Começa já no dia 06 de dezembro a temporada 11 da Fórmula E e com ela algumas novidades para quem acompanha a categoria. Apesar de já terem testado os novos GEN3 Evo em novembro para os testes de inverno, será no Brasil que realmente serão postos à prova.
As várias mudanças na grelha
Não podemos falar da nova temporada sem abordar as muitas mudanças que houve nas equipas. Começamos por falar da Lola Yamaha – a antiga ABT – e a Cupra Kiro Race – antiga ERT. Ambas as equipas começam de fresco com novos investidores e novas caras. Lucas di Grassi e Zane Maloney compõem a Lola; do outro lado será Dan Ticktum e David Beckmann a dirigir o monolugar da Cupra.
O resto das equipas mantiveram os nomes, mas os pilotos foram rodando:
- Andretti manteve Jake Dennis e contratou Nico Muller (ABT Cupra);
- DS Penske manteve Jean-Eric Vergne e contratou Maximilian Gunter (Maserati);
- Maserati contratou Stoffel Vandoorne (DS Penske) e Jake Hughes (McLaren);
- McLaren manteve Sam Bird e contratou Taylor Barnard (rookie);
- Nissan manteve Oliver Rowland e contratou Norman Nato (Andretti);
- Envision manteve tanto Sebastien Buemi como Robin Frijns;
- Jaguar manteve tanto Mitch Evans como Nick Cassidy;
- Porsche manteve tanto Pascal Wehrlein como António Félix da Costa.
Alguns dos pilotos da temporada 10 acabaram mesmo por ficar de fora deste campeonato, como Sacha Fenestraz, Sérgio Sette Câmara e Jehan Daruvala.
E o que nos disseram os testes?
Como já resumimos num outro artigo, foi Mitch Evans que fez o melhor tempo e ficou no topo, prometendo bom ritmo e luta por parte da Jaguar, como tem feito nos últimos dois anos.
Ainda sendo cedo para prever o futuro, é fácil meter os dados todos na Jaguar novamente e apontar para um dos pilotos se tornar campeão este ano. Com alguma luta por parte da Porsche, poderemos ter mais um dos vários campeonatos a ser disputado até ao fim. Pode também aparecer alguma novidade das equipas estreantes, depois do bom resultado da Cupra Kiro.
Quem deixou muito a desejar, principalmente pelos pilotos que tem, foram a Andretti, a Maserati e a Envision, não tendo tido bons resultados nos testes. Pelo meio do pelotão, a McLaren e a Nissan poderão dar espetáculo e chegar mesmo a lutar por vitórias e pódios, como no ano anterior. Equipas como DS Penske, Mahindra e Lola terão também um longo caminho para mostrarem, em pista, o que conseguiram tirar de positivo dos testes
Nunca esquecendo que esta fase de testarem os novos monolugares é sempre uma incógnita e cheia de jogos escondidos por parte das equipas para não mostrarem o seu verdadeiro potencial.
O novo carro – GEN3 EVO
Para além das mudanças mais significantes nas equipas, os novos carros também deram que falar. O GEN3 EVO é o carro mais rápido (em aceleração) construído para esta competição, capaz de fazer dos 0-100km/h em 1,86 segundos, 30% mais rápido que um Fórmula 1. Somente esta informação torna a ideia bastante interessante.
Em adição a ser rápido, terá uma novo asa dianteira e traseira, bem como um nariz mais baixo e uma aerodinâmica melhorada para uma luta pneu com pneu mais próxima.
Também se tornou um All Wheel Drive (tração às quatro rodas) mas só poderá ser usado em certos momentos, como nos duelos da qualificação, no começo da corrida e no Modo de Ataque. Acaba por ser um momento onde os pilotos poderão usar mais da potência do carro, mas dura muito pouco tempo. Poderá ser uma ótima adição à categoria, mas poderá também dar algumas dores de cabeça caso seja usado numa altura em que não devem.
Outras mudanças que serão eficazes para o GEN3 EVO é a regeneração na travagem, conseguindo gerar quase 50% da energia necessária para a corrida e também o ultra-fast charging (carregamento ultrarrápido) que ainda está a ser desenvolvido e poderá vir a ser testado. Permite um carregamento de 600kW em 30 segundos no meio da corrida.
Os circuitos para 2024/25
Serão 10 os circuitos que irão receber a categoria para esta temporada. Desses 10 circuitos, seis terão dupla corrida, sendo eles Jeddah, Mónaco, Japão, China, Alemanha e Reino Unido.
Tal como a Fórmula 1, a Fórmula E tem o problema de não conseguir fazer um calendário sem muitos saltos continentais. Apesar de terem quase um mês distância temporal entre Jeddah e Miami e de Miami a Mónaco, acaba por ser um calendário que começa na América do Sul, passa para o Médio Oriente, tem a primeira presença na Europa em maio, cinco corridas na ásia e acaba na europa novamente.
Poderiam ter considerado outra “volta” no calendário, sem tirar nenhum circuito, para ajudar na pegada ambiental que tanto afirmam fazer. Reagendando para outras datas poderia ser uma solução, como por exemplo começar pelo continente americano, passar para a ásia, médio oriente e terminar com as seis corridas na europa. Obviamente que tudo dependerá sempre da disponibilidade dos circuitos e da facilidade em fechar certas ruas para se fazer uma ou duas corridas.
O que esperar para Brasil?
Será a corrida onde realmente veremos o que a nova geração de monolugares pode trazer para os espectadores. Muitos erros serão cometidos, provavelmente em qualificação com a ativação do AWD ou mesmo nos treinos livres.
A temporada passada foi Sam Bird quem saiu vitorioso da corrida no Brasil. Este ano, não sei se conseguirá repetir o feito tendo em conta o quão cedo estão a fazer esta corrida e não há resultados anteriores com o novo monolugar. Fizeram parte do pódio Evans e Rowland, que este ano poderão lá aparecer. Já Wehrlein e Da Costa, que terminaram no TOP10, devem manter o feito ou chegar mais longe com o Porsche e sem a aparente luta da Envision.