2. As alterações à Diamond League
Foram também anunciadas uma série de novidades em eventos Diamond League a partir de 2020, que merecem uma reflexão:
- Redução de Meetings de 14 para 12 mais uma final.
- Redução de Disciplinas de 32 para 24
- A corrida mais longa será a de 3.000 metros
- Mais eventos de Saltos e Lançamentos serão realizados no centro das cidades
- Um meeting por semana, com homogeneização do calendário
- Transmissão televisiva reduzida de 2 horas para apenas 90 minutos
Sendo a Diamond League a principal competição de Atletismo com periodicidade anual e contendo um conjunto de meetings de elite, é natural que qualquer alteração na Liga Diamante (versão portuguesa) tenha larga repercussão e possa afetar todo o desporto. Foi, assim, com especial expectativa que a comunidade atlética acompanhou a conferência que a IAAF transmitiu em direto de Doha na passada segunda-feira.
Existiram algumas decisões totalmente bem recebidas – como o facto de se ter uma final única e de se homogeneizar o calendário e deixar de existir a anarquia atual, com algumas semanas a terem 2 ou 3 meetings – e outras maioritariamente bem recebidas – como termos mais eventos no centro das cidades. No entanto, tudo o resto caiu quase como uma bomba e o impacto não tem sido nada positivo.
A redução de meetings já era algo falado pela IAAF, embora ainda não tenha sido decidido qual o meeting ou meetings que caem. A IAAF falou em 12+1 meetings, pelo que não ficou claro se a final será num dos meetings clássicos (Bruxelas e Zurique receberam as finais nos últimos anos) ou se serão 12 clássicos e a final poderá ser disputada num outro estádio, o que iria implicar a queda de 2 meetings.
Um dos que deve cair deverá ser o de Birmingham, uma vez que o estádio da cidade inglesa estará em obras a partir deste verão para se preparar para os Jogos da Commonwealth de 2022. Caso caia mais algum meeting, as opções mais fortes parece dividir-se entre Oslo, Estocolmo e Rabat, sendo que a IAAF tomará a decisão final no término desta época desportiva, depois de avaliar os resultados de cada um dos meetings.
As restantes controversas decisões tomadas prendem-se todas à volta do facto da IAAF querer conquistar as gerações mais novas. A IAAF entende que para conquistar os mais novos tem que vender um produto mais atrativo, que seja mais rápido, com mais ação e menos tempos mortos. Afirmando ter consultado todos os interessados e envolvidos – o que já foi desmentido por associações, atletas e treinadores – a IAAF concluiu que o ideal seria reduzir os eventos com transmissão televisiva para 90 minutos e que, para tal, seria necessária a redução de disciplinas.
Assim, a organização deixará cair 8 disciplinas (4 no masculino e 4 no feminino), que ainda estão por decidir até ao final da época, onde se irá avaliar as disciplinas que garantem um maior “entretenimento” no momento, garantindo que a avaliação de que disciplinas estarão presentes na seguinte edição será feita anualmente.
Igualmente controverso foi o facto de ter sido anunciado que as provas de 5.000 metros serão retiradas da Diamond League, sendo agora o evento mais longo os 3.000 metros – o que também leva a concluir que, muito provavelmente, os 3.000 obstáculos será um dos eventos que cairá.