Análise do Grupo E | Euro 2020

    POLÓNIA

    A SELEÇÃO

    A Polónia integra um grupo onde tem claras aspirações em passar à fase seguinte da prova, isto é, aos “oitavos”. Nas últimas edições do Campeonato da Europa, ao longo do século XXI, o conjunto polaco tem conseguido chegar às fases finais da competição, embora só por uma vez tenha ultrapassado a fase de grupos. Curiosamente, tal aconteceu na última participação, em 2016, na qual foi afastada nos “quartos” por Portugal (após o empate a uma bola, perdeu por 5-3 nas grandes penalidades).

    A grande ausência da lista divulgada pelo português Paulo Sousa é a de Krzysztof Piatek, avançado do Hertha Berliner SC, devido a lesão. Ainda assim, o conjunto polaco conta com outras estrelas capazes de fazer a diferença. Se olharmos para a baliza, as opções Wojciech Szczesny (Juventus FC) e Lukasz Fabianski (West Ham United FC) parecem dizer tudo… Globalmente, o coletivo tem qualidade e até pode surpreender.

    A ESTRELA

    Robert Lewandoski – Uma escolha que não deixa margem para dúvidas, tratando-se daquele que foi eleito o melhor jogador do mundo em 2020. Lewandoski tem protagonizado temporadas soberbas – e, acima de tudo, goleadoras – ao serviço do FC Bayern Munchen. Só esta época foram 48 golos em 40 jogos, números que são possibilitados pelas habilidades técnicas do ponta de lança na hora de finalizar, bem como pela leitura dos movimentos dos colegas e consequente sentido de desmarcação.

    Pela seleção polaca, o avançado de 32 anos já leva 66 golos em 118 jogos, liderando a tabela de jogadores com mais internacionalizações (e também golos). Com o faro de golo afinado, Lewandoski reúne as condições para ser um dos mais decisivos da prova.

    A REVELAÇÃO

    Jan Bednarek – Tem sido um autêntico central em ascensão! Depois de ter dado os primeiros passos no KKS Lech Poznan, Jan Bednarek mudou-se para o Southampton FC em 2017 (a troco de seis milhões de euros), onde tem estado em destaque no eixo da defesa. Não se trata de um central goleador, mas é seguro a defender, oportuno a intercetar jogadas de perigo e não tem medo de dar o corpo às balas.

    Ainda assim, no Mundial 2018, apontou um dos dois golos da sua seleção, naquela que foi a sua estreia em provas internacionais. Desde aí tem sido sempre convocado para a Liga das Nações e fases de apuramento, tendo-se já afirmado como titular indiscutível no setor defensivo da Polónia.

    O SELECIONADOR

    Paulo Sousa – Na sua primeira grande experiência ao comando de uma seleção principal, o português Paulo Sousa tentará certamente incutir um grau de competitividade elevado para que a Polónia possa sonhar com voos mais altos. Curiosamente, o técnico de 50 anos passou por diversos campeonatos (destacando-se clubes como Leicester City FC, FC Basel, ACF Fiorentina ou FCG Bourdeaux), mas nunca tinha treinado em solo polaco.

    Chegou ao país em janeiro deste ano, analisou os principais intervenientes tendo em conta as suas ideias de jogo e avançou para uma lista equilibrada e sem surpresas. Para já, em três jogos, experimentou todos os resultados possíveis. Poderá o treinador português brilhar logo na sua primeira aventura deste calibre?

    ATÉ ONDE PODEM IR?

    Pode não ser a principal candidata a ocupar o primeiro lugar do grupo, mas a Polónia é a seleção que estará teoricamente mais perto de dar luta à seleção espanhola pela liderança. De qualquer das formas, o objetivo mínimo passará por “agarrar” a segunda posição, evitando eventuais contas rigorosas no caso de ficarem apenas pelo terceiro lugar (dado que só passam os quatro melhores classificados). Olhando para a lista de convocados e respetiva qualidade, em caso de passagem aos “oitavos”, crescerão as esperanças de poder dar mais um passo em frente e, na verdade, o cenário nem é sequer descabido.

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    Miguel Simões
    Miguel Simõeshttp://www.bolanarede.pt
    Já com uma licenciatura em Comunicação Social na bagagem, o Miguel é aluno do mestrado em Jornalismo e Comunicação, na Universidade de Coimbra. Apaixonado por futebol desde tenra idade, procura conciliar o melhor dos dois mundos: a escrita e o desporto.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.