Chegada a primeira de duas dificílimas subidas, depois já de várias incidências até ao fim da subida, Kruijswijk seguia na descida com Nibali e Chaves, sendo que Valverde tinha ficado para trás a dada altura da subida (viria a recuperar bem na descida e na subida seguinte). Mas as condições meteorológicas não eram as melhores, estava frio, vento e gelo por toda a parte. Numa curva, o holandês não mede bem as distâncias e depois já não vai a tempo de travar como deve ser, esbarrando contra uma “muralha de gelo” e batendo com as costas no chão – ao mesmo tempo que a bicicleta dava voltas no ar. Este foi o momento decisivo deste Giro d’Itália 2016.
Se o ciclista da Lotto já tinha levado uma boa “dentada” com essa situação (Nibali e Chaves escaparam por ali afora), pouco depois acabou por ver “amputadas” as suas possibilidades de sequer recompor algum tipo de perdas, quando teve de trocar de bicicleta e viu o próprio Valverde a passar por si – tivesse ele ficado com o espanhol e até poderíamos ter tido uma história um pouco diferente…
Vincenzo Nibali e Esteban Chaves, os grandes vencedores desse dia, continuaram juntos e chegaram a alcançar a fuga do dia. Os últimos resistentes foram Mikel Nieve e Diego Ulissi. Numa determinada altura da subida, o Tubarão decide voltar a dar uma “dentada” na competição, atacando, vencendo a etapa e conseguindo ganhar 53 segundos ao colombiano, 2 minutos e 14 segundos a Valverde e 4 minutos e 54 segundos a Kruijswijk. Com isto, Chaves era o novo líder da geral e Nibali ganhou novo alento para voltar a vencer esta prova, passando, claramente, de vilão a herói, passando de nem conseguir ficar no pódio a ter uma enorme oportunidade de voltar a vencer o Giro. Como é incrível, surpreendente e quantas reviravoltas dá o ciclismo (e o desporto, em si)…
Com tudo isto, é de relevância destacar o que aconteceu, igualmente, com Ilnur Zakarin, da Katusha. Prestes a fazer um top’5 numa Grande Volta, o russo tem uma queda bastante grave, saindo mesmo para fora da estrada. No final de contas, acabou por partir a clavícula, mas esteve consciente durante a maior parte do tempo, o que foi um sinal positivo. Que recupere bem e a tempo do próximo GT.