Ao fim de 8 anos e dois títulos inesquecíveis para a nação à beira-mar plantada, Fernando Santos deixa o comando da seleção portuguesa e terá como seu sucessor o espanhol Roberto Martinez que assinou contrato até 2026.
Anteriormente ao serviço da Bélgica, Martinez é apenas o segundo treinador não-português da história a assumir este posto na seleção, depois do brasileiro Luiz Felipe Scolari ter estado como figura máxima durante 74 partidas.
Fernando Santos e Roberto Martinez compartilham assim algo em comum, já que os mesmos foram demitidos dos seus cargos após presenças desapontantes no último Mundial disputado no Qatar recentemente.
Historial como jogador e treinador
Como jogador, o espanhol iniciou a sua carreira ao serviço do Balaguer, uma equipa humilde na Catalunha, a sua cidade natal. Após duas temporadas o mesmo transferiu-se para Inglaterra, onde viria a alinhar por cinco equipas diferentes dos escalões inferiores ingleses entre 1995 e 2007.
A sua carreira como treinador iniciou-se logo após se ter retirado como jogador, já que o Swansea City ofereceu-lhe o cargo para orientar a equipa na temporada 2007/2008, onde esteve duas temporadas.
Após quatro anos no Wigan onde revelou resultados positivos, o mesmo foi abordado pelo Everton, naquele que viria a ser o seu último cargo num clube antes de assinar, de forma surpreendente, como selecionador da Bélgica em 2016.
Ao serviço da Bélgica conseguiu algumas das melhores classificações de sempre desta nação, não só colocando os belgas como líderes do ranking da FIFA durante 3 anos, mas também se tornando o treinador com mais vitórias ao serviço deste país.
Martinez confessou que, qualquer que fosse o resultado da Bélgica no Mundial do Qatar 2022, o mesmo iria demitir-se da função de treinador principal, alegando existir muitos “egos dentro da equipa”, algo que viria a acontecer imediatamente após a derrota frente à Croácia.
Componente tática irá sofrer mudanças
É esperado que o espanhol estabeleça o seu estilo com posse de bola proeminente, tal como fez em todas as suas paragens como treinador, centrado na filosofia de Johan Cruyff, um dos seus ídolos nesta temática.
Este estilo de jogo diverge completamente daquele a que estamos habituados mais recentemente em relação com Fernando Santos, onde as transições ofensivas rápidas eram a grande mais-valia do futebol da sua seleção.
Com uma seleção extremamente talentosa e que se encontra “ligeiramente” em renovação, será interessante entender como irá Martinez implementar o seu sistema, já que a qualidade com a bola nos problemas não deverá ser problema.
A diferença nestas abordagens certamente que terá um grande impacto nos resultados existentes, mas também nos prognósticos de futebol que sejam realizados nas mais diferentes operadoras de apostas desportivas, já que um estilo de posse de bola, normalmente, traduz-se em menos golos marcados, algo a ter em consideração no futuro.
Dúvidas dos adeptos portugueses pairam no ar
Apesar das expectativas serem elevadas para esta escolha, o mesmo parece acontecer mais devido a uma “urgência de mudança” do que propriamente ao palmarés que Martinez traz consigo para garantir o lugar numa seleção com tantas ambições.
A verdade é que o espanhol não ganhou nenhum título para além da League One (terceiro escalão do futebol inglês), sendo que muitos acreditam que a “geração de ouro” da Bélgica acabou por ser desperdiçada nas suas mãos.
As dúvidas existentes por parte dos adeptos portugueses acabam assim por ser naturais, já que são esperados anos de possíveis conquistas com este elenco que Portugal possui atualmente, mesmo com alguns jogadores em final de carreira e que terão de ser substituídos por outros que ainda se encontram em ascensão.
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Expectativas para as próximas competições
Depois do anúncio da Federação Portuguesa de Futebol pela opção do treinador espanhol, as expectativas para as próximas competições começam a ser criadas, já que nunca existiu tanta matéria-prima no país para se poder atacar títulos internacionais.
A próxima grande competição será o Euro 2024, sendo que Portugal irá defrontar as congéneres da Eslováquia, Islândia, Bósnia e Herzegovina, Luxemburgo e Liechtenstein, no grupo marcado pelo enorme favoritismo português.
Com uma seleção onde o talento individual impera, é esperado que Portugal se qualifique com poucas dificuldades, sendo que o objetivo seguinte estará na presença no Mundial 2026, onde a expansão para 48 equipas poderá tornar a entrada mais fácil.
Pelo meio, Portugal marcará presença na Liga A da Liga das Nações, uma competição em que, na edição de abertura, os portugueses conseguiram arrecadar o título, batendo os Países Baixos na final disputada no Estádio do Dragão.
O Euro 2024, em especial, será uma competição onde veremos muitos dos melhores portugueses no auge das suas carreiras, o que tornará ainda mais a seleção das quinas um dos candidatos ao título, tal como aconteceu pela primeira vez em 2016.
Cristiano Ronaldo ainda nas contas?
Depois de toda a controvérsia em volta de Cristiano Ronaldo e a sua presença ao serviço de Portugal no último Mundial do Qatar, ainda existem algumas dúvidas sobre a possibilidade de, mesmo com 39 anos e mesmo a jogar numa liga pouco competitiva como a saudita, possa entrar no grupo restrito de selecionáveis.
Martinez, quando questionado sobre essa possibilidade, afirmou que “todos os jogadores que estiveram presentes no Mundial encontram-se na lista de possibilidades”, oferecendo assim uma resposta politicamente correta ao público.
A influência do avançado português na seleção caiu com a idade, num processo natural devido ao ponto de fim da carreira, mas o seu histórico e preponderância que teve em outras instâncias, poderá criar dúvidas sobre a sua chamada.
Apesar de este ser um tópico extremamente sensível, Roberto Martinez ainda terá tempo para poder o mesmo, já que o próximo compromisso da seleção portuguesa apenas está marcado para 23 de março, num jogo de qualificação para o Euro 2024.
