Os 10 melhores dérbis de sempre

    1993/1994

    Sporting CP 3-6 SL Benfica

    joaovieirapinto
    Fonte: SL Benfica

    O Verão quente de 1993 evidenciaria, com absoluta clareza, as dificuldades que o Benfica já atravessava e que, meses depois, se confirmariam numa crise financeira e desportiva com consequências devastadoras: a ascensão à liderança do clube do populismo e da demagogia pelo denominado presidente-adepto (o mais pernicioso resultado da desilusão e da descrença). Paulo Sousa e Pacheco, dois titulares indiscutíveis, mudaram-se para o ambicioso Sporting de Sousa Cintra, orientado pelo conceituado Bobby Robson – um golpe (muito) duro. O “assalto” poderia, no entanto, ser ainda mais destrutivo, caso o fragilizado Jorge de Brito, num raro e último acto positivo do seu curto mandato, não tivesse protegido a “jóia” João Vieira Pinto, o outro alvo do clube de Alvalade neste processo.

    O Sporting era o favorito à conquista do título. Porém, o emotivo Sousa Cintra queria mais – a má campanha europeia da equipa levou à troca de treinadores (Robson por Carlos Queiroz). O campeonato prosseguiu equilibrado, com Benfica e Sporting lado a lado, com os mesmo pontos, até à 30.ª jornada, altura em que as equipas se encontravam no Estádio José de Alvalade, para o “jogo do título”. No Sporting despontavam Valckx, Peixe, Paulo Sousa, Balakov, Capucho, Pacheco, Luís Figo e Jorge Cadete. Porém, do outro lado, estava um Benfica inesquecível: com os veteranos Mozer, Veloso e Rui Águas; os jovens Abel Xavier e Rui Costa; os excelentes Vítor Paneira e Schwarz; o indispensável Ailton; o goleador Isaías; o sempre útil César Brito; os russos Kulkov e Yuran; e, é claro, uma estrela de maior nome João Vieira Pinto.

    A 14 de Maio de 1994, o eterno “8” do Benfica realizou a exibição da sua carreira, respondendo, ainda na 1.ª parte, com um hat-trick (30′, 37′ e 44′), aos golos de Cadete (8′) e Luís Figo (35′). Ao intervalo, Queiroz trocou o lateral Paulo Torres pelo extremo Pacheco, numa  substituição que ficaria para a história, pela forma como abriu caminho a uma goleada inesperada, que ganhou forma nos pés de Isaías (48′ e 57′) e Hélder Cristóvão (74′) – “até o Hélder marca”, gritou-se lá em casa. Balakov (80′) ainda reduziu, de penálti, num lance contra a corrente. A derrota do Sporting na Madeira (1-2, com o Marítimo), na jornada seguinte, foi o golpe de misericórdia na questão do título. Semanas depois, o Benfica conquistaria o seu 30.º título; um desmotivado Sporting seria ainda ultrapassado pelo outsider FC Porto, terminando no 3.º lugar.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Redação BnR
    Redação BnRhttp://www.bolanarede.pt
    O Bola na Rede é um órgão de comunicação social desportivo. Foi fundado a 28 de outubro de 2010 e hoje é um dos sites de referência em Portugal.