Maratona de Berlim (2/2) – Pela primeira vez na história, 3 mulheres abaixo de 2:19
A prova feminina, apesar de não ter tido ataque ao recorde mundial, também teve direito a recordes e a história. Na verdade, as três mulheres que terminaram na frente bateram a marca que era a anterior melhor marca da Maratona de Berlim e que durava desde 2005! Todas elas correram em terrenos de duas horas e 18 minutos, algo que acontece pela primeira vez na história de qualquer Maratona feminina. Em relação ao andamento, até meio da prova, Tirunesh Dibaba dominava, como era expectável, tendo passado à Meia num belo tempo de 69:03, embora o grupo da frente (que na altura era ainda de cinco) tenha passado essa distância bastante junto. Antes dos 25 km, a queniana Gladys Cherono assumiu o controlo, procurando repetir o título da temporada passada. Após os 30 km, conseguiu distanciar-se de Ruti Aga (EHT) e fez os últimos quilómetros da prova sozinha, disparando para mais uma vitória em Berlim.
No final, Cherono terminou em 2:18:11, uma marca que é o novo recorde desta Maratona e também um novo recorde pessoal para a atleta queniana de 35 anos. Com a marca, a atleta subiu a segunda queniana mais rápida de sempre e quarta a nível mundial, apenas atrás dos “monstros” Paula Radcliffe, Mary Keitany e Tirunesh Dibaba! No segundo lugar, ficou a etíope de apenas 24 anos, Ruti Aga, não só cumprindo o objetivo de baixar pela primeira vez dos 2:20, mas fazendo-o em grande estilo, com um tempo de 2:18:34, sendo já a 2ª etíope mais rápida da história. No terceiro lugar, ficou a favorita Tirunesh Dibaba, a etíope que é provavelmente a melhor fundista da história e que ainda conseguiu recuperar perto do final, terminando em 2:18:55, tornando-se na segunda mulher da história a conseguir fazer 3 Maratonas abaixo dos 2:19 (apenas Radcliffe o fez e foram 4 vezes).
Do lado português, no quadro de elite, tínhamos 3 representantes em prova. Para Catarina Ribeiro e Inês Monteiro as coisas não correram tão bem quanto o esperado: ambas as atletas não terminaram a prova, abandonando já depois da metade da prova. Já Carla Salomé Rocha foi mais uma vez enorme! No ano passado, havia-se estreado na distância com a grande marca de 2:27:08 em Praga, mais tarde correu no Porto, e este ano foi a Berlim, não só melhorar a sua marca pessoal, como melhorando de forma clara para 2:25:27, um tempo que a coloca como a sétima portuguesa mais rápida da história da distância! E fê-lo com splits negativos (1:13:41/1:11.46). A portuguesa foi a melhor europeia entre as presentes, terminando a prova na 8ª posição.