Infelizmente nada mudou

    A segunda metade da época tem de ser combinada com um nome: Soares. O brasileiro, proveniente do Vitória, chegou e criou um impacto imediato ao marcar dois golos ao Sporting, dando a vitória no Clássico (com uma magnífica defesa de Casillas no fim do jogo). Porém, o seu aparecimento está intimamente ligado com o desaparecimento de André Silva do onze titular e dos golos. Porém, apesar de jogos menos bem conseguidos e outros melhores, a equipa tinha encontrado o seu equilíbrio emocional e deparou-se com a possibilidade de ficar na liderança do campeonato no jogo em casa com o Vitória de Setúbal. Estádio cheio, um jogo que podia colocar na liderança o que já não acontecia há quase dois anos mas, nesse jogo, o FC Porto falhou, empatando 1-1. Na ida à Luz, claramente, os azuis e brancos jogaram para não perder o que nada adiantou, tendo empatado e ficado tudo na mesma (longe vão os tempos de ganhar na Luz). Os últimos nove jogos do FC Porto no campeonato mostram como a equipa foi abaixo mentalmente, assim como o treinador: três vitórias, cinco empates e uma derrota. Um final de época triste, a não dignificar a camisola que cada jogador envergava.

    Fonte: FC Porto
    Fonte: FC Porto

    Liga dos Campeões: Play off passado, como já acima referido, o FC Porto teve um sorteio bem mais simpático do que na eliminatória anterior. Mas, como sempre digo, sempre que o FC Porto tem adversários mais acessíveis, por norma, sofre mais e esta fase de grupos não foi exceção. Leicester, Brugge e Copenhaga são equipas competitivas, com bons jogadores mas, na minha opinião, nenhuma é melhor que os azuis e brancos. Porém, o FC Porto complicou em muito a qualificação. Três vitórias, dois empates e uma derrota. Qualificaram-se em segundos do grupo, atrás do Leicester, cumprindo o objetivo mínimo.
    Nos oitavos-de-final, a pior equipa possível foi sorteada: Juventus. Uma equipa cheia de qualidade, tanto individual como coletiva, e onde o FC Porto não teve argumentos perdendo a eliminatória com um total de 3-0 (derrota no Dragão por 0-2 e derrota em Turim por 1-0) e com a equipa dos dragões a acabar sempre com dez jogadores, em ambos os jogos.

    Taça de Portugal: Tudo se resume à derrota em Chaves num jogo em que o termo prejudicado soa a um eufemismo muito evidente e onde o desespero do treinador ficou mais que evidente onde sem ideias, mexeu na equipa sem nexo, sem objetividade e num jogo onde chegar aos penalties era proibido.

    Taça da Liga: Mais uma participação desastrosa numa competição que o FC Porto tinha a obrigação de fazer mais e melhor: Três jogos (dois em casa), apenas dois pontos e dois golos marcados, exibições cinzentas e que só revelaram qualidade a espaços. Ou se assume que se quer vencer ou se assume que se vai dar oportunidade a jovens e jogadores menos utilizados de ganharem minutos, trabalharem algumas rotinas de jogo e dar tempo e experiência aos mais novos.

    A saída de NES não surpreende, nem a forma como o FC Porto jogava. Sempre foi, como treinador, mais preocupado em não sofrer do que em marcar, bastando contabilizar o número de empates deste ano e a percentagem de vitórias quando comparado com os anteriores treinadores do FC Porto. Não tinha condições para continuar. Porém, o FC Porto não se pode tornar um cemitério de treinadores. Tem de se fazer uma aposta com sentido, acertada e que envolva um projeto e um conceito de jogo.

    O melhor desta época foram os adeptos, incansáveis, sempre dispostos a apoiar, mesmo sabendo que o FC Porto já não podia ser campeão, compareceram e apoiaram a equipa.

    Foto de Capa: FC Porto

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    Telmo Martins
    Telmo Martinshttp://www.bolanarede.pt
    Eterno apaixonado por futebol, tem no Porto a sua eterna paixão. A atualidade desportiva faz parte da sua génese, lendo desde muito novo os jornais desportivos cuja leitura o avô lhe incutia. Vê jogos de futebol com o seu pai desde os três meses de idade (de pequenino é que se torce o pepino). Joga futebol e futsal com os amigos sempre que pode. Tem também pelo ciclismo um apreço especial. Fora de Portugal é adepto incondicional do Tottenham Hotspur e do Real Madrid.                                                                                                                                                 O Telmo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.