O que ganhou?
Apesar de na sua primeira época enquanto treinador, não ter conseguido salvar o SC Farense da descida de divisão, Paco Fortes começaria a mostrar créditos logo na época seguinte ao sagrar-se campeão da Segunda Liga e ao chegar à final da Taça de Portugal, perdida na finalíssima para o Estrela da Amadora por 2-0.
A segunda metade da década de 80 e a década de 90 foram ricas em equipas e treinadores que deixaram a sua marca no futebol português. Paco Fortes deixaria várias marcas durante os anos 90. Primeiro que tudo, transformou um crónico candidato à manutenção num clube da primeira metade da tabela. Depois do 6º lugar em 91/92 e 92/93, conseguiria em 94/95 levar o SC Farense à sua primeira e única qualificação continental, com um sensacional 5º lugar.
Mais do que os resultados e as classificações, Paco Fortes deixaria um legado num clube com pouca tradição na Primeira Liga. E os seus feitos tornam-se ainda mais relevantes quando durante grande parte da sua estadia em Faro, o clube atravessava grandes dificuldades financeiras, havendo inclusive, situações de salários em atraso.
Para além disso, Paco Fortes tornar-se-ia num dos treinadores mais carismáticos da Primeira Liga, tanto pelo seu cabelo e pelo seu farto bigode, como pela postura enérgica no banco que contagiava os jogadores e encantava os adeptos, ou pelo futebol que a sua equipa jogava, um futebol aguerrido e com sede de vitória, à imagem daquilo que El Feo era enquanto jogador.
E como se não bastasse, Paco Fortes destacou-se também como cumpridor de promessas. Após a qualificação continental de 94/95, andou 75 Km a pé de Faro até Ayamonte. Em 1998, cortou o cabelo e o seu bigode cerrado após conseguir a manutenção. Em 2004/2005, usou brinco durante um mês após conseguir a manutenção ao serviço do Pinhalnovense. Ganhou pouco, mas deu muito a ganhar ao futebol português.