Fórum do Treinador 2016: Os Portugueses Lá Fora e o Contexto Selecção

    cab reportagem bola na rede

    PARADIGMA DO JOGADOR VS PARADIGMA DA EQUIPA

    A palestra mais interessante da manhã foi aquela que Ruben Jongkind nos trouxe da Holanda. O ex-técnico do Ajax falou sobre as diferenças entre o paradigma da equipa e o paradigma do jogador, aquele que Cruijff concebeu para o emblema de Amesterdão e que, segundo ele, é o mais eficaz no processo de formação e desenvolvimento de novos talentos. “Não é uma equipa inteira que se estreia na equipa principal, são jogadores”, pensou o antigo craque holandês.

    O que determina a qualidade de um jogador é a genética (capacidade intrínseca, uma realidade imutável) e o ambiente em que evolui (onde se integram todos os estímulos que contribuem para o seu crescimento, como as relações sociais, o treino ou o contexto competitivo). Ora, aquilo que um clube deve fazer é definir um modelo de jogo e uma identidade, com base na sua história, e elaborar uma metodologia que sirva os interesses dos jogadores, dando-lhe o melhor ambiente possível. Eis algumas diferenças entre o paradigma da equipa (A) e o paradigma do jogador (B):

    A – Um treinador para vários jogadores / B – Vários treinadores (school mentor, football mentor, performance coach, nutricionista e psicólogo) para um jogador, capazes de criar sinergias entre si para proporcionar um contexto favorável ao jovem.

    A – Em cada ano, os jogadores conhecem um novo treinador (sub-9, sub-10 e assim sucessivamente) / B – Há três fases de desenvolvimento do jogador: aquisição de competências e fase de imitação (sub-7 a sub-12), crescimento (sub-13 a sub-16) e especialização (sub-17 a sub-21).

    A – Sobrevivência dos mais fortes fisicamente / B – Ambiente de aprendizagem permanente, em função das características dos jogadores. Não desistir dos “fraquinhos” e “baixinhos”.

    A – Treinador como um chefe/ B – Treinador como um guia.

    A – Orientado para os resultados, para o sucesso do treinador / B – Orientado para o processo, centrado no jogador.

    No modelo de Cruijff, todos os jogadores são periodicamente avaliados em várias vertentes: o comportamento social, o perfil psicológico, o posicionamento táctico, o controlo de bola ou as capacidades motoras. Quando houver lacunas evidentes num jogador, deverá ser feito um plano para as corrigir. Christian Eriksen, por exemplo, teve de treinar especificamente durante 4 meses para melhorar a sua forma de correr, que não era a mais adequada. Como resultado, o actual jogador do Tottenham foi o elemento com mais quilómetros percorridos ao serviço do Ajax na Liga dos Campeões do ano seguinte.

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