Portugal 4-3 Sérvia (AP): Foi muito duro, mas estamos nos Quartos!

    A CRÓNICA: FOI PRECISO TEMPO EXTRA PARA TOMBAR OS SÉRVIO

    Em jogo a contar para os Oitavos de Final do Campeonato do Mundo de Futsal, o primeiro encontro após a Fase de Grupos, encontraram-se frente a frente a seleção nacional de Portugal contra a da Sérvia.

    A formação lusa entrou com a tática habitual já utilizada nos últimos encontros (jogo sem um pivot fixo no ataque e com um cinco inicial cheio de experiência) para tentar bater uma formação sérvia com muita qualidade. Esta era uma equipa dura e complicada de bater, apesar do nosso natural favoritismo.

    O guardião sérvio estava a ser uma das grandes figuras, perante uma equipa comandada por Jorge Braz que entrou razoavelmente no encontro, mas que depois dos primeiros minutos tomou o controlo absoluto do jogo. Portugal ia criando as melhores oportunidades e assumindo um grande ascendente em todo o campo, com os sérvios a tentar criar perigo através de contra-ataques rápidos. Contudo, sem o conseguir em elevadas ocasiões tal o sufoco criado pela nossa equipa.

    O corolário deste domínio surgiu ao minuto 13. Uma recuperação rápida do mágico Ricardinho, que fez uma combinação excelente com André Coelho e depois uma finalização com grande nota artística do número dez. De calcanhar a fazer lembrar os tempos antigos do craque, considerado por muitos o melhor jogador da história da modalidade.

    Ainda na primeira parte, mais uma jogada brilhante iniciada por Ricardinho, passe para André Coelho, toque para Erick Mendonça, que assistiu o jogador do Barcelona pra marcar o seu primeiro golo nesta noite e o segundo de Portugal.

    O tempo ia passando e a intensidade do encontro voltou a baixar, mantendo-se o resultado no intervalo. Numa primeira parte em que a equipa fez os melhores 5/6 minutos da competição até agora, com jogadas fabulosas, grande intensidade e ritmo de jogo, e o resto do tempo foi passado a gerir o resultado, sem permitir oportunidades à equipa adversária para voltar a entrar na discussão do resultado.

    O desnível no marcador era o adequado ao que cada formação apresentou na quadra, não podendo naturalmente a equipa portuguesa baixar a guarda, sob pena de poder sofrer algum dissabor, dado que uma vantagem de dois golos num desporto como o Futsal não é nada.

    Logo a começar a segunda parte, a esperança sérvia aumentou com o golo que voltou a colocar a seleção na discussão do encontro. Um bom golo de meia distância após um erro defensivo de Portugal a devolver a diferença mínima ao marcador.

    Após o choque sofrido pelo golo, a seleção tentou voltar ao domínio e a uma vantagem mais confortável, mas a defesa adversária ia-se batendo bem, pese embora alguns sobressaltos junto da baliza defendida por Bebé. Pouco depois, o pior aconteceu. Com a Sérvia a empatar através de um livre direto que passou no “buraco da agulha”, embora se possa apontar alguns erros na forma como Portugal defendeu esta bola parada.

    O ascendente psicológico estava agora do outro lado, com dez minutos ainda para jogar no tempo regulamentar. Zicky começava a aparecer no encontro, mas o guarda-redes sérvio continuava a fazer uma exibição de encher o olho.

    Os últimos minutos foram de pressão portuguesa mas não foi possível furar a muralha Sérvia, nomeadamente o último membro defensor autor de uma exibição soberba, a defender tudo o que lhe aparecia à frente. Assim sendo, avançávamos para um período extra de dez minutos.

    No prolongamento, mais um grande golo a devolver a vantagem lusa, fruto de uma bela jogada individual de Pany Varela. Este golo foi o melhor que podia ter acontecido à equipa portuguesa, que logo a seguir dobrou a sua vantagem através de uma jogada bem trabalhada, bola aérea para o remate de Erick, contando com desvio precioso em Pany.

    Voltava Portugal a ter uma vantagem de dois tentos, mas por experiência própria deste mesmo jogo não podíamos facilitar, uma vez que ainda faltavam mais de seis minutos para o fim.

    A faltar apenas 40 segundos, houve um golo que acrescentou ainda mais emoção ao encontro, mas o resultado não se alterou até ao fim do tempo. De destacar a grande entrega de um jogador imprescindível na seleção nacional, João Matos, que literalmente se deitou e parou um remate perigoso da Sérvia. O jogador português festejou efusivamente um corte que ajudou a eliminar a gregária e voluntariosa equipa balcânica.

    Agora, segue-se uma autêntica final antecipada nos Quartos de Final, onde Portugal irá defrontar a Espanha para ainda sonhar com as meias-finais do Mundial.

     

    A FIGURA
    Fonte: André Sanano/FPF

    Pany Varela – Podia destacar também o jogo enorme de André Coelho ou o “regresso” de Ricardinho aos tempos antigos, mas o destaque maior é Pany. No prolongamento, mostrou a sua total inspiração ao ser o grande desequilibrador do resultado a favor de Portugal, não só pelos golos mas por ser o grande fator que conseguiu derrubar os Sérvios.

    O FORA DE JOGO
    Fonte: André Sanano/FPF

    Miguel Ângelo – Também tivemos alguns elementos em sub-rendimento, mas o jogador não esteve inspirado hoje, sobretudo a pontaria bastante desafinada. Mas é um jogador fabuloso e vai responder já contra a Espanha.

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Como habitual, Jorge Braz apostou no 4×0 e as coisas correram bem, mudando sempre que necessário, fixando Zicky na frente. Mas neste encontro vimos alguns minutos de grande qualidade de Portugal neste Mundial, com jogadas fantásticas a mostrar que o trabalho nos treinos é bem feito.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Bebé (7)

    João Matos (8)

    Bruno Coelho (7)

    Ricardinho (8)

    Fábio Cecílio (7)

    SUBS UTILIZADOS

    André Coelho (8)

    Tomás Paçó (5)

    Afonso Jesus (6)

    Erick Mendonça (6)

    Pany Varela (9)

    Tiago Brito (6)

    Miguel Ângelo (5)

    Zicky Té (6)


    ANÁLISE TÁTICA – SÉRVIA

    A equipa balcânica jogou com um bloco mais baixo, reconhecendo a superioridade teórica portuguesa. Teve a sorte de jogo ao conseguir o empate que levou o jogo para prolongamento, mas teve o mérito total de nunca desistir e acreditar sempre.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Miodrag Aksentijević (7)

    Ninoslav Aleksic (6)

    Slobodan Rajcevic (7)

    Dragan Tomic (8)

    Jovan Lazarević (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Denis Ramic (6)

    Stefan Rakic (6)

    Strahinja Petrov (6)

    Marko Radovanovic (6)

    Mladen Kocic (6)

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    Eduardo Nunes
    Eduardo Nuneshttp://www.bolanarede.pt
    Estuda economia em Coimbra, mas não deixa de prestar especial atenção ao que se passa no universo do desporto. O desporto preferido é Ténis, mas não perde uma oportunidade de acompanhar a Académica e o Benfica nas mais variadas modalidades.