- As reacções
As novidades da IAAF foram particularmente mal recebidas no mundo da Marcha. No que diz respeito à redução de distâncias, alguns atletas afirmaram nas redes sociais que se sentiam forçados a procurar outro emprego e que esta decisão iria contribuir para o fim da Marcha como a conhecemos.
Choveram críticas à Comissão da Marcha e até houve casos – como o do britânico Tom Bosworth – em que os atletas lamentaram a decisão de anunciar mudanças sem que tudo ainda esteja definido, não podendo os atletas e treinadores ter um plano completo para o seu futuro, pois não sabem em que exata distância se devem especializar.
Já no que concerne à não inclusão dos 50km femininos em Tóquio, as reações foram bem mais tímidas. Para muito terá contribuído o facto de não ter sido comunicada exatamente uma decisão e ser mais uma “ausência de decisão”, de momento, que indica que a distância estará fora.
A IAAF refere várias vezes a quota de atletas em Jogos Olímpicos para justificar as suas mudanças e as novas quotas nem sequer incluem atletas para os 50km femininos, então é somar 2+2 para se perceber que nem a IAAF acredita nessa possibilidade.
A nível nacional, Inês Henriques, a atual campeã mundial e europeia dos 50km Marcha foi a voz mais crítica de toda a situação. Em declarações ao jornal A Bola, a atleta afirmou que não compreende porque “estão a introduzir uma nova prova, os 4×400 mistos, mas deixam de fora outra que já existia nos Mundiais (…)”, confirmando que vai recorrer a todas as vias legais para garantir que as marchadoras tenham as mesmas oportunidades que os homens já em Tóquio.
Foto de Capa: IAAF