Diamond League 2018 – Os 16 vencedores de Zurique: Kipruto até descalço!

800 metros (F): Caster Semenya foi ainda mais dominante do que habitualmente, uma vez que foi sozinha para a frente da prova desde muito cedo e nunca mais largou a liderança terminando em 1:55.27.

A enorme vantagem de Semenya
Fonte: IAAF

Mais um belo tempo da sul-africana, que teve que adotar aqui uma estratégia diferente, muito por culpa da ausência de lebres nesta final, ao contrário do que é habitual em eventos Diamond League. Depois, veio a maior surpresa! Francine Nyonsaba não terminou nem em 2º nem no 3º lugar – aliás, terminou em 6º. Foi a primeira vez que a atleta terminou uma prova da Diamond League fora dos 3 primeiros lugares, tendo-se estreado no Mónaco em 2012! No segundo lugar, ficou a norte-americana Ajee Wilson, ao correr em 1:57.86 e no terceiro chegou a jamaicana Natoya Goule com um tempo de 1:58.49.

1500 metros (M): Esperava-se que fosse uma disputa a dois entre os quenianos Timothy Cheruiyot e Elijah Manangoi e foi isso que aconteceu. E se até aos 100 metros finais, as coisas até pareciam equilibradas, na reta da meta Cheruiyot disparou e Manangoi não conseguiu esboçar qualquer reação.

Cheruiyot a renovar o título da Diamond League, coroando uma época de grande nível
Fonte: IAAF

Cheruiyot, que é o líder mundial, revalidou o título na Diamond League correndo em 3:30.27 e Manangoi foi segundo em 3:31.16, vendo Ayanleh Souleiman (DJI) chegar colado a si em 3:31.24. Curioso é observar que Cheruiyot venceu todos os 4 duelos com Manangoi em provas Diamond League nos últimos 12 meses, enquanto que, no mesmo período de tempo, perdeu as 3 finais de grandes campeonatos que disputou com Manangoi: Mundiais, Jogos da Commonwealth e Campeonatos Africanos!

5000 metros (F): Era uma das provas mais esperadas da noite e não desiludiu! Não se sabia que tipo de estratégia seria adotada, mas havia em pista protagonistas capazes de se adaptar a qualquer tipo de prova. O tempo não foi o mais rápido, o que se explica pelo facto da corrida “não ter partido” demasiado cedo, tendo existido várias alterações de ritmo ao longo da mesma, provando-se bastante tática. No entanto, isso foi o suficiente para retirar Genzebe Dibaba do jogo, que mais uma vez não soube lidar com a estratégia adotada pelas adversárias. A atleta etíope volta em 2018 a apresentar-se cansada na fase da época em que deveria estar no seu pico, tendo voltado a mostrar o seu melhor rendimento na temporada indoor e nos primeiros tempos da temporada outdoor. Terminou longe, no 6º lugar, num pouco habitual tempo de 14:50.24. Na frente da prova, um duelo apaixonante entre Hellen Obiri (KEN) e Sifan Hassan (HOL), com uma volta final daquelas que dará gosto rever várias vezes, com as duas atletas a dar tudo o que tinham e não tinham.

A queniana venceu em 14:38.39, tendo corrido a última volta na casa dos 58 segundos, com os 200 metros finais a serem percorridos em 27.39 segundos! No final, Sifan Hassan mostrou-se frustrada por ter feito uma prova de grande valia e de ter sprintado desde muito cedo, sem que isso tivesse chegado para a conquista do Diamante, terminando em 14:38.77. No terceiro lugar, chegou a etíope Senbere Teferi, em 14:40.97.

400 metros barreiras (M): Sabia-se que iria ser uma prova equilibrada entre Karsten Warholm – o campeão mundial – e Kyron McMaster – o vencedor da Diamond League 2017. McMaster acabou mesmo por revalidar o título, com uma chegada ao limite, decidida no photo finish! O atleta das Ilhas Virgens Britânicas terminou em 48.08 e o norueguês em 48.10, não sendo suficiente o seu derradeiro esforço. No terceiro lugar, chegou Yasmani Coppelo (TUR) em 48.73 segundos.

No final, podia perceber-se a frustração de Karsten Warholm por desperdiçar esta oportunidade de vencer o Diamante, num dia em que Abderrahman Samba não estava em prova. Para o ano, além de Samba, haverá Rai Benjamin, pelo que se prevê que a dificuldade será ainda maior. Interessante é também constatar que daqui a uma semana na final da IAAF Continental Cup, Samba, McMaster e Warholm estarão lá todos, uma vez que todos representam um diferente continente!

Pedro Pires
Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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