Análise das Seleções Presentes no Mundial | Andebol

    GRUPO A

    Espanha

    Uma seleção que conquistou o campeonato por duas ocasiões, com vitórias na Tunísia em 2003, e em solo espanhol, no ano de 2005. Uma nação com relevo na modalidade, sendo que por 17 ocasiões, foram equipas espanholas a vencer a “Champions”, nomeadamente o FC Barcelona, atual campeão e recordista da competição, com 11 títulos.

    Apenas por quatro chances é que os “Hispanos” não chegaram ao Mundial, marcando sempre presença na competição desde 1974. Contam com quatro medalhas na competição, a última das quais para o 3º lugar alcançado em 2021, depois de uma vitória frente à França pela medalha de bronze.

    A Espanha chega a este Mundial com uma baixa de peso em Aleix Gómez, ponta direita do Barcelona que está a recuperar de problemas inflamatórios no tendão de Aquiles direito. De acordo com o clube catalão, as lesões de Gómez remetem para a época passada e só nas últimas semanas é que o jogador iniciou o tratamento.

    Para preparar o Mundial, a Espanha alinhou no Torneio Domingo Bárcenas frente às seleções da Argentina, da Roménia e do Bahrein. Os castelhanos venceram o torneio, com três vitórias, todas de forma clara, com mais de trinta golos apontados e margens superiores a 10 golos.

    A seleção espanhola não é uma equipa suportada por um ou dois jogadores, os golos foram maioritariamente distribuídos por toda a equipa, com destaque, ainda assim, para Agustín Casado (central do MT Melsungen) e Daniel Dujshebaev (central do KS Kielce), cada um com 11 golos na ficha pessoal. Ainda assim, um nome que brilhou nas três partidas foi o ponta de 26 anos que atua no HBC Nantes, Kauldi Odriozola. Com um total de 14 golos em 3 jogos, foi o melhor marcador dos “Hispanos” no torneio.

    Odriozola conta  já com 100 golos em 26 jogos, no bom caminho para bater o rácio de 141 golos em 38 jogos que o espanhol alcançou em 2021/2022 ao serviço do Bidasoa. Kauldi Odriozola é um nome a ter debaixo do radar neste Campeonato do Mundo numa seleção espanhola que parte como favorita para ganhar o grupo A.

    Montenegro

    Uma seleção que faz a segunda participação num Mundial, depois de ter marcado a presença em Espanha no ano de 2013. Dez anos depois, a equipa montenegrina consegue a segunda presença em oito possíveis. Se no andebol feminino, Montenegro é uma grande potência, na vertente masculina não é possível dizer o mesmo.

    A participação montenegrina no Mundial dá continuidade à qualificação alcançada para o Euro 2022, no qual a seleção balcânica venceu apenas 1 jogo, frente à Croácia. No que à região dos Balcãs diz respeito, a equipa de Montenegro tem vindo a apresentar um bom registo, sendo que derrotou o Kosovo e a Bósnia para confirmar o apuramento para o Mundial.

    Os balcânicos fizeram quatro jogos de preparação para o Campeonato do Mundo, frente à Macedónia do Norte e ao Catar. Montenegro apenas alcançou uma vitória pela margem mínima frente à Macedónia. O outro jogo contra os macedónios terminou numa derrota, assim como o primeiro contra os cataris. O último jogo de preparação terminou num empate a 23 golos frente à equipa asiática.

    Montenegro é bem capaz de pontuar num grupo que tem tudo para ser dominado pela Espanha. Mas é difícil prever se a seleção montenegrina tem hipóteses de melhorar o 22º lugar alcançado em 2013.

    Chile

    Uma seleção que chega numa forma quase incógnita a este Campeonato do Mundo. Vai disputar uma partida amigável a 8 de janeiro frente à Eslováquia, a única antes do Mundial e a primeira desde o jogo do 3º e 4º lugar para o Campeonato da América do Sul e Central que os chilenos venceram frente ao Uruguai.

    O Chile chega ao Mundial pela sexta vez, todas consecutivamente desde 2011. Apenas por uma ocasião (em 2019) é que os chilenos conseguiram terminar nos 20 primeiros. É uma equipa mais habituada a este tipo de palcos, o que pode representar uma vantagem para os sul americanos.

    Irão

    A equipa da República Islâmica do Irão chega ao Mundial de andebol, à semelhança do que aconteceu com a seleção de futebol, sob grande pressão mediática e política, devido à tensão interna que o país vive, no decurso da morte Hasha Amini, uma jovem de 16 anos que morreu sob custódia policial. A família alega que terá sido um episódio de violência polícia a causar a morte de Amini, o que despoletou uma série de protestos relacionados com as violações de direitos humanos cometidas pelas autoridades públicas do Irão ao longo de 43 anos.

    Nas últimas semanas, a situação voltou a ganhar um cariz mediático devido a uma série de execuções levadas a cabo contra pessoas envolvidas nos protestos contra o governo do Irão, com a Agência de Notícias dos Ativistas pelos Direitos Humanos a alegar que já 516 manifestantes já foram mortos, 70 dos quais eram crianças, com 19 262 outros já detidos.

    Tendo em conta que na seleção do Irão, apenas     não atua ao serviço de uma equipa iraniana, vai ser difícil assistir a qualquer manifestação política desta equipa, ao contrário do que aconteceu com a equipa de futebol.

    Os iranianos chegam ao Campeonato do Mundo, depois de disputar três amigáveis, frente à Bélgica, à Polónia e a Marrocos, com a seleção do Irão a superar Marrocos pela margem mínima, mas com derrotas frente às duas equipas europeias, ainda que com resultados equilibrados. Frente à Polónia, os iranianos foram mesmo a ganhar por 17-16 ao intervalo, mas uma segunda parte mal conseguida causou um resultado de 27-32 para os polacos.

    É a segunda vez que o Irão joga o Mundial de andebol, depois de participar na edição de 2015, no Catar, em que fechou na 21ª posição. Alcançou o quarto lugar no Campeonato Asiático em 2022, pelo que se espera uma seleção iraniana a um nível semelhante ao do Mundiak de 2015 (um ano depois de fechar o top 3 do Campeonato Asiático.

    O grupo A tem tudo para ser dominado pela Espanha, sendo que os “Hispanos” têm tudo para avançar com três vitórias. Mais difícil é prever que equipas ocupam as restantes vagas, nomeadamente a que avança para a Taça do Presidente.

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    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.