A CRÓNICA: REGRESSO ÀS VITÓRIAS DO SPORTING ALIVIA O AMBIENTE
A quinta jornada da Liga Portugal viu defrontarem-se, num jogo muito disputado, o GD Estoril Praia e o Sporting CP.
Os dois emblemas vinham de duas situações completamente opostas e, para o conjunto de Alvalade, era fundamental conquistar a segunda vitória no campeonato.
No Estádio António Coimbra da Mota, o Sporting CP entrou muito autoritário, sobretudo aproveitando os corredores laterais e pressionando desde logo os adversários quanto estes tinham bola.
Os de verde e branco demonstraram ter reencontrado a garra necessária para levar para casa um melhor resultado e, logo aos 10 minutos, fizeram tremer os estorilistas. Na sequência de um pontapé de canto no lado direito, Edwards serviu uma bola deliciosa para a cabeça de Matheus Reis, que viu o golo negado pela barra da baliza.
Três minutos depois, os leões criaram novamente perigo, novamente através de bola parada: canto da esquerda de Pote e cabeceamento de St. Juste, que fuzilou a baliza de Figueira. O 1-0 estava feito no Estoril.
A reação da equipa de Veríssimo surgiu de pronto, num rápido contra-ataque, aos 17 minutos: cruzamento do lado direito de Tiago Gouveia a servir Joãozinho, que tentou um remate à meia volta, mas sem acertar na baliza.
O ritmo mantido pelo Sporting continuou muito alto, sobretudo insistindo na lateral direita, literalmente dominada pelo Pedro Porro. Foi mesmo numa iniciativa do espanhol que o Sporting CP encontrou o segundo golo, à passagem dos 20 minutos. Cruzamento rasteiro da direita e grande remate de Edwards, que colocou a bola no fundo das redes estorilistas.
⚽ GOLO
Edwards 21′
Liga Portugal bwin (#5) | Estoril Praia 0-2 Sporting#LigaPortugalbwin #GDEPSCP https://t.co/CrGvRRe77B pic.twitter.com/kDWNckpuIv— VSPORTS (@vsports_pt) September 2, 2022
Apesar de uma tração ofensiva relevante por parte dos forasteiros, a equipa leonina não se demonstrou sempre sólida na retaguarda, tendo cometido alguns erros. Erros esses que a equipa de casa não soube aproveitar eficazmente.
No final da primeira parte, João Carlos teve que ser substituído por Benchimol, tendo sofrido uma lesão na coxa.
Aos 42 minutos, ainda houve hipótese de a equipa verde e branca aumentar a vantagem no marcador. Numa transição ofensiva na lateral direita, Porro cruzou para a grande área, onde a bola encontrou o remate de Nuno Santos, que viu Ndiaye salvar em cima da linha.
No regresso ao relvado, a equipa canarinha voltou com muito mais garra e ideias, tentando pressionar o Sporting CP na busca pelo golo.
Aos 53 minutos, um passe entrelinhas de Geraldes desmarcou Benchimol na grande área, mas, no momento do remate, o avançado escorregou, desperdiçando a oportunidade.
Por seu lado, o plantel de Alvalade nunca desistiu de ir ao ataque quando teve chance, embora sendo menos lúcido na fase da finalização. A sensação foi mesmo de que na segunda parte o jogo foi mais dividido entre as equipas, e os leões, de facto, limitaram-se a gerir o resultado, sem arriscar inutilmente.
Até ao apito final, o resultado não mudou, e o Sporting CP saiu do Estádio António Coimbra da Mota com o espírito mais leve e com a certeza de ter reencontrado o caminho certo.
A FIGURA
Pedro Porro – Apesar de uma vitória fruto do coletivo, a nosso ver Pedro Porro foi uma das figuras mais relevantes do jogo. Foi dono, desde o início, da lateral direita, exibindo toda a sua qualidade, e não se poupou; tanto na frente, como na zona defensiva, sempre que foi necessário. Uma prestação para emoldurar.
O FORA DE JOGO
Francisco Geraldes – Geralmente, o 10 estorilista é o motor do meio-campo, capaz de ser o elo com o ataque. No primeiro tempo, esteve muito apagado, por mérito da marcação cerrada de Morita e Edwards, que anularam qualquer iniciativa sua. Na segunda parte, a sua prestação melhorou e, assim, a fluidez do jogo do GD Estoril Praia. No entanto, a melhoria não foi suficiente para ficar em campo, tebdo sido substituído por João Carvalho à passagem do minuto 68.
ANÁLISE TÁTICA – GD ESTORIL PRAIA
Nélson Veríssimo orientou a equipa num 4-2-3-1 que, até agora lhe tinha trazido resultados positivos. O técnico manteve o onze que ganhou contra o FC Paços de Ferreira, com a única exceção a ser Arthur Gomes, transferido no mercado de transferências para o Sporting CP. No seu lugar, foi escolhido Rodrigo Martins, responsável pela lateral esquerda, a formar o tridente de apoio ao ponta de lança, João Carlos.
Ao contrário do jogo anterior, em que Rosier tinha sido colocado num meio-campo a quatro, desta vez Nélson Veríssimo decidiu recuá-lo para formar um eixo com Ndiaye, a proteção da defesa estorilista, que, visto o resultado final, não produziu os efeitos esperados.
A noite apagada de Geraldes, mente do meio-campo, teve efeito sobre toda a equipa, tanto que foi substituído à passagem dos 68’ por João Carvalho, que também não conseguiu dar consistência ao ataque canarinho.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Daniel Figueira (5)
Tiago Santos (5)
Pedro Álvaro (5)
Bernardo Vital (5)
Joãzinho (6)
Mor Ndiaye (6)
Rosier (5)
Tiago Gouveia (5)
Francisco Geraldes (5)
Rodrigo Martins (6)
João Carlos (5)
SUBS UTILIZADOS
Benchimol (5)
Erison (6)
João Carvalho (-)
Siliki (-)
ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP
Rúben Amorim orientou a equipa num 3-4-3. A única diferença no onze inicial foi a preferência por St. Juste na zona direita do eixo da defesa, no lugar de Gonçalo Inácio.
Com a ausência de Paulinho, a frente de ataque contou novamente com o tridente conduzido por Pedro Gonçalves, suportado nas laterais por Edwards, à direita, e por Trincão, à esquerda.
Logo no começo da partida, Trincão trocou de lado com Edwards, posicionando-se na direita, reforçando a tração ofensiva em sinergia com Porro e mesmo com Edwards.
A única nota negativa, se a quisermos encontrar, foram os (demasiados) erros e desentendimentos entre os jogadores da defesa, que abriram a porta a possíveis ocasiões de remate ao GD Estoril Praia, ainda que não concretizadas.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Adán (5)
St Juste (6)
Coates (5)
Matheus Reis (6)
Porro (7)
Ugarte (6)
Morita (5)
Nuno Santos (6)
Pedro Gonçalves (6)
Marcus Edwards (7)
Trincão (7)
SUBS UTILIZADOS
Rochinha (6)
Neto (-)
Esgaio (-)
Fatawu (-)
Sotiris (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Sporting CP
BnR: Mister, hoje a sua equipa esteve muito bem em campo, sobretudo na primeira parte, na lateral direita com o Pedro Porro. Houve, de facto, um triângulo muito produtivo com o Edwards e o Trincão naquele lado. Qual a sua opinião sobre a prestação dos três?
Rúben Amorim: O Porro hoje teve muito espaço para conseguir meter a bola na frente. Ele é um jogador muito forte e agressivo, que consegue dar uma grande velocidade à ação. Entrámos mesmo com muita agressividade e vontade de vencer, nos outros jogos não conseguimos, hoje sim. E este triângulo funcionou porque são bons jogadores e não é preciso fazer muito para que funcione. O mérito é só deles.
GD Estoril Praia
BnR: O Erison chegou nos últimos dias de mercado e, hoje, já se estreou no jogo. Acredita muito no jogador? E o que acha que pode oferecer à equipa?
Nélson Veríssimo: Erison fez dois treinos connosco e acabou por ser convocado para o jogo e deu tudo dele durante a partida, para benefício da equipa. É um jogador forte fisicamente, que ataca a profundidade e que consegue procurar o golo. Temos muitas expectativas em relação a ele, mas sabemos também que temos que lhe dar o tempo para se ambientar, para se integrar numa realidade diferente, em termos de cultura, de clube, e aos colegas. É um processo que decorrerá naturalmente e estaremos cá para o ajudar a integrar-se da melhor maneira possível.
Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos
