Análise das Seleções Presentes no Mundial | Andebol

    GRUPO C

    Suécia

    Os campeões da Europa não vão encontrar qualquer adversário europeu no grupo C do Campeonato do Mundo. Uma nação histórica no andebol, das mais medalhadas, seja em campeonatos do Mundo ou da Europa, a Suécia é favorita a ganhar qualquer torneio.

    Um dos anfitriões deste Mundial, a Suécia apenas por duas vezes falhou o apuramento para um Campeonato do Mundo (2007 e 2013) e ganhou por quatro ocasiões. Nunca foi, contudo, campeã da Europa e do Mundo em simultâneo, tendo a possibilidade de concretizar um feito que seria inédito para a seleção sueca.

    Os suecos chegam ao Mundial debaixo de holofotes, por motivos óbvios. Coanfitriões, campeões da Europa em 2022, são talvez os maiores favoritos a ganhar a competição. Mas é sobretudo a possibilidade de quebrar um jejum de 24 anos no que a Mundiais diz respeito que pode ser a força motriz da Suécia para este Campeonato do Mundo. A Suécia realizou dois jogos de preparação para o Campeonato do Mundo, ambos frente á Sérvia. O primeiro foi uma vitória pela margem mínima, mas o segundo caiu para a Sérvia, com uma diferença de apenas dois golos.

    Á semelhança do que acontece com a Espanha e com a França, os suecos também chegam ao Mundial com uma grande baixa em Karl Wallinius, lateral esquerdo de 20 anos que atua ao serviço do Kiel e que já jogou pelos suecos no Euro.  Ainda assim, a Suécia conta com o central sensação, Jim Gottfridsson, principal distribuidor de jogo sueco e MVP do Euro 2022. Joga pelo SG Flensburg-Handewitt, tem 30 anos de idade, com metro e 92 de altura e um peso de 93 kg. É um jogador de grande porte e potencialmente a maior estrela dos suecos no Mundial, sendo que o ponta direita do Kiel, Niclas Ekberg é também um nome a ter debaixo do radar.

    Brasil

    O Brasil não é de todo um candidato á vitória, mas é uma das seleções mais consistentes no campeonato do Mundo. Com 15 presenças no Mundial, não falha uma presença desde 1995. Todavia, nunca passou da segunda fase de grupos (a ronda principal) ou dos oitavos de final, sendo o seu melhor registo num Campeonato do Mundo, um nono lugar em 2019, quando os brasileiros estiveram muito perto de integrar as oito melhores seleções de Mundo.

    O Brasil chega, desta forma, numa posição parecida com a de Portugal. A de uma formação que, sem ser favorita, pode acabar por chegar muito longe na competição.

     Os brasileiros participaram na Gjensidige Cup, na Noruega, em que Portugal também alinhou. O Brasil saiu da competição norueguesa com apenas uma vitória, frente aos Estados Unidos. A “Canarinha” perdeu de forma clara contra a Noruega e perdeu também frente a Portugal, garantindo o terceiro lugar no torneio. É um Brasil que tem boas condições para repetir o acesso á ronda principal do torneio, mas será difícil para a “Canarinha” chegar aos quartos de final.

    O Brasil chega a Gotemburgo com uma grande baixa. O lateral esquerdo, Haniel Langaro sofreu uma rutura no tendão de Aquiles, que não só acabou com a possibilidade do brasileiro do Barcelona disputar o campeonato do Mundo, mas que acabou mesmo com a época do jogador. Destaque para a presença de Leonardo Abrahão, central do ABC, na convocatória do selecionador, Marcus Tatá

    Cabo Verde

    É um torneio histórico para Cabo Verde que se apurou para o Mundial de 2021, mas acabou por não realizar qualquer partida devido á elevada incidência de casos de COVID-19 na equipa. Os cabo-verdianos foram capazes de repetir a qualificação para o Campeonato do Mundo de 2023, o que torna o jogo de dia 12 frente ao Uruguai, um encontro histórico para a nação africana.

    Cabo Verde chega ao Mundial como a seleção com mais jogadores da Liga portuguesa na lista de convocados, até mais do que Portugal. Entre os 19 eleitos do antigo treinador do FC Porto, Ljubomir Obradovic, estão 2 jogadores do Benfica, dois do Póvoa, e um jogador do Sporting, Belenenses, Marítimo, Avanca e Dom Fuas.

    A seleção leva também jogadores que atuam no campeonato espanhol, alemão e francês, como é o caso do guarda-redes Élcio Fernandes (CB Torrelavega), do pivô Ivo Santos (Bergischer FC) e do lateral direito, Flávio Fortes (Grenoble HB). Uma das maiores curiosidades desta equipa vai mesmo para o que Délcio Pina, jogador do Marítimo e o melhor marcador do Campeonato Placard, será capaz de fazer perante uma formação como a Suécia.

    Sem dúvida um excelente teste para alguns jogadores que não têm jogos desta dimensão com tanta regularidade. Os cabo-verdianos realizaram três jogos de preparação, frente ao Japão, á Áustria e á Suíça e o melhor resultado foi um empate a 28 golos contra os helvéticos. Cabo Verde perdeu de forma muito expressiva contra a Áustria e sobretudo frente ao Japão, pelo que fugir ao último lugar do grupo ou eventualmente ganhar um jogo no Campeonato do Mundo (mesmo na Taça do Presidente) já faria da campanha de Cabo Verde um sucesso enorme.

    Uruguai

    O Uruguai chega pela segunda vez a um Mundial, depois de ter feito a estreia no Egito, em 2021 e logo com uma presença na ronda principal do torneio, valendo á seleção celeste um lugar entre os 25 primeiros.  Ao contrário das restantes seleções o Uruguai chega ao Campeonato do Mundo sem qualquer partida de preparação frente a outras equipas nacionais. Em vez disso, está a realizar uma digressão por Barcelona, onde segue a disputar encontros amigáveis contra equipas menos conhecidas da Catalunha.

    É, desta forma, uma equipa que chega num estado quase incógnito a este Campeonato do Mundo. Destaque para Zion Ramos, pivô de 20 anos que atua ao serviço do Malmo, que pode ser conhecido para os adeptos da casa.  Um grupo C no qual é possível verificar uma divisão clara entre as equipas mais fortes e mais fracas do grupo. Os dois primeiros deverão ser a Suécia e o Brasil, com Uruguai e Cabo Verde a disputarem o terceiro lugar do grupo, entre si.

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    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.