WEC 6 Horas de Monza: Corrida italiana sem vencedor italiano

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HISTÓRIA DA CORRIDA: EMOÇÃO E CAOS JUNTOS NUMA CORRIDA EM MONZA

O Alpine #36 (André Negrão, Nicolas Lapierre, Matthieu Vaxiviere) voltou às vitórias em Monza, ficando à frente dos Toyota #8 (Sebastien Buemi, Brendon Hartley, Ryo Hirakawa) e #7 (Mike Conway, Kamui Kobayashi, Jose Maria Lopez), com quem teve uma polémica a menos de duas horas do fim.

Nos LMP2, venceu, pela primeira vez, o carro #41 da RealTeam by WRT (Rui Andrade, Ferdinand Habsburg, Norman Nato), seguido pelo JOTA #38 (Roberto Gonzales, António Félix da Costa, Will Stevens) e, em terceiro, o #10 da Vector Sport (Nico Muller, Ryan Cullen, Sebastien Bourdais).

A Corvette Racing venceu nos GTE PRO com o seu #64 (Tommy Milner, Nick Tandy), seguido de ambos os AF Corse #52 (Miguel Molina, Antonio Fuoco) e #51 (Alessandro Pier Guidi, James Calado).

Finalizando com os GTE AM, o Dempsey – Proton Racing #77 (Christian Ried, Sebastian Priaulx, Harry Tincknell) assegurou a vitória na categoria, seguido pelo Iron Dames #85 (Rahel Frey, Michelle Gatting, Sarah Bavy), que fez história na WEC. A fechar o pódio, tivemos o Team Project #46 (Matteo Cairoli, Mikkel Pedersen, Nicolas Leutwiler).

Também foi a estreia da Peugeot na categoria, que trouxe dois carros para a corrida, o #93 e o #94, que não terminaram muito bem.

A surpresa do fim de semana começou no sábado, com a pole position do carro #85 da Iron Dames, pilotado pelas pilotas, no GTE AM. Um momento que marca a história da WEC. Para os Hypercar, ficou o Glickenhaus #708 com a pole, nos LMP2 foi o United Autosport #22 de Filipe Albuquerque e nos GTE PRO foi o AF Corse #51. O Peugeot #93 e o JOTA #38 começaram nos últimos lugares do grid.

Parecia um início de corrida sem incidentes para a primeira curva, até que um toque entre o #86 da GR Racing e o #98 da Northwest AMR fez com que o primeiro ficasse em sentido contrário. O #36 da Alpine, que começou em terceiro, já atacava como podia o Toyota #8 para a segunda posição, que conseguiu, mas por pouco tempo, dado que o #8 recuperava rapidamente a posição.

Entre ultrapassagens e lutas pela liderança dos GTE PRO, um Full Course Yellow apareceu para acalmar os pilotos: o #54 da AF Corse de Thomas Flohr, Francesco Castellacci e Nick Cassidy ficou preso na gravilha depois de um toque com o #98 e foi necessária intervenção para retirar o carro e voltá-lo a meter em pista.

Com o reinício da corrida, mais um problema: desta vez, para o Peugeot #93, de Paul Di Resta, Mikkel Jensen e Jean-Eric Vergne, que não conseguiu arrancar para a corrida, ativando mesmo o segundo FCY do dia. Após isso, conseguiu arrancar e fazer a sua longa e lenta jornada até às boxes.

Novo reinício de corrida e a luta pela quarta posição nos LMP2 estava ao rubro, com o #1 da Richard Mille Racing Team (Lilou Wadoux, Paul Loup Chatin, Charles Milesi) e o #10 da Vector Sport. Na categoria PRO, vimos os cinco carros juntos numa única imagem, enquanto lutavam todos por um lugar como líder.

Já nos LMP2, era a PREMA #9 e os United #22 que lutavam pela liderança. Na frente, o #8 da Toyota mostrava estar com problemas ao ser ultrapassado pelo Alpine #36. Mais tarde, ultrapassava o #7 para ficar em segundo lugar.

Foram várias lutas ao longo da segunda hora de corrida, com trocas de posições graças às paragens nas boxes e ultrapassagens. O #93 voltava a entrar em pista após descoberto o problema, para continuar a fazer a sua corrida, enquanto o Glickenhaus #708 continuava intocável na liderança dos Hypercar.

Mesmo no final, o AF Corse #21 acabaria por ficar preso na gravilha, sendo necessária a ajuda da grua, o que levou a mais um período de FCY em Monza.

Na luta pela liderança da geral, o #36 cometeu um erro que deixou o #7 ultrapassá-lo facilmente. Nos LMP2, #22 United, #41 RealmTeam e #9 PREMA lutavam pela liderança da categoria, como acontecera nas últimas horas. Levaria a melhor o #41, que deixava o United sobre a pressão da PREMA.

Ainda na terceira hora, o #93 regressava às boxes, com mais problemas, enquanto o #94 estava perto dos quatro primeiros. Na categoria GTE AM, o #33 da TF Sport de Henrique Chaves, Bem Keating e Marco Sorensen liderava até cometerem um erro e serem penalizados por isso, ficando a liderar o #85 da Iron Dames. Para piorar a situação, o #33 acabaria por ter um acidente que o retiraria da corrida, com o português a ser levado para o centro médico para ser avaliado.

Foi chamado o primeiro e único Safety-Car da corrida de Monza, enquanto todos os pilotos paravam nas boxes.

Com o recomeço da corrida, na entrada para a quarta hora, o líder #708 recebeu uma penalização e, ao cumpri-la, deu o lugar ao Toyota #7, caindo na classificação. O momento da Glikckenhaus só piorou, quando começou a sair fumo branco da traseira do carro de pintura azul. Uma desilusão para quem liderou metade da corrida.

O Corvette #64 pressionava o Porsche #92 para cometer um erro e acabou mesmo por ultrapassá-lo, enquanto o #51 da AF Corse pressionava o Porsche GT Team #91 para recuperar a liderança dos GTE PRO. Nos LMP2, do primeiro ao sexto lugar, somente dois segundos os separavam a todos, havendo grandes hipóteses de ultrapassagens.

Com toda esta proximidade, o #22 de Filipe acabaria por cair muitas posições quando decidiu entrar nas boxes de Monza. E ficou pior. Ao sair das mesmas, o United,que estava nas mãos de Philip Hanson, não conseguiu andar ao seu ritmo normal, estando muito lento na pista, acabando mesmo por parar. Apesar de tudo, conseguiu recuperar e voltar para a corrida.

Com a descida do #22 e do #1, depois de um toque na primeira curva em Monza, liderava o #10 os LMP2, com o irmão #23 da United logo atrás de si. Em terceiro lugar, estava o #38 da JOTA, que aparecia nas posições mais cimeiras, após começar mais atrás. Mas a luta mais intensa acontecia nos Hypercar, com a Alpine colada ao Toyota #8 após a saída das boxes.

Ao passarem na linha de meta, aparece o #7 a sair das boxes e o #77 que impediu o #36 de finalizar a ultrapassagem ao #8, causando trânsito na chegada à primeira curva.

Após conseguida a ultrapassagem ao carro #8, o Alpine #36 teria só mais um carro à sua frente para tomar a liderança da geral. Chegou rapidamente perto do Toyota #7 e, na altura da ultrapassagem, um toque entre os dois fez com que o Toyota ficasse maltratado, com o pneu traseiro direito a rebentar e a causar estragos também na traseira.

O #36, por sua vez, não teve grandes danos. Foi acionado outro FCY para permitir que o #7 chegasse às boxes em segurança, e que fossem removidos os detritos que estavam na pista. Também entrou nas boxes, graças ao FCY, o Peugeot #94, que fazia de tudo para se manter em pista. No entanto, parou e teve de ser reparado.

Para a última hora, ainda estava tudo em aberto. Nos Hypercar, liderava a Alpine os dois Toyotas que ainda estavam em pista, enquanto o #38 liderava os LMP2, o #52 os GTE PRO e o #77 nos GTE AM. O #94 regressava à pista para cumprir os últimos 50 minutos de prova, pois o seu objetivo não era vencer.

O drama continuava nos LMP2, com o líder na altura, o #28 da JOTA, a seguir em frente e a bater no muro. Dava, assim, a liderança novamente ao #38 da JOTA.

Como sempre, nos GTE PRO, o espetáculo fica para última hora/meia hora, e nesta corrida não foi exceção. Não foi a luta pela liderança, mas mais parecia. O AF Corse #51 e o Porsche #92 trocaram toques e empurrões até bem perto do fim da corrida, com a luta a ser quebrada com um empurrão com mais força do que o esperado pelo #92 ao Ferrari.

Depois disso, só o erro estratégico da AF Corse com quase todos os Ferrari que estavam em pista. Com dois minutos para o fim da corrida, foram chamados a parar três Ferrari, perdendo posições e, inclusivamente, a vitória nos GTE PRO, que seria do Corvette #64.

PILOTO DO DIA

Will Stevens – Não só Stevens, mas também os outros dois pilotos foram responsáveis pelo resultado que o JOTA #38 conseguiu nesta corrida. Porém, por passar bem mais tempo que os seus companheiros (três horas contra uma), merece ser o piloto do dia.

DESILUSÃO DO DIA

Kamui Kobayahi – O toque com o Alpine dificultou a sua continuidade na corrida e não se esperava tal manobra, sendo o piloto que é. Continuou no pódio graças aos abandonos do Glickenhaus e do Peugeot #93, assim como pela grande distância que tinha do #94, mas podia ter-lhe custado o pódio, da mesma maneira que custou a vitória.

Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

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