SL Benfica 27-27 Sporting CP: Segundo clássico, segundo empate leonino

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    A CRÓNICA: EMPATE NA LUZ ISOLA DRAGÕES NA LIDERANÇA

    Penúltima jornada da 1ª volta, último “clássico” de 2022. Benfica e Sporting chegavam ao Pavilhão da Luz, com os “leões” em igualdade pontual com o FC Porto (os “dragões” têm mais um jogo), e as “águias” a apenas 1 ponto dos líderes. As bancadas não estavam cheias, mas ainda assim, bem compostas para uma partida disputada à mesma hora que o jogo da seleção nacional frente a Marrocos.

    O Sporting abriu o marcador com Martim Costa, o suspeito do costume. Mas a resposta do Benfica foi imediata e o central benfiquista Ander Izquierdo marcou os primeiros 3 golos das “águias”. Os primeiros oito minutos foram a um ritmo muito elevado, com o jogo muito partido, situação que se mostrou favorável aos benfiquistas, que chegaram mesmo a ter uma vantagem de 3 golos.

    Os ataques leoninos começaram por não ter grande efeito perante as intervenções sucessivas de Sergey Hernández. Sporting foi-se apanhando em vantagem numérica, devido a um jogo com muitas faltas do Benfica, o que levou a 7 exclusões de jogadores “encarnados” ao longo da partida.

    A primeira parte ficou marcada por grandes defesas de ambos os guarda-redes. O guardião argentino do Sporting, Leo Maciel, também esteve à altura e foi capaz de proteger a baliza “leonina” mesmo em contexto de 1 para 1. Se no Benfica, Izquierdo era o protagonista, mas existiam outros jogadores a apontar golos, os primeiros 7 remates certeiros dos “leões” foram todos apontados pelos irmãos Francisco e Martim Costa. Apesar da boa exibição de nomes como Francisco Tavares ou Mamadou Gassama, a dupla fraterna foi o maior trunfo “leonino”.

    No lado “leonino”, Espen Vag e Edney Silva foram excluídos durante a 1ª parte. A agitação no banco foi um aspeto recorrente de ambos os lados, ao longo da partida, nomeadamente com protestos em relação a decisões da equipa de arbitragem.

    Ole Rahmel, ponta alemão, esteve muito ativo no ataque das “águias”, nomeadamente com uma grande eficácia nos livres de 7 metros. Nos minutos finais do primeiro tempo, ambas as equipas começaram a jogar no erro do adversário, predominando os contra-ataques de parte a parte. Leandro Semedo bisou para o Benfica, com o espanhol Josep Folquier a concretizar a mesma tarefa no lado “leonino”, graças a um erro do pivô encarnado, Paulo Moreno. Intervalo, com o Sporting a chegar nos momentos finais à segunda vantagem do encontro, com o 12-13.

    Na segunda parte, Chema Rodriguez, treinador do Benfica, alterou várias peças do “7” encarnado, com Petar Djordlic e Demis Grigoras a assumirem maior protagonismo na segunda parte. O jogo voltou a estar partido, mas sem que alguma equipa tirasse partido dessa situação. O Benfica acabou por restituir a igualdade com dois lances combinados entre Grigoras e Alexis Borges. O ataque encarnado começava a assentar muito no pivô cubano.

    No segundo tempo, o brilho dos guardiões já não foi tanto, ainda que Leo Maciel tenha em duas ocasiões, feito assistências em grande para golos do espanhol, Mamadou Goussama, que em conjunto com Tavares e os irmãos Costa, se revelou uma autêntica “dor de cabeça” para o Benfica.

    Os “leões” foram capazes de aproveitar vários erros ofensivos do Benfica, assim como bastantes faltas desnecessárias da defesa “encarnada para assumir a superioridade ao longo da segunda parte. Na equipa treinada por Ricardo Costa, todas as peças pareciam encaixar no “puzzle”, com um excelente trabalho de Gassama e, sobretudo, do central Natán Suárez na distribuição de jogo. Um papel que Francisco Tavares desempenhara ao longo da primeira parte.

    Aos 44 minutos, Borges foi expulso do encontro por insultos, uma situação que afetou o Benfica numa altura em que o cubano era essencial para o ataque encarnado.

    As “águias” apostaram numa ofensiva em 7 para 6, mesmo com vantagem no marcador, o que colocou o Sporting na frente, depois de dois erros de Grigoras. O lateral romeno estava com problemas em combinar com Petar Djordlic, o que levou Chema Rodríguez a colocar o central Bélone Moreira entre os dois laterais, evitando até a interceção dos passes pelos jogadores “leoninos”.

    O Sporting passou a maior parte da última meia hora do encontro em vantagem. Ainda assim e apesar de existirem mais golos de parte a parte em relação ao primeiro tempo, a verdade é que nem “águias”, nem “leões” estavam capazes de alargar a vantagem. Durante os últimos 4 minutos, a partida ficou menos intensa, com o resultado a continuar no 26-26, até aos últimos 22 segundos, quando Martim Costa marcou o golo que parecia garantir uma enorme vitória sportinguista. Djordic acabou por impedir este cenário, com um golo a 7 segundos do fim, garantindo a repartição de pontos com um resultado de 27-27.

    Este resultado foi aproveitado pelo FC Porto que ganhou pontos aos dois rivais, vencendo o Vitória FC, em Setúbal por 30-27. Com um jogo a mais do que os dois rivais, os “dragões” passam a ter mais 2 pontos do que o Sporting e mais 3 do que Benfica. A formação portista termina, desta forma, o ano de 2022, no primeiro lugar do campeonato. Sporting continua invicto no campeonato, apenas com dois empates, frente ao Benfica e ao Porto.

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Francisco Costa – Se ao longo da época, o maior destaque tem ido para Martim Costa, hoje foi Francisco a estar em grande. Oito golos apontados em todo o encontro, combinou bem com praticamente todos os companheiros de equipa e causou dificuldades enormes à defesa benfiquista, levando a várias faltas e a livres de sete metros, concretizados pelo próprio lateral sportinguista

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Luciano da Silva- Jogou durante praticamente toda a segunda parte e ainda durante um bocado da segunda. O lateral brasileiro contrastou com os colegas de posição e esteve desaparecido durante a maior parte do jogo. Quando apareceu foi para fazer falta ou para falhar oportunidades de golo. Paulo Moreno também esteve mal, mas melhorou nos últimos 12 minutos da partida.

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    O Benfica apostou numa ofensiva “standard” com 4 jogadores a atacar à entrada da linha de 9 metros. Manteve esta estratégia ofensiva ao longo dos 60 minutos de jogo. Na primeira parte, o central mais recuado foi Ander Izquierdo e depois Ádám Juhász, num momento em que Izquierdo passou a ocupar a lateral, onde a defesa “leonina” ia deixando aberturas. De resto foi uma movimentação já promovida por Chema Rodríguez frente ao Montpellier a meio da semana. A equipa encarnada cometeu erros não forçados, nomeadamente na defesa, com várias faltas precipitadas. Para além deste fator a aposta num ataque de 7 para 6 quando as “águias” estavam em vantagem acabou por se revelar um erro, permitindo vários contra ataques “leoninos”.

    JOGADORES UTILIZADOS

    Sergey Hernandéz (8)

    Gustavo Capdeville (5)

    Ádám Juhász (7)

    Bélone Moreira (8)

    Ander Izquierdo (8)

     Carlos Martins (4)

    Ole Rahamel (7)

    Arnaud Bingo (4)

    Paulo Moreno (4)

    Alexis Borges (5)

    Vladimir Vranjes (6)

    Demis Grigoras (7)

    Tadej Klun (3)

    Leandro Semedo (7)

    Luciano Silva (2)

    Petar Djordjic (7)

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Mais comedido no ataque, o Sporting percebeu cedo que precisava de disputar um jogo mais tático se queria discutir a vitória. Apostou menos na intensidade e mais na capacidade dos irmãos Costa, sendo que cada um marcou 8 golos. O Sporting apostou numa formação defensiva em 6-0, que facilitou as transições para o contra-ataque, nomeadamente, de Mamadou Goussama na segunda parte.

    JOGADORES UTILIZADOS

    Manuel Gaspar (3)

    Leonel Maciel (8)

    Natán Suárez (7)

    André José (3)

    Carlos Ruesga (4)

    Mamadou Gassama (8)

    Francisco Tavares (6)

    Étienne Mocquais (4)

    Josep Folqués (6)

    Edney Silva (2)

    Patryk Walczak (3)

    Espen Vag (3)

    Francisco Costa (9)

    Edmilson Araújo (4)

    Salvador Salvador (5)

    Martim Costa (9)

    Foto de Capa: Carlos Silva / Bola na Rede

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    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.