Mundiais de Atletismo – Guia para Doha 2019 #2: Aqueles que ambicionam o topo do Mundo

    TRIPLO SALTO

    Uma prova de interesse nacional, com esperanças legítimas de medalhas. Já aqui falámos de Évora e Pichardo e ambos sonham com um lugar no pódio. Pichardo tem marcas recentes que o podem colocar nesse patamar (e até no do Ouro), Évora não as tem este ano ao ar livre, mas brilha sempre mais em grandes competições, mesmo quando poucos esperam.

    Lá fora, os grandes favoritos são os dois norte-americanos que têm dominado o circuito nos últimos anos: o super campeão (duas vezes olímpico, três vezes mundial) Christian Taylor (USA) e o campeão mundial em pista coberta e líder mundial em 2019, Will Claye (USA). Claye é o único homem este ano a passar dos 18 metros, com um impressionante novo recorde pessoal de 18.14m, em Long Beach. Mas depois perdeu para Taylor a final da Liga Diamante.

    Em Doha poderá ser ainda mais interessante, pois poderemos ter três atletas acima dos 18 metros, algo histórico. Entre outros candidatos a lugares de medalha, teremos Omar Craddock (USA), Hugues Fabrice Zango (BUR), Almir dos Santos (BRA) e uma forte armada de jovens cubanos: Jordan Diaz, Andy Diaz e Cristian Nápoles.

    LANÇAMENTO DO PESO

    Nível fantástico do Peso em 2019, sendo que em Doha teremos, nada mais nada menos, que oito (!) atletas que passaram dos 22 metros este ano. Entre os grandes favoritos às medalhas, temos Tomas Walsh (NZL), campeão mundial ao ar livre e em pista coberta, Ryan Crouser (USA), campeão olímpico, Darlan Romani (BRA), o número dois do ano, Darrell Hill (USA), Joe Kovacs (USA) e uma cada vez mais surpreendente dupla polaca que não para de crescer: Michal Haratik (o campeão  europeu) e Konrad Bukowiecki, Prata em Berlim. Pouco mais há a dizer a não ser admirar um dos concursos mais esperados em muitos anos.

    LANÇAMENTO DO DISCO

    Daniel Stahl (SWE) tem dominado de forma sistemática os rankings desde 2016, mas tem sempre ficado aquém nos grandes campeonatos, não conseguindo o Ouro nos Olímpicos, nos Mundiais ou nos Europeus dos últimos anos. Será desta? É o único acima dos 71 metros este ano, mas terá que enfrentar não só os seus fantasmas como alguns adversários de peso. Aquele que mais luta lhe tem dado é Fedrick Dacres (JAM), que já vai em 70.78 e, à partida, estes são os dois grandes favoritos ao Ouro.

    Não será inteligente, ainda assim, retirar da equação Andrius Gudzius (LTU), que se sagrou campeão e bateu Stahl tanto nos Mundiais quanto nos Europeus. Lukas Weisshaidinger (AUT) procurará entrar no pódio, mas ainda andarão por lá grandes nomes que brilharam no passado, como Piot Malachowski (POL) ou Ehsan Hadadi (IRI)

    LANÇAMENTO DO MARTELO

    Com a ausência nos maiores meetings (não faz parte do circuito DL), o Martelo passa praticamente despercebido do grande público e de forma totalmente injusta. Este ano dois homens já passaram dos 80 metros e deverão ser mesmo os polacos os grandes favoritos. Wojciech Nowicki (POL) é o líder do ano e sagrou-se  campeão europeu no ano passado em Berlim, mas Pawel Fajdek (POL) é o triplo campeão mundial e não cairá sem luta. Sendo natural que estes dois assumam os lugares mais acima no pódio, irá existir uma interessante batalha também mais abaixo, com atletas de vários países a poder entrar na luta pelo Bronze. Javier Cienfuegos (ESP), Denis Lukyanov (RUS) ou Nick Miller (GBR) estão entre os principais favoritos a esse lugar.

    LANÇAMENTO DO DARDO

    Para se perceber como o Atletismo muda em tão curto espaço de tempo, basta verificarmos o que se tem passado no Dardo. No início do ano passado até se falava em recorde mundial e que seria certamente batido por um alemão.

    Curiosamente eram Vetter e Rohler os mais badalados, mas depois Hofmann assumiu protagonismo e venceu até a Diamond League, enquanto Rohler venceu os Europeus. Johannes Vetter (GER), o campeão mundial, que passou por vários problemas físicos, até parecia longe de ser um real candidato ao Ouro de Doha, mas sem que ninguém contasse, lançou uma pedrada a 90.03 metros em Minsk. Andreas Hofmann (GER) parecia até então o melhor dos alemães este ano (89.65), enquanto que Thomas Rohler (GER) parece longe do que será preciso para entrar nas medalhas (ainda não chegou sequer aos 87 metros este ano).

    Curiosamente, o líder mundial não é alemão, é Magnus Kirt (EST) que este ano chegou já aos 90.61 metros e entre os outros candidatos a medalhas constam nomes como o de Chao-Tsun Cheng (TPE) ou outro ex-campeão, Julius Yego (KEN), homens que já passaram na sua carreira dos 90 metros e que estão em boa forma.

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.