o resultado verdadeiramente ameaçado, em virtude da pouca capacidade jamaicana.

Messi foi sempre um quebra-cabeças para a Jamaica Fonte: tycsports.com
Messi foi sempre um quebra-cabeças para a Jamaica
Fonte: tycsports.com

Apesar de não ter feito novamente uma exibição de encher o olho, o facto é que a Argentina acaba por passar incólume nesta fase de grupos, apurando-se para os quartos de final da Copa América com sete pontos e o primeiro lugar do Grupo B. Ao olhar para as restantes concorrentes, percebe-se que talvez o Chile seja o adversário mais temível para os argentinos neste momento. Ainda assim, num onze com uma constelação de estrelas, facilmente se percebe que, até pelo valor individual dos seus jogadores, a Argentina de Messi, Di Maria e companhia é, à entrada para a fase decisiva da competição, provavelmente a equipa mais bem apetrechada para levantar o troféu sul-americano no próximo dia 4 de julho.

Agora, resta esperar pelo adversário dos quartos de final, que sairá pelo segundo melhor terceiro classificado dos grupos A ou C, sendo que a decisão deste último grupo acontecerá neste domingo, com os jogos Colômbia vs. Perú e Brasil vs. Venezuela. No jogo desta noite, os argentinos voltaram a não brilhar mas mostraram suficiente maturidade tática para encarar os futuros desafios com otimismo. Desde que, obviamente, sejam mais eficazes na altura de atirar à baliza. Até porque, daqui para a frente, não existem mais Jamaicas.

A Figura

Tridente ofensivo argentino Num jogo competitivamente tão desinteressante, com a Jamaica a atuar num bloco muito baixo, tornou-se evidente que teria de ser o talento individual argentino a desbloquear. E no que diz respeito a qualidade, o tridente composto por Di Maria, Messi e Higuain revelou-se muito dinâmico, tendo em conta o enorme número de oportunidades criadas ao longo do jogo. O ponto negativo foi mesmo a ineficácia que afetou os três jogadores e que evitou uma goleada da Argentina esta noite.

O Fora-de-Jogo

Fraca intensidade competitiva – Num duelo tão desigual, era quase impossível que o jogo não tomasse o rumo que tomou. De um lado, uma Argentina já apurada e cuja vitória magra era suficiente para alcançar o topo do grupo B; do outro lado, uma equipa da Jamaica que, apesar da boa réplica, está a anos luz de poder ser uma equipa verdadeiramente competitiva. Por tudo isto, o jogo foi muito pouco interessante porque toda a gente já sabia o seu destino, mesmo antes de este começar.

                                                                                               Foto de Capa: uk.eurosport.yahoo.com

Copa América’2015 – Uruguai 1–1 Paraguai: 90 minutos de tédio à moda do balão e da falta

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Albicelestes e Guaranis proporcionaram um jogo entediante e candidato a pior encontro desta Copa América, que tanto nos tem divertido e oferecido boas partidas. O resultado é justo e coloca as duas equipas na próxima fase da competição, com o Uruguai a ser terceiro classificado deste grupo B.

Foi uma partida em que se vendeu caro cada metro de terreno e onde, dificilmente, algum jogador surgiu sozinho. Havia sempre um guarda-costas na marcação e pronto para levar o portador da bola ao tapete. Aos 10 minutos, já o juiz da partida tinha mostrado (e bem!) dois cartões por entradas duras e despropositadas.

Os 90 minutos foram maus demais para toda gente; para quem pagou bilhete, para quem viu em casa na televisão e até para a bola, que teve mais tempo a sobrevoar o terreno do que a rolar na relva. O Paraguai era quem mais batia o esférico para a frente e depois tentava que os médios se aproximassem dos seus homens mais adiantados para criarem desequilíbrios. Quase nunca resultou! O Uruguai tentava aproveitar os flancos, com Maxi e Álvaro Pereira, para colocar depois a bola na área, na procura de Cavani e companhia. Ora, isto também foi difícil de aplicar, salvo raras exceções, e os comandados de Tabaréz entraram na moda do balão.

A bola ia chorando nos pés dos jogadores e só em lances de bola parada (cantos e livres laterais) surgiam ocasiões de perigo. A primeira oportunidade (ao minuto 12) é do Paraguai, com um falhanço, após um canto, já dentro da pequena área, e na resposta, 17 minutos depois, Giménez vai inaugurar o marcador. Canto do lado direito, ganho por Maxi e batido por Sanchéz, encontrou o central do Atl. Madrid, com um grande salto, superiorizou-se a todos e desferiu uma forte cabeçada, não dando hipóteses a Justo Villar, que regressava à baliza paraguaia.

Gimenez inaugurou o marcador com este cabeceamento ao minuto 29 Fonte: Facebook da AUF – Selección Uruguaya de Fútbol
Gimenez inaugurou o marcador com este cabeceamento ao minuto 29
Fonte: Facebook da AUF – Selección Uruguaya de Fútbol

Adivinhava-se que os golos só assim surgiriam e logo a seguir o mesmo Giménez poderia bisar. Lance a papel químico, canto cobrado da direita, o camisola 2 volta a libertar-se da marcação, mas desta vez Villar faz uma grande intervenção. Na sequência da jogada, Rolin ultrapassa os adversários e isola Cavani, que, em esforço e de bico, desperdiça a oportunidade de aumentar a contagem.

Eram esporádicos, estes lances, e a batalha continuava no meio-campo, com ligeiros períodos parecidos com ping-pong. Bola lá, bola cá, e os médios com a cabeça levantada a ver a “redondinha” passar. O jogo caminhava para o intervalo (antes fosse para o final) e eis mais um canto para o Paraguai. Adivinhava-se mais perigo e viria a confirmar-se! Lucas Barrios antecipa-se a Giménez e, ao primeiro poste, desvia para o interior da baliza de Muslera. 1-1 em cima do minuto 45, repondo justiça no encontro.

Lucas Barrios a festejar mais um golo na competição Fonte: Facebook da Selección Paraguaya de Fútbol
Lucas Barrios a festejar mais um golo na competição
Fonte: Facebook da Selección Paraguaya de Fútbol

15 minutos de descanso, uma alteração no Uruguai, com a entrada de Stuani, e a esperança de um jogo bem melhor. E até parecia que isso ia acontecer, muito por culpa de Maxi Pereira no lado direito. O ainda jogador do Benfica esteve incansável durante todo o jogo, como é sua imagem, e aos 53’ tira um excelente cruzamento, que Cavani desvia, passando a bola perto do poste esquerdo de Villar.

O Uruguai parecia diferente, o Paraguai cansado, e aos 64’ e 67’ mais dois lances que poderiam ter dado a vantagem à albiceleste. Primeiro Rolin lança Álvaro Pereira na esquerda, que cruza para o cabeceamento de Stuani ao lado, e depois um lançamento longo de Maxi, desviado ao primeiro poste, encontra Cavani, que, à meia-volta, atira com o mesmo destino.

Duas ameaças, os adeptos começavam a animar-se, mas falso alarme. O jogo voltou ao balão, à dureza e às paragens para as substituições. Os paraguaios fizeram duas, por lesões de Ortigoza e Barrios, e na outra saiu Bobadilla para entrar Derlis González (jogador do Basileia e ex-Benfica), que agitou o ataque guarani e iria ter a última e melhor ocasião da partida.

Antes disso, uma oportunidade uruguaia, novamente por Stuani. Aos 84’, Cristian Rodriguez, que entrou no decorrer da partida, rasgou pelo lado esquerdo e cruzou, com bastante força, e Stuani desviou para a baliza, quase por instinto, fácil para Villar agarrar.

Maxi Pereira foi o melhor em campo e esteve em quase todos os lances de perigo do Uruguai Fonte: Facebook da AUF – Selección Uruguaya de Fútbol
Maxi Pereira foi o melhor em campo e esteve em quase todos os lances de perigo do Uruguai
Fonte: Facebook da AUF – Selección Uruguaya de Fútbol

Já nos descontos, Derlis González teve nos pés o golo da vitória, negado por Fernando Muslera. O paraguaio recebeu de costas para a baliza, rodou e bateu, pelo chão, obrigando o guardião a mostrar a sua qualidade.

Pelo número de oportunidades e pela pequena mudança de atitude e qualidade de jogo dos uruguaios no segundo tempo, se houvesse um vencedor seriam os uruguaios, mas o empate é o resultado que mais se aceita, e que penaliza duas equipas que se apresentaram num nível muito baixo e proporcionaram um jogo que contrastou com a maioria dos encontros até então na competição.

A jogarem assim não vão passar mais nenhuma fase, e os espetadores agradecem!

A Figura:

Maxi Pereira – Um jogo como aqueles a que já nos habitou. Nos limites durante todos os minutos, com uma entrega e uma raça quase inigualáveis e a criar desequilíbrios do lado direito do seu ataque, quer em combinações com excelentes cruzamentos, quer com lançamentos longos, sempre perigosos. Foi capitão e a figura do Uruguai nesta partida.

O Fora-de-jogo:

Abel Hernandez – Esteve 45 minutos em campo e foi uma verdadeira nulidade. Um jogo desastroso do avançado uruguaio, que, simplesmente, não se viu, excetuando o amarelo que levou, aos 4 minutos, depois de uma falta dura e desnecessária. Mas não faltavam candidatos…

Foto de capa: Facebook da Selecção do Paraguai