Giro d’Itália 2016: Nibali de vilão a herói

    Chegada a primeira de duas dificílimas subidas, depois já de várias incidências até ao fim da subida, Kruijswijk seguia na descida com Nibali e Chaves, sendo que Valverde tinha ficado para trás a dada altura da subida (viria a recuperar bem na descida e na subida seguinte). Mas as condições meteorológicas não eram as melhores, estava frio, vento e gelo por toda a parte. Numa curva, o holandês não mede bem as distâncias e depois já não vai a tempo de travar como deve ser, esbarrando contra uma “muralha de gelo” e batendo com as costas no chão – ao mesmo tempo que a bicicleta dava voltas no ar. Este foi o momento decisivo deste Giro d’Itália 2016.

    A imagem diz tudo sobre o que Kruijswijk poderia estar a sentir no final da etapa 19 Fonte: pedal.com.br
    A imagem diz tudo sobre o que Kruijswijk poderia estar a sentir no final da etapa 19
    Fonte: pedal.com.br

    Se o ciclista da Lotto já tinha levado uma boa “dentada” com essa situação (Nibali e Chaves escaparam por ali afora), pouco depois acabou por ver “amputadas” as suas possibilidades de sequer recompor algum tipo de perdas, quando teve de trocar de bicicleta e viu o próprio Valverde a passar por si – tivesse ele ficado com o espanhol e até poderíamos ter tido uma história um pouco diferente…

    Vincenzo Nibali e Esteban Chaves, os grandes vencedores desse dia, continuaram juntos e chegaram a alcançar a fuga do dia. Os últimos resistentes foram Mikel Nieve e Diego Ulissi. Numa determinada altura da subida, o Tubarão decide voltar a dar uma “dentada” na competição, atacando, vencendo a etapa e conseguindo ganhar 53 segundos ao colombiano, 2 minutos e 14 segundos a Valverde e 4 minutos e 54 segundos a Kruijswijk. Com isto, Chaves era o novo líder da geral e Nibali ganhou novo alento para voltar a vencer esta prova, passando, claramente, de vilão a herói, passando de nem conseguir ficar no pódio a ter uma enorme oportunidade de voltar a vencer o Giro. Como é incrível, surpreendente e quantas reviravoltas dá o ciclismo (e o desporto, em si)…

    Uma imagem bastante forte logo após a grave queda de Zakarin  Fonte: pedal.com.br
    Uma imagem bastante forte logo após a grave queda de Zakarin
    Fonte: pedal.com.br

    Com tudo isto, é de relevância destacar o que aconteceu, igualmente, com Ilnur Zakarin, da Katusha. Prestes a fazer um top’5 numa Grande Volta, o russo tem uma queda bastante grave, saindo mesmo para fora da estrada. No final de contas, acabou por partir a clavícula, mas esteve consciente durante a maior parte do tempo, o que foi um sinal positivo. Que recupere bem e a tempo do próximo GT.

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    Nuno Raimundo
    Nuno Raimundohttp://www.bolanarede.pt
    O Nuno Raimundo é um grande fã de futebol (é adepto do Sporting) e aprecia quase todas as modalidades. No ciclismo, dificilmente perde uma prova do World Tour e o seu ciclista favorito, para além do Rui Costa, é Chris Froome.                                                                                                                                                 O Nuno escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.