Giro d’Itália 2016: Nibali de vilão a herói

    Chegado mais um contrarrelógio, o terceiro e último desta Volta a Itália, os homens da geral individual eram apontados como os principais favoritos a vencer a etapa. Mas, lá está, isto é a Volta a Itália, logo, ao virar da esquina há sempre alguma surpresa. Desta vez, Alexander Foliforov, da Gazprom, venceu a etapa e, novamente, um CR desta edição foi decidido por centésimas de segundo. Foi a primeira vez (de três, pelo menos) que Steven Kruijswijk se pôde queixar da sorte neste Giro. O terceiro lugar foi para Valverde e o quarto lugar para um colega de equipa de Foliforov, neste caso, Firsanov. Destaque, igualmente, para um CR a fazer lembrar os “velhos temos” por parte de Michele Scarponi, que conseguiu um excelente quinto lugar na etapa, ao contrário do seu colega Vincenzo Nibali, que fez um CR muito abaixo das expetativas, tendo tido algumas problemas durante a etapa.

    Na geral individual, tudo ficava mais composto ainda para termos uma estreia em vitórias de Grandes Voltas para o holandês Steven Kruijswijk. A faltar uma semana de competição, o ciclista da Lotto tinha mais de 2 minutos de vantagem sobre Chaves, quase 3 minutos sobre Nibali e 3 minutos e meio sobre Valverde. Curiosamente, nesta etapa, o top’5 final ficou “formado” (Majka era o quinto elemento).

    Primeira vitória para Valverde na sua primeira participação no Giro  Fonte: cyclingtips.com
    Primeira vitória para Valverde na sua primeira participação no Giro
    Fonte: cyclingtips.com

    A etapa 16 era ao estilo de Alejandro Valverde e o espanhol não desiludiu, conseguindo conquistar pelo menos uma etapa em cada uma das três Grandes Voltas, visto que esta era a sua primeira (e última?) participação no Giro. Outra vez, Kruijswijk perdeu por centésimas, sendo que desta vez foi derrotado ao sprint. Ainda assim, o holandês tinha, na mesma, motivos para sorrir, porque depois desta etapa, o seu mais direto perseguidor, Chaves, tinha já, de atraso, 3 minutos para si. Nibali, em quarto lugar da geral, estava a quase 5 minutos de diferença, portanto, nesta altura, estava tudo bem encaminhado para o homem da Lotto levar para casa a maglia rosa. O Tubarão da Astana era bastante criticado e via as suas esperanças reduzidas em sequer conseguir terminar no pódio.

    A etapa seguinte voltou a ser dedicada para os sprinters, mas Roger Kluge não quis que isso fosse assim tão linear, acabou por atacar perto do fim e vencer a etapa, para infortúnio de Giacomo Nizzolo, que tinha aqui a sua melhor hipótese para finalmente triunfar neste Giro.

    O dia 26 de Maio foi dedicado, mais uma vez, à fuga. Sendo que a distância foi grande para os homens mais fortes do pelotão (mais de 13 minutos para o vencedor da etapa). Matteo Trentin, Moreno Moser e Gianluca Brambilla, um trio italiano, discutiram ao sprint a vitória (numa fuga que conteve mais de 20 unidades). Tretin venceu, mas há que destacar a generosidade e grande atitude do seu colega Brambilla. O homem da Etixx reparou que alguém vinha atrás deles, viu quem era e, talvez porque também já tinha vencido uma etapa e via uma boa possibilidade para o seu colega vencer, esperou pelo momento certo para que Trentin chegasse ao pé dele e de Moser e os ultrapasse com uma incrível facilidade (Brambilla sabia que Moser não podia estar a fazer tudo por si e “jogou” com isso). A isto também se chama uma vitória de equipa, ambos estiveram muito bem.

    Com isto tudo, Kruijswijk continuava tranquilamente de rosa e, cada vez que havia uma ataque de alguém “mais próximo” de si, ele respondia a tudo da melhor forma possível, chegando, inclusive, a contra atacar. Mas, na etapa 19, tudo mudou…

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    Nuno Raimundo
    Nuno Raimundohttp://www.bolanarede.pt
    O Nuno Raimundo é um grande fã de futebol (é adepto do Sporting) e aprecia quase todas as modalidades. No ciclismo, dificilmente perde uma prova do World Tour e o seu ciclista favorito, para além do Rui Costa, é Chris Froome.                                                                                                                                                 O Nuno escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.