De 3 em 1 para nº1 da APAF – Entrevista a Luciano Gonçalves

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Quando começou a carreira foi notícia de jornal. O título era 3 em 1. Porquê? Porque Luciano Gonçalves conseguiu a proeza de ao mesmo tempo ser árbitro, jogador e dirigente associativo do clube de Futsal da sua terra. Ao Bola na Rede conta que os seus “pés tortos” o fizeram descalçar as sapatilhas de jogador e a colocar o apito em volta do pescoço. Começou assim a carreira do homem de Leiria que chegou este verão à frente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol.

Bola na Rede: Já se afastou dos relvados há 3 anos. Saudades de pisar o palco onde tudo acontece?

Luciano Gonçalves: Quem é árbitro gosta muito da parte do campo. Tenho muitas saudades. Sempre que vou ver um jogo de futebol fico com aquele desejo, aquela adrenalina…

BnR: Não gosta tanto de estar atrás da secretária?

LG: Isso tem muito a ver com formas de ser. Eu identifico-me mais com a parte de campo. Isto é algo novo, é uma coisa que se aprende. Está a ser uma nova experiência, da qual também estou a gostar muito, mas é diferente. Muito diferente.

Fonte: Luciano Gonçalves
Fonte: Luciano Gonçalves

BnR: Tomou posse há poucos meses e já se depara em mãos com um tema que tem feito as manchetes dos jornais nacionais: o caso dos vouchers. Enquanto árbitro recebeu alguma oferta?

LG: De norte a sul do país as equipas oferecem uma lembrança à equipa de arbitragem, assim como oferecem às equipas visitantes. Eu recebi lembranças de circunstância e de cortesia dos clubes.

BnR: Acha que um árbitro se deixaria vender por uma camisola do Eusébio e um voucher para jantar no restaurante do Estádio da Luz?

LG: O caso está a ser tratado pelas instâncias corretas, por isso não vou responder diretamente à questão dos vouchers do Benfica. Mas falando no geral, claramente que um árbitro não se deixa vender. Os árbitros veem hoje na arbitragem uma carreira, e os que chegam ao mais alto nível auferem um salário acima da média. Um árbitro não se vai sentir condicionado por ofertas.

BnR: Mas o ato de existir uma oferta não pode em si mesmo provocar segundas interpretações?

LG: Temos de tentar perceber sempre nestas ofertas qual é o motivo de quem está a oferecer e qual é a intenção. Aí são coisas completamente diferentes.

BnR: Em entrevista ao Bola na Rede, Olegário Benquerença disse, no início deste ano, que sabia que nenhum árbitro ‘jantou à custa do Benfica’.

LG: E eu corroboro completamente as palavras do Olegário, até porque tenho em posse esses mesmos dados. Já foi um dossier que também me passou pelas mãos, na altura enquanto director. Nenhum dos árbitros que recebeu os vouchers fez uso dos mesmos. Mas eu penso que a questão não pode estar tanto por aí. A questão tem de ser: tentar perceber qual é a intenção, o porquê e se é legal ou não.

BnR: Mas é a Liga que define que é legal oferecer lembranças até x valor.

LG: A Liga apresenta isso, mas é algo universal. Está estipulado que existe um valor para determinada lembrança, por uma questão de princípio. Se não daqui a dois ou três dias estávamos a dizer que se oferecia um apartamento a dois ou três jogadores. Porque estamos a falar disto do lado dos árbitros, mas também podemos levar isso para outro campo onde jogadores recebem prendas de outros clubes. O que interessa aqui é perceber o que é uma oferta de cortesia.

BnR: Este é o momento para discutir e arrumar a situação?

LG: É um tema que deve ficar esclarecido para que não tenhamos daqui a seis meses, ou um ano, outro clube qualquer com outra situação idêntica e nós estarmos aqui a tentar perceber o porquê. É um assunto que deve ficar arrumado depois de resolvido.

Tomás Gomes
Tomás Gomes
O Tomás é sócio do Benfica desde os dois meses. Amante do desporto rei, o seu passatempo favorito é passar os domingos a beber imperial e a comer tremoços com o rabo enterrado no sofá enquanto vê Premier League.                                                                                                                                                 O Tomás escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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