O Passado Também Chuta: Matateu

    o passado tambem chuta

    Matateu. Um mito. O irmão do Vicente, que se notabilizou no Mundial de Inglaterra. Matateu não teve essa sorte. Já ultrapassara o tempo; andava, então, pelo castiço e muito querido Atlético Clube de Portugal. Sebastião Lucas da Fonseca, liderando o Belenenses, é o traço de união no tempo entre duas equipas míticas, ainda que rivais do seu clube. Quando chegou a Lisboa, procedente do seu Maputo natal, apanhou pela frente o Sporting dos cinco violinos. Apanhou o Sporting do célebre Travassos. Quando se estava despedindo do seu Belenenses para começar a última caminhada, que acabou passados 50 anos no Canadá, tropeçou com o mítico Benfica do seu conterrâneo Eusébio. No meio, Matateu, temido e inquestionável. Os adeptos debatiam-se entre ele e Travassos, para adjudicar o pedestal do melhor jogador português de sempre.

    Duas lendas do futebol português: Travassos e Matateu Fonte: Belematemorrer.blogspot.com
    Duas lendas do futebol português: Travassos e Matateu
    Fonte: Belematemorrer.blogspot.com

    Veio o grande Eusébio e os adeptos mantiveram o mesmo dilema: Eusébio ou Matateu, Matateu ou Eusébio? Naqueles tempos, a perigosidade nos campos não passava do berro do ferrenho, por isso era natural a invasão depois de jogos importantes onde um ídolo se notabilizara. Matateu foi passeado a ombros dos adeptos do seu clube e da seleção muitas vezes. Marcou golos de todas as formas. Era um ponta-de-lança resolutivo, como só os grandes o são. O seu Belenenses era uma equipa temida, um grande. Não chegou a agarrar um campeonato pela misericórdia ou pelo azar de perder, perto do fim do jogo, o campeonato a favor do Benfica. Mas ganhou Taças de Portugal e de Honra, e os seus jogadores frequentavam as seleções nacionais A e B.

    Matateu levado aos ombros Fonte: Belenensessempre.blogspot.com
    Fonte: Belenensessempre.blogspot.com

    Enfrentou-se jogadores míticos a nível mundial. Teve pela frente, quando disputou a Taça Latina, todo um Di Stéfano ou todo um Kopa. Matateu não era menos; habitava a mesma galáxia das estrelas do firmamento futebolístico. Foi respeitado e admirado. Hoje, possivelmente, seria um jogador cobiçado por meio mundo, seria milionário e conduziria Ferraris. No entanto, fez as delícias dos amantes do futebol durante a época em que o valor residia na camisola. Talvez por isso se viu obrigado a jogar no Canadá até perto da sua morte, aos 60 anos. Resumindo: este mito só viveu oito anos retirado do futebol. Matateu é bem o exemplo da diferença do mundo de ontem e de hoje. Ontem, as estrelas eram pagas com carinho e jogavam com carinho; hoje, as estrelas são pagas com tesouros insultantes e jogam com o chamado profissionalismo.

    Durante o seu caminho (a partir de 1951), além de defender o Belenenses, defendeu o Atlético Clube de Portugal, o Amora e o Desportivo de Gouveia. Posteriormente, o Canadá sentiu os seus pontapés e a sua genialidade, até ao seu adeus efetivo. O Belenenses, sejam quais sejam as suas vicissitudes, tem um mito não inferior ao Benfica, e o Benfica, quando Matateu abandonou o Belenenses, deixou de ter o seu grande verdugo. Ganhou-lhe Taças e jogos. Quando o Matateu avançava, o Estádio da Luz tremia. O clube de Belém é um dos clubes simpáticos de Lisboa e de Portugal; o Belenenses merece ter um Matateu, e o Matateu mereceu  jogar num clube que emana simpatia.

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    Poeta de profissão, José simpatiza com o Oriental e com o Sangalhos.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.