A temporada 2021/22 da Taça do Mundo de Saltos de Esqui principiou, este ano e contrariamente ao habitual, na cidade russa de Nizhny Tagil, muito perto da fronteira “imaginária” entre a Europa e a Ásia.
All-clear for the World Cup opener in #NizhnyTagil next weekend!https://t.co/aWUaPoDpoR#skijumping #FISskijumping pic.twitter.com/B2fmugsUW3
— FIS Ski Jumping (@FISskijumping) November 13, 2021
Que comece a temporada de Saltos de Esqui
Assim, era, desta feita devido às condições de neve existentes no local, que a cidade soviética acolhia o início da temporada em detrimento de Wisla, cidade polaca onde o certame habitualmente principia, cujas condições atmosféricas não permitiam que tal se verificasse.
O palco que iria receber um fim de semana com jornada dupla em termos individuais seria o trampolim Stork, “cegonha” em português, estrutura essa com 134m de tamanho, o K-point localizado aos 120m e com um recorde que datava da temporada cessante, mais concretamente do dia 5 de dezembro, marca essa da autoria do bigode viking, Robert Johansson, que assinara 142.5m.
Esta seria ainda a primeira jornada da Taça do Mundo de Saltos de Esqui sem a presença do multi-vencedor da competição, o austríaco Gregor Schlierzauer que, ao longo de onze temporadas, totalizou 53 subidas ao lugar mais alto do pódio, detendo o recorde de saltador mais vitorioso de toda a história da modalidade.
À partida para mais uma longa e emocionante temporada, pareciam estar reunidas todas as condições para que a mesma fosse excitante, palpitante e entusiasmante. Já quanto aos principais favoritos para levantar “o caneco”, em meados de março quem partia à frente dos demais era o campeão em título, Halvor Egner Granerud que, além de tudo mais, havia sido o vencedor do grande prémio de verão, competição estival de pré temporada.
Marcus Eisenbichler pretenderia melhorar o segundo posto obtido na temporada anterior, oferecendo maior luta ao norueguês. Nomes como os dos polacos Kamil Stoch ou David Kubacki, e o do nipónico Ryoyu Kubayashi, perfilavam-se como maiores candidatos a roubar a “coroa” ao nórdico, objetivo esse igualmente partilhado pelo germânico Karl Geiger, que havia revelado algumas intermitências e oscilações ao longo do anterior campeonato.
De salientar que o norueguês, e ex-recordista do mundo de voos de esqui, Anders Fannemel, tal como o soldado alemão Stephan Leyhe, eram regressos após os mesmos terem falhado toda a temporada passada devido a lesões graves, com ambos a desejarem recuperar em território soviético as sensações perdidas.
Tudo principiou na sexta-feira, com a já tradicional e emblemática qualificação para a prova a “doer” a ser realizada no dia seguinte. A mesma seria, e de que forma, recheada, contando com 72 atletas em representação de 19 nações. Nestas figuravam países de escassas tradições, e com pouquíssimas aparições entre a elite deste fantástico desporto: China, Roménia, Turquia ou até mesmo a Coreia do Sul.
Apesar do equilíbrio que pautara esta fase preambular ao evento a “doer”, seria o veterano Kamil Stoch que levaria para casa os 2000 francos suíços correspondentes ao triunfo na qualificação, com o mesmo a ser selado com uma marca de 135.5m, seguido pelo esloveno Hans Lanisek, uma das revelações da pretérita época, que fazia 129m, e pelo austríaco Daniel Huber, com 127.5m. Ainda qualificado, mas apenas efetuando 115m e com o 24.º registo, ficaria o “rei” Granerud que, desta forma, parecia abrir espaço a surpresas.
A esse respeito, o antigo vencedor do globo de cristal, Stephan Kraft, seria mesmo ausência para a prova, visto ter arrancado apenas com uns curtíssimos 101m, que o fariam ver a competição nos ecrãs gigantes instalados no trampolim “cegonha”. Ainda a enfatizar as qualificações de atletas praticamente desconhecidos destas andanças, como o romeno Andrei Feldorean e o turco Fatih Arda Ipcioglu, respetivamente 49.º e 41.º colocados.