5 melhores jogos do FC Porto fora de casa na Europa

    Em vésperas da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, em que o FC Porto viajará até Londres para defrontar o Arsenal, revisitamos as melhores prestações dos dragões como visitantes em contexto europeu.

    Na próxima terça-feira, um empate chegará para alcançar a fase seguinte da competição. Frente a um adversário de renome e que tem demonstrado claras melhorias nas últimas épocas (muito graças ao trabalho de Mikel Arteta), um desempenho inspirado será necessário.

    Os cinco jogos que se seguem são exemplos disso mesmo.

    5.

    Radamel Falcao no FC Porto Atletico de Madrid
    Fonte: UEFA

    Atlético Madrid 0-3 FC Porto (08/12/09) – À entrada para a última jornada da fase de grupos, o FC Porto já tinha garantido o seu lugar nos oitavos de final da Champions League. Numa época em que viriam a deixa fugir o título nacional (e o segundo pentacampeonato), os comandados de Jesualdo Ferreira foram ao Vicente Calderón fazer uma exibição de encher o olho.

    Em declarações prestadas à RTP, o então treinador portista classificou o jogo como o melhor da equipa na Champions sob a sua orientação, que durava desde 2006. Os golos foram marcados por Bruno Alves, Falcão e Hulk, num encontro em que o FC Porto apresentou algumas das figuras que levariam a equipa ao título da Liga Europa na época seguinte.

    A equipa da cidade invicta viria a ser eliminada logo nos oitavos de final, precisamente pelo adversário que defronta em 2024, o Arsenal. Após uma vitória no Dragão por 2-1, uns pesados 5-0 no Emirates ditaram o fim da caminhada europeia na época 2009/10.

    4.

    Spartak Moscovo 2-5 FC Porto (14/04/11) – No percurso para a final da Liga Europa em Dublin, o FC Porto encontrou dois adversários da mesma cidade, consecutivamente. Depois de eliminar o CSKA Moscovo, os azuis e brancos regressaram à capital russa para defrontar o Spartak, a contar para os quartos de final.

    O FC Porto chegava ao estádio Luzhniki com uma vantagem confortável, mas isso não impediu nova demonstração de clara superioridade. Hulk e Falcão eram as maiores figuras do 11 de André Villas-Boas, treinador que foi aposta arriscada e acertada por parte de Jorge Nuno Pinto da Costa para a época 2010/11. Para além dos dois suspeitos do costume, marcaram ainda na partida Cristian Rodriguez, Freddy Guarín e Rúben Micael (que tinha saído do banco ao intervalo para substituir João Moutinho).

    Um conjugado de 10-3 na eliminatória dava confiança aos portistas, num cenário inédito em meias-finais europeias, com três equipas portuguesas. A vitória na final frente ao SC Braga juntou-se aos títulos da Supertaça Cândido de Oliveira e Primeira Liga, ao que se somaria ainda a Taça de Portugal. Consumou-se desta forma uma época brilhante, que resultaria na saída imediata de Villas-Boas para o Chelsea.

    3.

    Werder Bremen 0-5 FC Porto (30/03/1994) – No caminho para o seu primeiro tetracampeonato e para o único pentacampeonato português até à data, o FC Porto foi à cidade alemã de Bremen defrontar o campeão em título da Bundesliga. Em encontro a contar para a 5.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, os dragões entraram melhor e Rui Filipe abriu o marcador aos 11 minutos, após sair do banco para substituir o lesionado Paulinho Santos.

    Aos 35 minutos, Emil Kostadinov aumentou o marcador para 2-0 e o FC Porto levou uma vantagem de dois golos para o intervalo. Conscientes da perseverança e poderio do conjunto alemão, os jogadores portistas não se deixaram adormecer pela vantagem e golos de Secretário, Domingos e Timofte (na marcação de uma grande penalidade) construíram um resultado avassalador, naquela que foi a primeira vitória portuguesa em território germânico. Na jornada seguinte, um nulo nas Antas frente ao AC Milan garantiria o segundo lugar do grupo aos azuis e brancos.

    Na única edição da Champions em que as meias-finais se disputaram em jogo único, calhou em “sorte” aos dragões uma visita ao Camp Nou. A equipa treinada por Johan Cruyff venceu por expressivos 3-0 e o FC Porto disse adeus ao sonho de nova final europeia, sete anos após Viena.

    2.

    Dínamo Kiev 1-2 FC Porto (22/04/87) – O atual Dínamo Kiev é uma equipa que já não tem o peso que lhe foi reconhecido noutros tempos. Na década de 80, uma viagem ao Olímpico de Kiev era sinónimo de grandes dificuldades, não só pela distância, mas pela qualidade de um plantel que “emprestava” vários jogadores à seleção soviética.

    Após uma vitória por 2-1 no Estádio das Antas, o FC Porto entrou em campo para a segunda mão da meia-final de forma aguerrida e decidido a resolver a eliminatória o quanto antes. Com alguma sorte, Celso viu um pontapé livre em posição central desviar na barreira e inaugurar o marcador logo ao terceiro minuto do encontro. Ao décimo, foi a vez de Fernando Gomes aparecer ao segundo poste e aproveitar a passividade defensiva do Dínamo para encostar de cabeça e ampliar a vantagem portista. Mykhaylychenko reduziu no minuto seguinte, gerando uma explosão nas bancadas até então silenciadas pela equipa portuguesa.

    A capacidade de organização defensiva aliada a alguma sorte (da qual também se fazem os campeões) manteve inviolada a baliza de Mlynarkzyk durante os restantes 80 minutos. Ficou assim reservado o bilhete para o Prater, em Viena, onde o Porto derrotaria o Bayern Munique por 2-1 para conquistar o seu primeiro título europeu.

    1.

    Manchester United 1–1 FC Porto (09/03/04) – Escolher um jogo que acabou em empate para número um deste top pode ser discutível. No entanto, toda uma geração de portistas recorda esta eliminatória como uma das mais marcantes para o clube. No Dragão, foi a equipa inglesa que abriu o marcador, pelo sul-africano Quinton Fortune. A figura do jogo, porém, viria a ser o seu compatriota Benny McCarthy, que bisou para colocar o FC Porto em vantagem no fim dos primeiros 90 minutos.

    A visita ao Teatro dos Sonhos afigurava-se difícil e os primeiros minutos confirmaram isso mesmo: um Manchester United recheado de estrelas e a entrar determinado a virar a eliminatória acabou por conseguir chegar ao golo aos 32 minutos, por Paul Scholes. José Mourinho fez alterações de forma a aumentar a pressão sobre a defesa dos red devils e acabou por ser recompensado: já nos descontos, Costinha aproveitou uma defesa incompleta de Tim Howard ao livre de Benny McCarthy e disparou para o fundo das redes. Eliminando um Manchester United que era claramente favorito, um alento especial crescia nos tripeiros.

    O FC Porto viria a eliminar Lyon e Deportivo da Corunha no caminho para a final de Gelsenkirschen, onde bateu o Mónaco de forma indiscutível por 3-0, conquistando o seu segundo título europeu.

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    João Pedro Santos
    João Pedro Santos
    Licenciado e mestre em Biotecnologia pela Universidade de Aveiro, é atualmente estudante do Programa Doutoral em Engenharia Química e Biológica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Tendo a música e o desporto como grandes interesses, dedicou-se recentemente à escrita de artigos de opinião para o projeto Bola na Rede.