3. A Marcha fica mesmo mais curta
Outra polémica decisão saída do Conselho de Doha é a aprovação da redução das distâncias nas provas da Marcha em grandes campeonatos. Até aqui as distâncias dos 20 km e dos 50 km (apenas recentemente para as mulheres) têm sido as distâncias percorridas em grandes eventos, mas a IAAF entendeu que, de forma a tornar a Marcha mais atrativa, é essencial reduzir as distâncias e consequentemente o tempo de cada evento.
Sem que ainda se tenha chegado a uma conclusão absoluta das novas distâncias, o que é facto é que serão escolhidas duas entre quatro possíveis distâncias para o futuro: 10, 20, 30 e 35 km, sendo que o grande objetivo da IAAF é que as distâncias sejam reduzidas para 10 e 30 km, podendo tal ser feito de forma gradual já a partir dos Mundiais de Eugene, em 2021.
Também no que diz respeito à Marcha, ao serem divulgados os mínimos para os Jogos de Tóquio, saltou à vista que não existe qualquer referência aos 50 km femininos, indo ao encontro das informações que temos de que o Comité Olímpico Internacional rejeitou o pedido para a incorporação da distância no feminino nestes Jogos, alegando ser um pedido tardio, não sendo possível disponibilizar “espaço extra” para mais eventos de Atletismo, uma vez que tal iria aumentar a quota de atletas reservada para a modalidade.
É curioso que ao mesmo tempo tenha sido aceite a nova disciplina dos 4×400 mistos…Ainda assim, a IAAF, implicitamente, parece confirmar essa mesma informação ao também afirmar que chegou a um acordo com o COI para a partir de 2021 trabalhar na equiparação de distâncias entre homens e mulheres, o que sugere que tal não irá acontecer em 2020.
E como a partir de 2021, as distâncias irão ser reduzidas, o cenário mais provável parece ser o de que nunca iremos ver a prova de 50km Marcha no feminino em competições olímpicas.