Diamond League 2018: As finais de Zurique – Antevisão

    100 metros (F): Estarão em prova as duas líderes mundiais do ano e será difícil não atribuir o favoritismo a ambas – Ta Lou e Asher-Smith. Ainda assim, Marie-Josée Ta Lou (CIV), por tudo o que fez nesta temporada e por ainda não ter perdido qualquer prova de 100 metros, pode entrar em pista com motivos para estar confiante. Venceu 4 meetings da Diamond League, embora tenha visto recentemente a britânica Dina Asher-Smith igualar a melhor marca do ano (10.85) nos Europeus de Berlim. A britânica mostrou algum cansaço nos 200 metros de Birmingham, mas deverá estar na máxima força na distância mais curta na Suiça, depois de ter sido uma das grandes figuras dos Europeus de Berlim, com dois recordes nacionais (100 e 200) e duas marcas líderes mundiais. A atleta que amealhou mais pontos durante os meetings de qualificação foi Murielle Ahouré (CIV) que também aqui estará presente, num ano em que se sagrou campeã mundial de pista coberta nos 60 metros e pode também ser uma séria candidata à vitória, fazendo-se valer da sua fortíssima saída dos blocos. Dafne Schippers e Blessing Okagbare serão outros dos nomes que procurarão entrar na luta, embora pareçam, no momento, num patamar ligeiramente abaixo. 

    A nossa aposta: Marie-Josée Ta Lou (CIV)

    200 metros (M): Noah Lyles é o líder mundial do ano e nos 200 metros não tem dado qualquer hipótese à concorrência. 5 provas e 5 vitórias nesta temporada, tendo baixado de um melhor pessoal de 19.90 que trazia de 2017 para uma enorme marca de 19.65 em 2018. Correu por 3 vezes abaixo dos 19.7 na mesma época, algo que apenas Usain Bolt foi capaz de fazer (e superar) em toda a história.

    Voltará Lyles a vencer e a terminar na frente de Guliyev?
    Fonte: IAAF

    Terá ainda assim uma grande ameaça em Ramil Guliyev! O turco, campeão mundial da distância em 2017, tem estado a realizar mais uma época para relembrar, ao alcançar um novo recorde pessoal nos Europeus de Berlim (e a segunda marca europeia de sempre) ao correr em 19.76 segundos. Tanto Lyles como Guliyev apresentam características semelhantes na prova dos 200 metros, mostrando-se mais fortes na ponta final da prova, pelo que será interessante perceber se algum ganhará vantagem logo após a curva. Ninguém mais parece poder entrar na discussão pela vitória numa prova que contará com nomes como Aaron Brown (19.98 este ano) ou Jereem Richards (19.99). 

    A nossa aposta: Noah Lyles (USA)

    400 metros (M): Não estando presente o líder do ranking mundial (Michael Norman, depois de uma desgastante época universitária) nem a grande estrela da distância (van Niekerk, a recuperar de uma grave lesão), será uma prova bastante em aberto, principalmente por termos o grande favorito e o nome maior, Steven Gardiner (que correu este ano em 43.87), a regressar, também ele, de lesão. Na verdade, voltou há uma semana em Chorzów e deu boas indicações com um tempo de 44.43 sem forçar muito, mas não sabemos se será suficiente para levar a vitória. Presente também estará o campeão europeu Matthew Hudson-Smith (GBR) e uma das maiores promessas norte-americanas (Fred Kerley).

    A nossa aposta: Steven Gardiner (BAH)

    800 metros (F): Para encontrarmos uma derrota de Caster Semenya nos 800 metros, temos que recuar até 2015, quando a regulamentação de limitação dos níveis de testosterona estava em vigor. Seria uma enorme surpresa vermos a campeã mundial e olímpica perder em Zurique, num ano em que já melhorou o recorde nacional sul-africano, correndo em 1:54.25, uma marca que a coloca como a quarta mais rápida de sempre. E verdade seja dita que se há meeting para essa marca poder ser melhorada, este pode ser o meeting!

    Será Semenya capaz de se aproximar ainda mais do recorde mundial?
    Fonte: IAAF

    As atletas em prova garantem uma prova rápida e Semenya poderá ter que colocar em prova tudo o que tem. Francine Niyonsaba – a que vence sempre quando Semenya não está e atual campeã mundial indoor – já correu este ano em 1:55 e teremos em pista 3 atletas que já correram em 1:56 em 2018: a etíope Habitam Alemu (com recorde nacional), a norte-americana Ajee Wilson e a jamaicana Natoya Goule (também com recorde nacional). Caso todas estejam num dia bom, Semenya pode ficar ainda mais perto do desejado recorde mundial. 

    A nossa aposta: Caster Semenya (RSA)

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.