GP da Bélgica: Finalmente, Charles!

    Naquele que foi um dos fins de semana mais negros dos últimos anos da Fórmula 1, após o falecimento de Anthoine Hubert na corrida de Fórmula 2 de sábado, Charles Leclerc (Ferrari) conseguiu a sua primeira vitória na Fórmula 1, um momento agridoce para o monegasco tendo em conta a sua amizade com o piloto francês. O piloto da Ferrari aguentou uma investida tardia de Lewis Hamilton (Mercedes) que terminou no segundo lugar do pódio seguido de Valteri Bottas (Mercedes).

    A primeira volta cumpriu a tradição de Spa-Francorchamps, com um pouco de caos, sendo os mais afetados pela confusão Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) e Max Verstappen (Red Bull) que chocaram na primeira volta, com o holandês a retirar-se com danos na suspensão. Um incidente onde a culpa não pode ser colocada totalmente em nenhum dos lados, Kimi não conseguia ver Max e o piloto da Red Bull apenas atacou um espaço aberto, que do nada foi fechado.

    Após o período do Safety Car, Leclerc e Vettel tentaram criar uma vantagem segura, mas em ritmo de corrida os Mercedes apenas perdiam nas retas, tendo uma clara vantagem no segundo setor que possui mais curvas. Vettel foi o primeiro a agir para mudar de pneus quando os macios começaram a ceder, e com os médios mostrou-se bastante mais rápido do que o colega de equipa. Tão rápido que quando Charles parou para mudar de pneus, Vettel passou para a frente da corrida, o que não durou muito tempo, graças aos pneus mais frescos de Leclerc, e ao facto de a Ferrari tomar a decisão estratégica acertada, dizendo a Vettel para ceder a posição a Charles.

    Sebastian Vettel a ceder passagem a Charles Leclerc…
    Fonte: Formula 1

    Já por várias vezes nesta temporada a Mercedes provou que o seu carro é muito superior a cuidar dos pneus, e notou-se uma clara diferença quando estes passaram ao ataque, sendo muito mais rápidos do que Sebastian Vettel, que acabou por fazer o papel de segundo piloto e atrasar os ‘flechas de prata’. Com os pneus a voltar a ceder, Sebastian voltou às boxes para uma segunda paragem, que lhe permitiu conseguir a volta mais rápida e um ponto extra.

    A quinta posição teria ido para Lando Norris (Mclaren), que fez uma corrida muito solitária e segura, porém uma falha do motor na última volta fez com que essa posição fosse cedida a Alexander Albon (Red Bull), que começou no fundo da tabela, mas subiu para quinto após várias ultrapassagens fascinantes.

    Alexander Albon a deixar uma impressão muito boa na primeira corrida pela Red Bull.
    Fonte: Formula 1

    O sexto lugar ficou para Sergio Perez (Racing Point), o melhor resultado da temporada para o mexicano, num fim de semana onde o carro se apresentou muito mais rápido, e finalmente ao nível do topo do pelotão. Daniil Kvyat (Toro Rosso) fez uma corrida silenciosa, mas muito eficaz, começando em 19º, e terminando em sétimo. Mais uma prova da fantástica consistência e velocidade do russo. Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) teve nas mãos o seu melhor resultado da carreira em oitavo, mas despistou-se na última volta da corrida, sobrando a posição para Nico Hulkenberg (Renault).

    A nona posição ficou para Pierre Gasly (Toro Rosso) , que fez uma excelente corrida, com bonitas batalhas, e mostrou que o problema foi a adaptação à Red Bull, pode ser que consiga reconstruir-se de novo na Toro Rosso. A fechar os pontos tempos Lance Stroll (Racing Point), que foi mais um dos que receberam penalizações na qualificação, mas se apresentaram em grande durante a corrida.

    Para quem dizia que a Fórmula 1 estava em declínio na qualidade das corridas, tem outra prova de que não é verdade. Já vamos em cinco corridas em que a qualidade é no mínimo boa. Este Grande Prémio da Bélgica foi mais um exemplo, uma corrida muito tensa na frente, com os primeiros lugares em disputa até à última curva, muita intriga tática e com grandes batalhas pelo resto da tabela. Que continue assim.

    Homenagem a Anthoine Hubert (nº19 na F2) na volta 19 da corrida.
    Fonte: Formula 1

    É pena que sobre este fim de semana paire a sombra da morte de um piloto que, muito possivelmente, iria subir à Fórmula 1 no futuro. Não se pode descontrair, por muitas medidas de segurança que se implementem, é sempre um desporto com veículos a mais de 300 quilómetros por hora. Todos estes pilotos que agarram um volante, são como disse Lewis Hamilton, heróis. Anthoine Hubert era um jovem com imenso potencial, e estará no pensamento de todos os fãs de desporto motorizado, que desejam certamente muita força para a família e aqueles que lhe eram próximos. Descansa em paz, Anthoine.

    Foto de Capa: Formula 1

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    Luís Manuel Barros
    Luís Manuel Barros
    O Luís tem 21 anos e é de Marco de Canavezes, tem em si uma paixão por automobilismo desde muito novo quando via o Schumacher num carro vermelho a dominar todas as pistas por esse mundo fora. Esse amor pelas 4 rodas é partilhado com o gosto por Wrestling que voltou a acompanhar religiosamente desde 2016.                                                                                                                                                 O Luís escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.