Mundiais de Atletismo – Guia para Doha 2019 #1: Armada portuguesa pelo Qatar

IRINA RODRIGUES

Fonte: FPA

Idade: 28 anos

Disciplina: Lançamento do Disco

PB: 63.96 (2016)

SB: 62.74

Clube: Sporting CP

Treinador: Júlio Cirino

Nos últimos oito anos, em sete deles Irina Rodrigues passou dos 62 metros, mostrando uma regularidade impressionante. A marca que alcançou em Leiria no mês passado é o seu melhor dos últimos três anos e já tem importantes experiências internacionais na bagagem. 9.ª nos Europeus do ano passado, tentará melhorar a prestação conseguida nos Mundiais de Londres em 2017, quando foi a 21.ª melhor com 56.98 metros.

Recentemente teve a oportunidade de representar a seleção europeia no encontro Europa x EUA, que decorreu em Minsk e não desapontou, sendo mesmo a 4.ª melhor entre as presentes. Não tem tido muito sorte nas fases finais de grandes campeonatos, mas tem capacidade para mudar essa sorte a qualquer momento.

LILIANA CÁ

Fonte: FPA

Idade: 32 anos

Disciplina: Lançamento do Disco

PB: 61.02 (2018)

SB: 59.69

Clube: A. Novas Luzes

Treinador: João Reis

Depois de uma prolongada paragem – não competiu durante quatro anos – Liliana Cá não só regressou ao Atletismo, como o fez fazendo algo que nunca tinha feito. Em 2018, bateu o seu recorde pessoal e qualificou-se para os Europeus de Berlim, conseguindo mesmo ser finalista, ficando na 7.ª posição. Este ano, apesar de ainda não ter chegado aos 60 metros, o convite da IAAF para fazer parte da comitiva portuguesa é um merecido prémio para a atleta que participa pela primeira vez em Campeonatos do Mundo. Normalmente agiganta-se nos grandes palcos e isso será um factor extra de motivação para estes Mundiais.

CARLA SALOMÉ ROCHA

Fonte: Maratona de Berlim

Idade: 29 anos

Disciplina: Maratona

PB: 2:24.47 (2019)

SB: 2:24.47

Clube: Sporting CP

Treinador: Rui Ferreira

Apesar de não ter sido um facto muito comentado pela imprensa em geral, o feito de Salomé Rocha em Londres foi um dos mais importantes do atletismo nacional a nível individual em 2019. A marca alcançada em Londres (na sua 4.ª Maratona) coloca-a no 3.º lugar de sempre a nível nacional, apenas atrás de Rosa Mota e Jéssica Augusto, dando-lhe também acesso directo aos Jogos Olímpicos de Tóquio do próximo ano. Nesse dia foi 8.ª numa das mais prestigiadas Maratonas do mundo, depois de já o ter sido em Berlim no ano passado.

Existe muita curiosidade para perceber o que ela poderá fazer numa prova especial em Doha, que terá certamente características muito diferentes, de madrugada, com elevados níveis de humidade e temperatura elevada (a rondar os 30 graus, mesmo sem sol). A marca será o menos importante no Qatar e o espírito de sacrifício fará, com certeza, toda a diferença. Esteve já antes em Mundiais e Jogos Olímpicos (10.000 metros), mas é a primeira vez que o faz na prova de estrada, onde parece ter um futuro bastante promissor.

ANA CABECINHA

Fonte: FPA

Idade: 35 anos

Disciplina: 20km Marcha

PB: 1:27.46 (2008)

SB: 1:31.12

Clube: CO Pechão

Treinador: Paulo Murta

Sempre muito próxima da glória das medalhas, Ana Cabecinha é um dos nomes que merece muito mais atenção mediática no nossos país. Nos últimos quatro Mundiais, ficou sempre entre a 7.ª (em Moscovo, 2013) e a 4.ª posição (Pequim, 2015), tendo também sido 5.ª (Daegu 2011) e 6.ª nos últimos Mundiais de Londres. Pelo meio, andou pelos mesmos lugares nos Jogos Olímpicos, ao ser 7.ª em Londres, 2012 e, mais tarde, 6.ª no Rio em 2016. Tem sistematicamente roçado o pódio e seria muito bom que a pontinha de sorte que lhe tem faltado, aparecesse no Qatar.

A Marcha, tal como a Maratona, não se disputa no estádio e por isso não terá acesso ao ar condicionado que aclimatizará a temperatura para a maioria das disciplinas. Tem feito treino específico para simular o tipo de dificuldades que irá encontrar em Doha e pode ter a experiência necessária para lidar com uma prova totalmente diferente das habituais.

INÊS HENRIQUES 

Fonte: IAAF

Idade: 39 anos

Disciplina: 50km Marcha

PB: 4:05.56 (2017)

SB: 4:13.57

Clube: CN Rio Maior

Treinador: Jorge Miguel

É a atual campeã mundial da distância e tem um título a defender em Doha. A introdução dos 50 km Marcha femininos acabou por vir no melhor momento para Inês Henriques, que venceu o título mundial e o título europeu, já depois de ter sido a primeira recordista mundial da disciplina. Em 2019, há várias mulheres que fizeram o percurso mais rápido do que ela, mas Inês Henriques parece ter recuperado a motivação necessária para ser uma das favoritas para estes Campeonatos.

Ainda luta pela introdução da disciplina nos Jogos de Tóquio, o que não teve, até ao momento, aprovação do COI. A distância será reduzida muito em breve e os 50km Marcha femininos irão para sempre ficar fortemente marcados pelo nome de Inês Henriques.

MARA RIBEIRO

Idade: 24 anos

Disciplina: 50 km Marcha

PB: 4:27.14 (2017)

SB: 4:27.14

Clube: SL Benfica

Treinador: Jorge Miguel

Mais um promissor nome para o futuro da Marcha, que participará aqui na maior competição sénior da sua carreira, depois de já o ter feito como júnior por duas vezes. Apesar de ser uma estreia, já tem uma bastante considerável experiência internacional, sendo que esta grande marca foi alcançada na primeira vez que fez os 50 km na European Cup deste ano. Tudo o que trouxer de Doha será positivo, uma vez que esta presença é um bónus e um excelente indicador daquilo que poderá fazer no futuro da Marcha.

Foto de Capa: Doha Diamond League

artigo revisto por: Ana Ferreira

Pedro Pires
Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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